Tsitsipas: “Djokovic me ensinou as lições mais duras que aprendi”

Felipe Priante
Especial de Paris

Finalista em Roland Garros três anos atrás, o grego Stefanos Tsitsipas parece estar aproveitando muito bem a segunda oportunidade de jogar no tradicional saibro parisiense pela segunda vez em 2024 e já esta nas quartas de final dos Jogos Olímpicos. Porém, seu próximo adversário é justamente seu algoz da decisão de 2021, o sérvio Novak Djokovic.

Depois da vitória sobre o argentino Sebastian Baez em sets diretos, o grego praticamente só falou sobre seu próximo rival. “Não esperava nada diferente de Novak, dá para ver que ele está muito motivado nesta edição dos Jogos Olímpicos. Quero ir lá e mostrar que sou um jogador duro nas quadras de saibro e tento fazer com que todo o jogador que enfrento precise batalhar duro, luto por cada ponto que disputo”.

Tsitsipas revelou ter ganhado confiança e motivação em estar de volta às quadras de Roland Garros. “Poderia ter vencido aqui anos atrás, mas não consegui. Sinto que passei bem perto e acredito que possa conseguir um dia. Quero trazer esse tipo de energia e de confiança para o meu jogo. Já tive boas vitórias nestas quadras e espero trazer meu jogo para enfrentá-lo”, observou o grego, já focado no duelo com Djokovic.

“Vou fazer as minhas rotinas de sempre, para mim o treino é importantíssimo, principalmente na manhã antes do jogo. A partida começa no vestiário, tenho que colocar a cabeça no lugar para entrar focado. Temos várias partidas um contra o outro e ele me ensinou as lições mais duras que aprendi em uma quadra de tênis”, complementou o atual número 11 do mundo.

Final de 2021 é coisa do passado

Olhando para frente, Tsitsipas tenta não pensar tanto nos duelos do passado com o sérvio, principalmente a final de 2021. “Eu já apaguei isso da minha cabeça, não me afetou tanto assim. Já ouvi histórias de jogadores que sentiram bastante após derrotas como aquela. A melhor coisa que um tenista precisa ter é a memória de um peixe-dourado, é importante e venho trabalhando nisso”, destacou o grego.

“Adoraria que fosse uma vitória por 3 a 0,mas sei que em Grand Slam estar vencendo por 2 a 0 não significa nada. Aprendi de uma forma dura. Quero apenas seguir em frente e ver o lado positivo, que não estava preparado para ser campeão de Grand Slam naquela época. Leva um tempo, mas você aprende com essas derrotas duras”, acrescentou o grego tem 2 a 11 no retrospecto com Djokovic.

Na decisão de três anos atrás, Tsitsipas venceu os dois primeiros sets, mas depois levou a virada. Agora a partida será em melhor de três sets, mas ele não se pega a isso. “Se os Grand Slam fossem em melhor de três, teria sido uma final completamente diferente, mas sei que foi o mesmo caso de anos atrás, quando nos enfrentamos nas semifinais, ele tinha 2 sets a 0 e busquei o empate, mas acabei perdendo no quinto. Há muitos cenários em uma quadra de tênis e não conseguimos prever todos. Só preciso ir para quadra e jogar melhor do que nas outras partidas que nos enfrentamos”, finalizou.