Paris (França) – Eliminado logo na estreia em Roland Garros, com uma derrota em sets diretos para o britânico Jacob Fearnley, o suíço Stan Wawrinka sabe que está cada vez mais perto da aposentadoria, principalmente se os resultados continuarem a não aparecer. Embora ainda se divirta em estar no circuito, competitivo, ele não pretende continuar jogando se as vitórias não aparecerem.
“É claro que estou perto do fim, mas não vou parar agora, isso é certo. A cada semana estou mais perto, mas acho que ainda estou jogando um bom tênis, ainda me movimentando bem e ainda me divertindo. Todas essas derrotas estão se tornando difíceis de engolir, mas quero encontrar o equilíbrio entre o sacrifício e tudo o que você faz para estar neste nível”, disse o suíço de 40 anos.
Wawrinka garante que a paixão e o prazer continuam presentes todos os dias. “A maior satisfação é ter a torcida ao meu lado, torcendo por mim e cuidando de mim. Quando essa atmosfera incrível está presente, é absolutamente maravilhoso. Sei que nunca encontrarei isso em nenhuma outra carreira que eu pudesse ter”, afirmou o ex-número 3 do mundo e atual 138º colocado no ranking..
“A verdade é que ainda gosto de tênis, embora seja importante manter o equilíbrio. Há muito sacrifício, muito esforço, todo o treinamento e disciplina necessários para continuar em um nível razoável aos 40 anos. Você deveria pelo menos obter um retorno do seu investimento vencendo algumas partidas, mas está ficando cada vez mais difícil”, ponderou.
Resultados no ano decepcionam
Dono de três títulos de Grand Slam, uma medalha olímpica de ouro (nas duplas com Roger Federer) e a conquista da Copa Davis, o veterano suíço é um jogador realizado com o que já conquistou, mas as decepções das últimas semanas estão cada vez mais difíceis de engolir. “Eu me pergunto isso todos os dias”, disse ao ser questionado se vale a pena continuar tentando.
“Às vezes penso que talvez esta seja a última vez que estou aqui. Este é provavelmente o meu último Roland Garros. Tudo faz parte do que está passando pela minha cabeça agora, são pensamentos dos quais estou tendo dificuldade em me livrar”, acrescentou o veterano tenista.
“Aposentar-me do tênis é uma decisão muito pessoal, ainda não sei como vou lidar com isso. Digamos que não há garantia de que retornarei a Roland Garros no ano que vem. Se eu não vencer algumas partidas, se meus resultados não me ajudarem a subir no ranking, não retornarei, nem com um convite nem de qualquer outra forma. Isso pode lhe dar algumas respostas”, pontuou Stan.
O suíço lamenta não ter conseguido fazer muito na temporada de saibro, que chega ao fim, mas garante que deu seu melhor apesar dos resultados, que é o que mais pesa nessa equação. “Embora goste e seja apaixonado por tudo isso, se jogo é para vencer. No momento, a situação é muito desigual, pois não consigo encontrar os resultados desde o início do ano”, falou Wawrinka, que venceu apenas um jogo de ATP em 2025.
“A cada semana estou mais perto, claro, mas acho que ainda estou jogando um bom tênis, ainda me movimentando bem e ainda me divertindo”
Acho que não acordou pra realidade, Wawrinka tem 40 anos, não é mais aquele jogador de 2013-2016, a idade chegou, ele acaba de ser batido na primeira rodada em Roland Garros em sets diretos.
E a idade chegou para o Djokovic também, 38 anos não é brincadeira, a diferença no caso do sérvio é o fato dele ser um tenista muito acima dos outros na parte técnica, logo continua vencendo ou chegando à final de torneios grandes. Consegue se manter próximo ao top 5 com “tranquilidade”, mas uma hora evidente que a corda vai esticar demais e isso é normal. Sorte de quem acompanhou a carreira desses gênios.
Excelente comentário. É bem essa a realidade.
Não, não se trata de Novak ser tecnicamente muito acima dos outros. Se trata de ele se cuidar, ter disciplin.. É a maior característica dele e contribuiu muito pra ser quem ele é.
Benoit Pare, tenista, disse uma vez que era difícil acompanhar Wawrinka em uma bebedeira. O suíço é excepcional mas nunca foi de se cuidar muito. Sempre pareceu estar um pouco acima do peso.
Não, Marquinhos, praticamente todo tenista do top 50 se cuida e é diferenciado, são profissionais. Só que o Djokovic tem 38 anos. É muito, mas muito mais difícil para ele estar nesse nível, ele é excepcional. Veja a corrida para o Finals deste ano, considerando que o sérvio nem venceu Slams ou masters até aqui: o sérvio está em 8°, os outros 7 tem menos de 30 anos.
Realmente esta derrota na primeira rodada foi difícil de engolir, até por isso, Wawrinka tem que retornar ano que vem para tentar uma campanha melhor…
Assim como Murray, Wawrinka tem dificuldades de largar o esporte que fez dele um dos maiores.
Vemos acontecer muito no futebol, onde o jogador não se preparou para parar, e continua mesmo com dificuldades.
Federer teve a mesma dificuldade, Nadal idem, Djokovic está tendo.
Falcão diria que é o medo de “morrer” (o volante dizia que o atleta morre duas vezes, uma biologicamente, outra quando para de jogar).