Nova York (EUA) – A estreia foi feliz, muito rápida, e o russo Daniil Medvedev se mostrou de bom humor depois de avançar à segunda rodada do US Open nesta terça-feira. O campeão de 2021 admite que não está entre os grandes favoritos e sente que existe uma conexão maior entre ele e o torneio.
“Já ganhei muitas partidas nesta quadra, acho que não perdi muitas”, avalia o estádio Arthur Ashe. “Fiz ótimos jogos, lembro do ano passado contra o Nick (Kyrgios). Não há muitos caras no circuito que façam a torcida ficar meio a meio. O público ia para um lado ou para o outro, dependendo do momento, foi algo incrível. Sinceramente, toda vez que piso na Arthur Ashe sinto que as pessoas vão comigo, que Nova York me ama, algo que pode soar estranho pelo que aconteceu na época. É uma sensação ótima. A sessão noturna tem algo que nenhum outro local tem, mas mesmo a sessão diurna é bastante divertida.”
A fulminante vitória sobre o húngaro Attila Balazs, com apenas dois games perdidos, deixou o russo na expectativa pela próxima partida. “Este foi provavelmente o jogo de três sets mais rápido que já fiz. Não me senti mal em quadra, por isso estou ansioso pelas próximas rodadas. A certa altura, pensei que tinha o controlo total do jogo, talvez tenha tentado acertar alguns golpes diferentes. Estava cada vez melhor, batendo mais forte e ganhando mais confiança”.
Ele no entanto sabe que precisa tomar cuidado com o norte-americano Christopher O’Connell na quinta-feira. “Jogamos aqui em 2020, depois de seis meses de circuito parado, e eu não estava tão confiante, então foi uma vitória importante. Em Doha deste ano, tivemos um jogo muito difícil, ele estava com total confiança e esteve muito perto de me vencer. Sacou muito bem, até ousou sacar e volear. Hoje vi ele fazendo alguns aces, é um dos seus pontos fortes. Preciso estar preparado para devolver bem e ser muito forte no meu saque, porque será a melhor forma de pressionar o saque dele”.
Questionado sobre suas chances de um bicampeonato, Medvedev foi cauteloso. “Não sou de olhar para o sorteio, só sei que jogaria com o (Carlos) Alcaraz nas semifinais e o (Andrey) Rublev nas quartas, mas é preciso ir jogo por jogo. Sabemos quem são os grandes neste momento, o Carlos e o Novak (Djokovic), mas eles também têm que vencer seus jogos para me enfrentarem, desde que eu chegue lá”, brincou.
Um jornalista quis saber porque o tenista recorre tanto ao treinador durante a partida. “O tênis enlouquece os jogadores. Tem dias que você vai treinar e se sente ótimo, percebe assim que aquece. O forehand vai para onde você quiser, o backhand firme, você pode até fazer um drop shot ou slice de vez em quando. Tudo está rolando. Mas há dias em que você dormiu bem, acordou bem, mas não consegue acertar uma única bola. Aí você fica frustrado e se pergunta o que está acontecendo. Acontece comigo toda vez que erro um forehand, aí discuto com meu treinador, pergunto o que está acontecendo e coisas assim. Tudo acontece por causa disso.”