Shelton tira o resto do dia de folga após jogar apenas 4 pontos

Foto: AELTC

Londres (Inglaterra) – O norte-americano Ben Shelton pareceu visivelmente irritado na última quinta-feira ao ser notificado que, sacando para vencer a segunda rodada de Wimbledon contra o australiano Rinky Hijikata, a partida teria que ser interrompida por causa do limite de horário do All England Club. A situação ficou ainda mais estranha nesta sexta quando ele retornou à quadra por apenas 70 segundos e venceu os quatro pontos que faltavam para avançar com parciais de 6/2, 7/5 e 6/4.

“É minha terceira ou quarta vez jogando ao longo de dois dias em Wimbledon. É normal, você se acostuma com isso quando está em um torneio em que você tem que parar quando o sol acaba ou se chove. Parar quando você está sacando para o jogo não é ideal. Eu achei que poderíamos ter parado antes. Meu adversário estava reclamando no fim do segundo set. Parecia que havia momentos melhores se eles sabiam que teríamos que parar”, disse.

“Eu acho que no 3/2 ou no 4/2, ou depois do segundo set, havia muito tempo. Mas eu entendo que o torneio tem que tomar as decisões que tem que tomar. Nós, como jogadores, temos que apenas aceitar. É parte do tênis. Nem tudo será o mesmo, seja as condições do clima, seja o sol, coisas normais com as quais temos que lidar”.

“Estou feliz com a maneira como eu voltei e fiz o que tinha que fazer. Eu não acho que fisicamente faz muita diferença ter que jogar um game. Não é ideal mentalmente acordar no dia seguinte e pensar que é dia de jogo. Obviamente, eu fui preparado para jogar dois sets e meio, você não pode simplesmente dizer ‘vou manter meu serviço’. O que acontece se eu não conseguir? Essa é a parte complicada, mas, no geral, feliz com a vitória”, completou.

Segundo Shelton, a informação que recebeu das autoridades em quadra é que havia apenas cinco minutos até o sistema hawk-eye parar de funcionar por falta de iluminação, e ele estava, corretamente, seguro de que conseguiria fechar o jogo antes disso.

“Eu estava dizendo para ele: eu preciso de apenas 60 segundos. Era meio que meu objetivo quando eu fui para a quadra hoje (sexta-feira). Ele me disse que não havia tempo suficiente. E eu perguntei: já caiu o sistema ou só deram o alerta de cinco minutos? Eles nos deram o alerta de cinco minutos, mas não vamos jogar até ele cair. E eu: por que não? Vamos continuar jogando. E ele: porque não queremos que aconteça no meio do game. E eu: eu já estou sacando para fechar. Naquele momento, eu não estava tão irritado com a decisão. Foi uma decisão difícil forçada pelo que eles fizeram antes”, afirmou.

As imagens mostraram Shelton se dirigindo ao árbitro de cadeira para o que provavelmente seria uma discussão e sendo interrompido por um oficial de quadra. “Acho que quando ele viu um cara do meu tamanho se dirigindo rapidamente ao árbitro, talvez ele tenha achado que eu estava pronto para colocar minhas mãos nele ou algo assim. Eu definitivamente não estava. Eu peço desculpas ao Nacho (árbitro de cadeira) se ele se sentiu assustado. Eu estava irritado. Queria explicar a minha posição. Eu superei bem rápido e depois nós conversamos no ginásio. Eu só queria passar minha opinião sobre a situação. Eles me deram a deles sobre por que tudo aconteceu. Provavelmente pareceu mais tenso do que foi. Não foi nada”, completou.

Apesar de ter entrado em quadra por apenas 70 segundos nesta sexta-feira, Shelton terá que fazer algumas adaptações à sua rotina durante um Grand Slam. “Geralmente eu passo 45 minutos em quadra (entre jogos), 45 minutos, 50 minutos, algo assim. Hoje (sexta) eu passei 30 minutos e 70 segundos. Mas nós decidimos relaxar durante o resto do dia. Houve tensão mental suficiente. Um pouco menos de tempo de quadra, mas acho que não será nada demais”, disse.

Shelton entrou no top 15 nesta temporada e disputa Wimbledon como o décimo cabeça de chave, após ser semifinalista do Aberto da Austrália, vice-campeão do ATP 500 de Munique e chegar às quartas de final do Masters 1000 de Indian Wells.

“Eu acho que minha esquerda melhorou bastante, especialmente minha habilidade de lidar com velocidade na esquerda, acertando bolas baixas com a esquerda, colocando efeito às vezes e dando passadas. Acho que faz parte da minha evolução. Não é onde eu gostaria de estar ainda. Nenhum golpe do meu jogo está quando eu quero que esteja no fim. É um trabalho em andamento”, encerrou.

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