Paris (França) – O tema não é nada novo, mas ganhou destaque novamente nesta semana em Roland Garros. Depois de vários dias com chuva em Paris, muitos jogos foram remarcados e acabaram prejudicando a programação do torneio. Em meio a isso, a rodada do último sábado foi a mais afetado, precisando a organização remanejar partidas e colocar um jogo adicional nos estádios principais, os únicos que são cobertos no complexo.
O resultado disso foi o alongamento de uma inchada agenda, com o último jogo do dia começando por volta das 23h locais. Para piorar, este duelo entre Novak Djokovic e Lorenzo Musetti foi até o quinto set, teve mais de quatro horas de duração e invadiu a madrugada parisiense, terminado além das 3h da manhã.
Não à toa, o assunto foi abordado em diversas entrevistas com os jogadores neste domingo. A maioria adotou um tom crítico à situação, mas houve quem defendesse os organizadores do torneio, como foi o caso do canadense Félix Auger-Aliassime. Em meio às diferentes opiniões, quatro atletas externaram o que pensam a respeito do tema.
Swiatek e Gauff citam danos aos atletas
Embora ainda não tenha disputado nenhum jogo fora do horário padrão, a número 1 da WTA criticou a programação do torneio com partidas indo até tão tarde. Para Swiatek, esse tipo de situação é muito prejudicial para os atletas.
“É claro que cada um pensa em si mesmo e é por isso que sempre olhei na perspectiva do jogador. Não é fácil jogar e não é como se a gente fosse dormir uma hora depois do jogo. Normalmente demoramos cerca de quatro horas para relaxar e ainda temos que fazer a recuperação, falar com a imprensa. O trabalho não termina quando o jogo acaba. Sempre fui uma das jogadoras que disseram que deveríamos começar um pouco mais cedo, mas temos que aceitar tudo o que chega até nós”, lamentou.
Outra top 3 que reforçou o coro da polonesa foi a norte-americana Coco Gauff, que afirmou que a saúde dos tenistas devem sempre estar em primeiro lugar. “Talvez as pessoas pensem que quando terminamos um jogo vamos para o hotel e pronto. Porém, temos que ir para a coletiva de imprensa, tomar banho, fazer a recuperação etc. Acho que a saúde dos jogadores deve estar em primeiro lugar e não é saudável jogar de madrugada”, declarou a jovem de 20 anos.
Alcaraz diz que não gosta de jogar à noite
Compartilhando da mesma linha de raciocínio das colegas, o espanhol Carlos Alcaraz admitiu que não lhe agrada jogar nos últimos horários devido ao complexo cronograma de atividades pós-jogo que os tenistas enfrentam. “Não gosto da sessão noturna, mas não por causa do público. O público da noite é especial, mas terminamos tudo muito tarde com a coletiva de imprensa, fisioterapia e banho de gelo. Temos que fazer muitas coisas importantes na recuperação para os próximos jogos. Não é só até a última bola”, explicou.
Carlitos ainda citou o exemplo da partida entre Djokovic e Musetti para reforçar sua linha de pensamento. “Tenho certeza que Novak foi dormir às 6 da manhã, sendo que seu último ponto foi jogado às 3h ou algo assim. É muito difícil se recuperar quando você vai dormir tão tarde. Eu prefiro terminar às 18h e ir jantar, tudo é melhor se terminar mais cedo. Mas a sessão noturna é uma realidade e não podemos fazer nada. Temos que nos adaptar da melhor maneira possível”, frisou.
Aliassime defende organizadores
Como contraponto às críticas dos demais jogadores, Félix Auger-Aliassime foi um dos únicos a pensar no lado do torneio. Segundo ele, a situação vivida em Roland Garros este ano fugiu do controle de todos, tendo em vista que o mau tempo foi o principal responsável por atrasar as rodadas e causar o remanejamento de partidas para os estádios coberto e assim inchar a programação dessas quadras.
“Deveria haver limites para que nos eventos uma partida não possa começar depois das 22h. Eu não saberia fazer algo melhor se fosse da organização do torneio. Cada um pode criticar e dizer o que quiser, mas coloque-se no seu lugar. Choveu todos os dias durante a maior parte do tempo e há apenas duas quadras cobertas. Acho que eles fizeram o melhor que podiam. Foram circunstâncias muito particulares esta semana”, pontuou o canadense.
Eu não sei qual é o problema de se cobrir todas as quadras desse circuito e de todos os outros.
Em Roland Garros existe um problema com a vizinhança. A cobertura deve gerar algum impacto para eles, além do alto custo de se cobrir todas as quadras
Hahahaha
O problema é o custo $$$$!
E outra, vai acabar virando esporte indoor… ou vc quer que todas as quadras de todos os torneios atp sejam com teto retrátil kkkkkk acorda pra vida!
A gente que não é atleta, se dormirmos num horário atípico, já acordamos destruídos, imaginem os tenistas que têm uma rotina regrada? Quem não se lembra do abandono do Sinner? Então, ocorreu há pouco! Lamentável!