“Senti que ele estava fazendo tudo um pouco melhor”, avalia Sinner

Foto: Antoine Couvercelle / FFT

Nova York (EUA) – No tira-teima entre os dois neste ano em finais de Grand Slam, o espanhol Carlos Alcaraz venceu o italiano Jannik Sinner na decisão do US Open, devolveu a derrota sofrida em Wimbledon e repetiu o feito de Roland Garros. Comparando os dois últimos duelos, o ainda número 1 do mundo acredita que o domínio que teve no All England Club mudou de lado neste domingo.

“As coisas que eu fiz bem em Londres, ele fez melhor hoje. Senti que ele estava fazendo tudo um pouco melhor, principalmente sacando dos dois lados, com ambos os golpes muito limpos. Dou muito crédito a ele porque lidou com a situação melhor do que eu e elevou o nível quando precisou”, analisou Sinner após a derrota por 3 sets a 1.

O italiano não apenas enalteceu o desempenho do rival, mas também lamentou aspectos de seu jogo que não funcionaram como gostaria. “O saque hoje não foi perfeito. Senti que estava com muita dificuldade, mas já estava com dificuldade durante o torneio. Eu estava muito previsível em quadra, ele fez muitas coisas, mudou o jogo”, destacou.

Apesar do resultado negativo, ele consegue ver um lado positivo de sua campanha no torneio e do que tem feito neste ano. “Ainda estou orgulhoso de mim mesmo, da temporada que estou jogando e fazendo, mas ele jogou melhor do que eu hoje”, resumiu Sinner, que já pensa no futuro e no trabalho que tem pela frente para evoluir e assim poder derrotar Alcaraz nos próximos encontros.

“Agora vai depender de mim, se eu quero fazer mudanças ou não. Definitivamente, vamos trabalhar nisso. Estou tentando me preparar melhor para a próxima partida que vou jogar contra ele. Tenho que tentar ser um pouco mais imprevisível como jogador, porque acho que é isso que tenho que fazer, tentar me tornar um jogador de tênis melhor”, comentou o italiano.

Ele salientou que a diferença de Alcaraz para o resto dos jogadores é não ter fraquezas, mas também falou que seu objetivo não é apenas bater o espanhol e sim melhorar como jogador. “Não acho que seja um trabalho específico focado no Carlos. Acho que é específico para mim, que estou tentando melhorar. Acho que é isso. Um segredo é a paciência, vai levar tempo e depois veremos”.

Atraso não atrapalhou Sinner

Por causa da presença do presidente Donald Trump na final masculina do US Open e os processos de segurança necessários, o começo da partida foi atrasado em 30 minutos pela organização, o que Sinner garantiu não ter atrapalhado em nada a preparação. “Eles nos avisaram com muita antecedência que a partida começaria às 14h30, então não fizemos aquecimento duas vezes”, disse o italiano.

As arquibancadas ainda vazias quando os tenistas entraram em quadra não chamaram tanto a atenção. “Senti que ainda estava muito barulhento. Vi alguns lugares vazios, mas não tive dúvidas de que estariam lotados. Sabe, não era algo que me preocupasse se ninguém viria. Era uma atmosfera incrível”, finalizou Sinner.

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JClaudio
JClaudio
1 mês atrás

Sinner tem um grande problema, seu jogo é baseado na potência (claro que tem muitas qualidades, mas todas depende da força que bate na bola).
Existe um limite para bater forte numa bola de tênis, não é algo que um tenista igual Sinner consiga aumentar.
(Até mesmo a força, tem limites).
Será que tem margem para fazer alterações no seu jogo?
Na outra ponta temos um jogador que pode melhorar cada golpe, seu jogo é baseado na variação, na forma como escolhe as jogadas, sua esquerda pode melhorar ainda mais, a variação do saque pode melhorar, seu jogo na rede ainda tem espaço para crescer, a direita pode ficar ainda melhor.
Tudo no jogo de Carlos Alcaraz pode melhorar, a base do jogo do jovem espanhol é o talento, que sempre pode ser lapidado.
Em algum momento, Sinner vai atingir o limite para o estilo de jogo que pratica, enquanto o rival, vai seguir crescendo.

MBatista
MBatista
1 mês atrás
Responder para  JClaudio

Concordo na análise do perfil de cada um, mas penso que se não tiver rival à altura pra estimular as melhorias o jogo do Carlitos tende a estacionar nesse nível aí.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
1 mês atrás
Responder para  MBatista

O próprio Sinner ainda pode melhorar em vários aspectos . Se engana que o Serviço dele não é bem melhor que hoje . E no jogo de rede, também tem espaço para melhorias . Jamais terá a genialidade de Carlitos , mas não permitirá que o jovem Espanhol se acomode . Jogou muito em RG e Wimbledon. Fez as 4 Finais de Slam de 2025. Abs !

