Terra sem dono: saibro não tem um só favorito

A cada semana cresce a lista de favoritos para a chamada terra batida. A charmosa temporada do saibro europeu vem apresentando diversos campeões. Afinal, com o fim da era Rafael Nadal não devemos ver um mesmo tenista conquistando oito, dez ou mais títulos em uma mesma competição. Assim, o próximo Roland Garros apresenta-se como um dos mais abertos dos últimos anos.

Só que até Paris veremos ainda competições de suma importância e que, certamente, irão acentuar nomes fortes para o Grand Slam francês. Nesses últimos dias, Holger Rune voltou sim à briga. Alexander Zverev, como bem destacou o ex-campeão Boris Becker, reencontrou seu caminho em Munique na busca de seu primeiro Major. E Carlos Alcaraz, depois de dias incríveis com Monte Carlo e final em Barcelona, segue como um dos candidatos mais fortes. Nunca também pode-se desconsiderar  a experiência e competência de Novak Djokovic. Sem contar ainda que Jannik Sinner já treina normalmente, preparando sua volta no ATP 1000 de Roma. É grande a expectativa de como o italiano vai se comportar após cumprir suspensão.

Particularmente, achei curiosa a grande repercussão dada a uma declaração do inglês David Law. Ele é assessor de imprensa do torneio do Queen’s Club e colocou João Fonseca como favorito para Roland Garros. Se lá qual foi o seu objetivo. Mas, na realidade, o que interessa é que o tenista carioca vem cuidando bem de seus passos no circuito profissional. Ter um período de recuperação parece ter sido o ideal. Afinal, há uma verdade no esporte de alto nível, ou seja, ‘descansar também é treino’.

Além desse período de preparação, a volta de Fonseca em Madri parece ser a mais acertada. O saibro da Casa de Campo é considerado o mais rápido da temporada europeia. E o brasileiro conseguiu excelentes resultados nessas condições. Como também a falta de ritmo pode ser um obstáculo, sua equipe já deixou o torneio do Estoril de stand by, para justamente ganhar regularidade.

Paris é um sonho, que pode sim se realizar. Mas um Grand Slam tem suas peculiaridades. E isso me leva a lembrar o que aconteceu com um dos treinadores de Fonseca, o argentino Franco Davin. Em 1991 ele alcançou as quartas de final de Roland Garros. Durante a entrevista coletiva esbanjou humildade quando perguntaram sobre o que seria o melhor momento de sua carreira. Respondeu apenas que “aproveitou a chave”.

Enfim, o tênis, como um dos esportes mais complexos que existe, tem inúmeras variáveis. Ainda mais nesse momento em que o trono de Rei do Saibro esta vago, o que acrescenta um ingrediente dos mais interessantes para as próximas semanas na terra hoje sem dono, o saibro europeu.

 

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José Afonso
José Afonso
1 mês atrás

Deveras, Sr. Chiquinho. Este Roland Garros deve ser mais emocionante.

Embora não citado no texto, aposto em primeiro lugar no tricampeão e campeão olímpico da Philippe-Chatrier, Novak Djokovic. Depois, Alcaraz.

Em 2026 espero ver Sinner melhor no saibro e a ascensão de outras estrelas, mas este ano acho que fica entre os dois últimos campeões mesmo.

Joaz Magalhães
Joaz Magalhães
1 mês atrás

Realmente essa temporada de saibro é a mais imprevisível dos ultimos tempos. Apesar de tudo que pode fazer não vejo Djokovic com chances em melhor de cinco sets no saibro. Acho que ele devia pular RG e se preparar direto p/ grama onde tem mais chances .

Ronildo
Ronildo
29 dias atrás
Responder para  Joaz Magalhães

Sim, ele corre risco de perder na primeira rodada em todos os torneios de saibro. Suas melhores chances de vitórias é realmente na grama.

José Andrade
José Andrade
29 dias atrás
Responder para  Joaz Magalhães

Em se tratando de Novak não dá pra descarta-lo, mas no atual cenário, onde estão desfilando jovens com um tênis de primeira linha, penso também que será quase impossível ele vencer um grand slam no barro. Veremos!

JClaudio
JClaudio
29 dias atrás

“Ainda mais nesse momento em que o trono de Rei do Saibro esta vago”

Discordo, Alcaraz no momento é o rei do saibro, atual campeão de Roland Garros, nos últimos 12 meses venceu 23 partidas , perdeu 4 (mesmo não jogando bem).
Caso não seja Alcaraz, quem poderia ser qualificado (rei do saibro) nos últimos 12 meses?

José Afonso
José Afonso
29 dias atrás
Responder para  JClaudio

Últimos 12 meses, pode ser. Já nos ultimos 4 anos, Novak Djokovic só perdeu uma partida no complexo de Roland Garros em 4 torneios, e foi para o maior da história neste piso.

Ele foi campeão três vezes na Philippe-Chatrier nos últimos 4 anos. Só o desconhecimento ou a cegueira causada pelo ódio para descartá-lo como um dos principais favoritos.

JClaudio
JClaudio
29 dias atrás
Responder para  José Afonso

“Últimos 12 meses, pode ser”.

(Grato pela concordância)

José Afonso
José Afonso
29 dias atrás
Responder para  JClaudio

De nada, meu caro. Rs.

Marcos Antonio Vargas Pereira
Marcos Antonio Vargas Pereira
27 dias atrás

Eu não descartaria o Casper Ruud ,o Musetti , o Tsitsipas e nem o Cerundolo que são especialistas no Saibro e estão sempre chegando.

Marcos Antonio Vargas Pereira
Marcos Antonio Vargas Pereira
20 dias atrás

Chiquinho, pelo menos em Madrid minha bola de cristal esta funcionando.

Marcos Antonio Vargas Pereira
Marcos Antonio Vargas Pereira
20 dias atrás

Em Madrid chegaram

Jotat10
Jotat10
26 dias atrás

Com certeza o João Fonseca, pelo pouco que vi dos jogos dele, foi como ver o Rafael Nadal ainda novinho vindo jogar no RJ ainda Juvenil, com aquele cabelão que tinha, e depois daqui vimos no que ele se tornou, vide o Alcaraz que veio aqui tambem ainda juvenil, espero que ele va bem em Roland Garros que é um Torneio mais famoso do Circuito do Tenis Mundial, e ai o Rafael Nadal no Saibro foi Super Campeão, vou ver se consigo ver mais jogos, porque na época era ver Nadal, Guga, Serena Willians, Monfills,Becker, Sampras, Agassi, Tsonga, vamos até onde a Bia vai também.

JULIANO VARGAS SILVEIRA
JULIANO VARGAS SILVEIRA
25 dias atrás

Alcaraz para mim é o favorito,no ano passado acabou jogando Roland Garros com uma proteção no braço e acabou ganhando o Slam mesmo assim.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
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