Entrevista por Clarissa Veneziani, de Melbourne
Colaboração de Mário Sérgio Cruz
Após a queda nas quartas de final de duplas do Australian Open, Luísa Stefani destacou a experiência das algozes, falou sobre suas atuais condições físicas e também definiu os próximos passos. Ela confirmou que fará uma parceria brasileira com Beatriz Haddad Maia no WTA 500 de Abu Dhabi, que começa em 5 de fevereiro. E depois, retoma o trabalho ao lado da holandesa Demi Schuurs, sua parceira fixa para esta temporada.
Stefani e Schuurs jogaram o primeiro torneio juntas neste Australian Open, conseguiram três vitórias e foram superadas apenas por Elise Mertens e Su-Wei Hsieh, ex-líderes do ranking e cabeças 2 do torneio, que marcaram as parciais de 6/4 e 6/2. “Eu vou para Abu Dhabi, fazer a gira do Oriente Médio. Abu Dhabi, jogo com a Bia e Doha e Dubai com a Demi, que é minha parceira fixa”, disse Stefani a TenisBrasil nesta quarta-feira em Melbourne.
“A gente vai estar mais juntas esse ano para todos os torneios. E obviamente, se coincidir calendário, podemos fazer algumas semanas de treinos juntas em alguma base para realmente entrosar. Mas também em alguns momentos vamos treinar separadas. Essa foi a primeira semana que jogamos juntas e, no geral, foi um bom começo”, acrescentou a paulistana de 26 anos, que precisou atrasar o início da temporada e não jogar em Brisbane e Adelaide por lesão no joelho.
“Dez dias antes do torneio eu não andava, por causa da dor no joelho. Estava mancando. Eu e minha equipe fizemos um ótimo trabalho, junto com os médicos daqui, de Brisbane e de Adelaide, além dos meus fisioterapeutas. Agora é um bom momento para treinar bem de novo”, afirmou. “A gente começou a treinar pontos no sábado passado e já estreamos na terça. Tive que ser muito paciente. Fomos dosando o ritmo mesmo sem treinar tanto quanto gostaria, mas visando estar pronta para o torneio. Tive um dia com duplas e duplas mistas e fiquei 4h30 em quadra, sendo que antes estava treinando uma hora por dia. Não foi a preparação ideal, mas fizemos o máximo que pude naquela situação”.
“Também tive um pouco de dor no abdome, isso afetou um pouco para sacar e fazer smash e ajuda a explicar um pouco da minha frustração também, porque não consegui desenrolar tanto no jogo. Acho que a parte física pecou um pouco hoje, mas foi importante jogar e tenho agora dez dias para aumentar o volume de treino e ficar forte para os próximos torneios”, complementou a respeito de sua condição física.
Falando sobre as algozes desta quarta-feira, Stefani citou o estilo de jogo das rivais, que utilizaram muito bem os lobs durante toda a partida. “Foi um jogo difícil por várias razões. Elas jogaram bem e têm um estilo de jogo que deixaram a gente desconfortável. Elas mudam bastante a velocidade da bola e o ritmo, não é um jogo muito agradável de enfrentar. Elas usaram muito bem o lob que neutralizou muito bem o nosso jogo, acabou sendo um pouco frustrante”.
“Da maneira como elas jogaram, tiveram muito crédito de conseguirem fechar o primeiro set e não aproveitamos as oportunidades que tivemos. No geral, elas jogaram melhor. Emocionalmente foi difícil, a minha atitude às vezes pecou um pouco. E o jeito que elas jogaram me atrapalhou a manter o foco e seguir melhorando, mas mérito delas de terem feito um bom jogo do início ao fim e atrapalhado o jeito da gente jogar”, avaliou sobre Mertens e Hsieh, campeãs de Wimbledon juntas em 2021. “Às vezes é bom ter um pouquinho de sorte, mas a gente não jogou bem. Não conseguimos encaixar nosso jogo em nenhum momento e elas são uma dupla muito forte para você não jogar bem. É preciso ser bem regular, agressiva e usar suas melhores armas para colocá-las em situações desconfortáveis”.
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— #AusOpen (@AustralianOpen) January 24, 2024
“Com certeza o entrosamento e a experiência de jogar juntas fazem a diferença nessas situações difíceis. Nos outros jogos eram estilos diferentes e a gente conseguiu safar, se adaptar, e resolver na hora do jogo. Com as duas de hoje, pela experiência delas e o modo como jogam, era mais difícil se virar e achar uma maneira. Hoje a gente não conseguiu. Quem sabe, com mais tempo de treino, vamos saber melhor o que fazer nessas situações para contra-atacar esse estilo de jogo assim. Você tem que sair da sua zona de conforto e estar bem com isso. E também faltou execução”, acrescentou. “O jogo acaba ficando um pouco mais rápido e a própria quadra que a gente atuou era um pouco mais aberta. É quente para todo mundo, a gente se acostuma. Mas o vento mudou de lado o tempo todo e os lobs também complicavam. As condições estavam difíceis, mas principalmente pelo jeito que elas jogaram”.
Stefani também falou sobre seus tenistas favoritos no passado e no presente e deixou dicas para quem está começando. “Entre as jogadoras passadas eu amo a Barty e a Kim Clijsters. E hoje em dia, gosto muito da Muchova. É a minha favorita. Ela infelizmente está lesionada, mas quando voltar, é muito perigosa. Gosto do estilo de jogo dela. E do masculino, o Roger sempre. E hoje em dia, gosto muito de assistir o Korda, pelo jeito que ele joga. E nessa semana estou torcendo para o Sinner”, afirmou. “E para quem está começando, sempre se divirta e busque melhorar. No tênis é importante ter paciência e ir se conhecendo. Aceite que você não vai ser bom em tudo, mas tente melhorar em tudo o que faz”.
A Luisa realmente começou errando muito e a dupla adversária é top 3 hj em dia (junto com Krejcikova/ Siegmund e Siniakova/Hunter). Agora, de longe, sem acompanhar o dia a dia, é bem questionável misturar equipe técnica e relação sentimental. Ter o namorado como técnico tende a deixar a Luisa na zona de conforto, o que é um grande risco. Ela que sabe o caminho a percorrer na carreira, mas na teoria essa não é uma decisão adequada.
Parabéns Luísa!
Torço para q estejas 100% recuperada e q tenhas um ano muito positivo!
Quem se deu bem nessa história toda foi a Dabrowski.
Você só não sabe que foi a Luísa quem desfez a dupla…