Julio Marinho
Julio Marinho
1 mês atrás
Responder para  JClaudio

Fala, JClaudio. Realmente ele é a força bruta do tênis, mas algo de bonito nisso, ele faz isso tão bem que é espetacular vê-lo, é outro estilo. Ele falou na entrevista algo que eu não me lembro, há 25 anos acompanhando aficcionadamente este esporte, alguém ter dito. Que talvez vá perder jogos para frente, mas tem que evoluir em termos de variação, e não só como “baseline hitter”. Me lembra muito o Nadal treinando incessantemente o voleio até se tornar algo tão seguro que era muito difícil vê-lo errando um. E acho que ele está no caminho certo e é legal demais alguém ser humilde o suficiente, a ponto de colocar vitórias em riscos, para criar novas armas, que não lhe são naturais. E no fim, err ainda mais do que já é. O duelo tende a ser mais interessante. Off topic: Alcaraz ontem sacou muito que pelo menos dropshot são bem difíceis contra um jogar como Sinner que joga em cima da linha, então saber entender quando o golpe é possível como variação, executá-lo à perfeição e esconder bem o golpe é fundamental para ter sucesso. Sinner já está bem esperto nisso. Abraço!

JClaudio
JClaudio
1 mês atrás
Responder para  Julio Marinho

Olá, caro Julinho (que não é o Botelho, mas tem a mesma classe).

Tenho uma opinião que o Sinner tem um limite, daquele determinado ponto não irá evoluir, posso estar errado, acho o biotipo do jovem italiano algo limitador, apesar de se movimentar maravilhosamente bem, a tendência do tênis é ficar cada vez mais veloz, com a homogeneização dos diferentes pisos (as quadras estão mais lentas e iguais) existe uma tendência do tenista evoluir, aumentando a velocidade do jogo…o piso lento, tenista rápido.
Acredito que em determinado momento o circuito vai criar condições táticas para frear Sinner, é mais fácil, os golpes são “ensaiados”.
Alcaraz tem um componente difícil de replicar e combater, é o talento natural, o espanhol nasceu fenômeno, caso ele continue jogando constantemente, vai evoluir naturalmente, caso o adversário exija, ele vai aumentar seu nível, caso o adversário continue com o mesmo nível, ele vai manter o nível que já é superior (é algo bem Tostines…rs).

Julio Marinho
Julio Marinho
1 mês atrás
Responder para  JClaudio

Grande, JClaudio! Eu concordo com tudo, sobre o talento mais natural do Alcaraz e de um aparente limite do Sinner. Mas existe um outro talento, que é do trabalho duro. Se o Sinner, do jeito que é trabalhador colocar na cabeça que vai ser mais versátil, acho que ele vai conseguir, ainda que não seja de forma tão natural. Talvez até por ver que seu limite de baseline hitter não é suficiente para vencer o Alcaraz (embora sobre para o resto do circuito), que vai em busca de sair muito do que gosta de fazer: marretar com incrível força, regularidade e precisão. O Nadal não tinha mão para volear e no fim boleava com extrema precisão (não falo beleza, tipo do Federer, Dimitrov, Alcaraz). Vai ser suficiente para encarar Alcaraz mais regular. Não sabemos, mas o que vejo como certo (e isso pode acontecer muitas vezes), que se um deles estiver a menos de 90% do que sabem, vão perder para o outro. Então, será uma batalha física e mental muito grande também. Claro que eu torço para o Alcaraz e genuinamente creio que é um jogador melhor (mais fantástico e natural), mas tenho grande respeito pelo italiano e acho o que ele faz incrível. Reconhecer que vai colocar coisas não naturais só o engrandece e deixa coisas mais interessantes. De certa forma, treinar foco e consistência, foi meio que o Alcaraz imitando o Sinner. Agora, parece que teremos o contrário. Vamos aproveitar! Abraço!

Carver
Carver
1 mês atrás
Responder para  Julio Marinho

Também me chamou a atenção essa declaração sobre criar mais variação, mais armas, mesmo que isso implique em algumas derrotas a mais. Sou fã do Alcaraz, mas que atleta é o Sinner. Admiro demais.

Tribunal do US Open
Tribunal do US Open
1 mês atrás

A principal virtude para a evolução é reconhecer a superioridade do rival e observar o que precisa melhorar. Alcaraz falou isso também após a final de WB. Portanto temos dois tenistas que se permitem buscar soluções para melhorar seu jogo. Teremos grandes duelos ainda.

Julio Marinho
Julio Marinho
1 mês atrás
Responder para  Tribunal do US Open

Também acho. Abraço!

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