Felipe Priante, da Costa do Sauípe
Especial para TenisBrasil
A volta do tênis para a Costa do Sauípe, que recebeu o Brasil Open até 2011, foi um projeto que surgiu do próprio grupo Aviva, que também controla o Rio Quente Resorts. A empresa assumiu o complexo em 2018 e desde o ano passado iniciou os preparativos para receber o challenger 125 que acontece nas quadras do complexo esportivo baiano durante esta semana.
Os investimentos altos feitos para trazer de volta o tênis para o Sauípe fazem parte de um plano para o local receber grandes eventos, sejam eles esportivos como o torneio de tênis, sejam musicais como o que acontece no réveillon, ou até mesmo os corporativos.
“Desde que a gente chegou, estamos fazendo um trabalho de recuperação e colocando o Sauípe de volta nos holofotes, dando orgulho aos baianos”, afirmou Paulo Schneider, diretor de operações da Aviva, que contou que só no hotel que recebe os jogadores foram gastos R$ 90 milhões em uma reforma.
Com outro hotel do complexo em reforma, pronto para abrir em janeiro, em um parque aquático previsto para 2027, o tênis é mais um chamariz para atrair hóspedes e espectadores. E o histórico do local foi crucial nesta aposta. “O tênis é um capítulo muito querido para nós, tivemos grandes figuras que passaram por aqui como Gustavo Kuerten e Rafael Nadal, por isso tem tudo a ver retomar essa pauta e colocar o Sauípe de volta ao jogo, que inclusive é o nosso slogan para esse evento”, disse Schneider.
A experiência com eventos da promotora Try, que no passado promoveu uma série de torneios no Rio Quente, fez com que eles fossem os escolhidos para ajudar o grupo que controla os hotéis da Costa do Sauípe e colocar esse projeto no papel e então executá-lo. “O tênis foi uma coisa que nós levamos para Caldas Novas no Rio Quente Resort. Acho que foram 12 futures e mais dois challengers lá e levamos essa cultura. Eles então entraram em contato conosco, em março de 2024, e falaram que queriam fazer uma coisa boa e grande, queriam que fosse um ATP 250, mas isso não seria possível e então começamos com um challenger 125”, revelou Danilo Marcelino, diretor do torneio.

Estrutura de primeira linha
Para colocar o Sauípe de volta no mapa, não economizaram esforços e dinheiro. “Reformamos toda a área de esportes, com a oferta de cinco quadras rápidas totalmente novas e seis de saibro, todas no padrão ATP”, observou o diretor de operações da Aviva, destacando uma estrutura que Danilo garante ser exclusiva no país.
“Nenhum lugar do Brasil tem uma estrutura como a daqui, com seis quadras 40m x 20m. Não só as quatro de jogo, mas também as duas de treino. Eles não economizaram em nada. E a iluminação também está em um nível de ATP 500”, garantiu o diretor do torneio.
Mas para chegar nesse nível, foi necessária uma reforma completa das quadras que, segundo Danilo, estavam todas sem condições quando fizeram uma primeira visita ao local. “Eram ruínas, subimos no estádio até com medo, era até perigoso porque estava todo deteriorado e comprometido. A partir de então começamos a desenhar o torneio”.
As arquibancadas de concreto foram derrubadas e foi montada uma estrutura móvel para ter mais flexibilidade. “Onde estão a arquibancada principal, a área vip e a área de apoio, são quadras de areia para beach-tennis e vôlei de praia. Ficou uma arena multiesportes, mas com o tênis como principal atributo e grande diferencial”, explicou Schneider.

Data foi um entrave
Entre as dificuldades para tirar o evento do papel, além das questões estruturais, também havia uma questão crucial que era conseguir um espaço no calendário. Como um ATP 250 era fora de cogitação, começou a negociação para encontrar uma brecha para a disputa na Costa do Sauípe, que no começo era para ser em quadras duras, mas acabou ficando no saibro.
Danilo conta que foram uns seis meses de negociação com a ATP e, depois de muitas conversas, a melhor opção encontrada foi colocar o torneio na data que antes era de Campinas e colocar o evento paulista no primeiro semestre, como acabou acontecendo.
Em novembro do ano passado bateram o martelo pelo saibro e as obras no complexo começaram em março, sempre com o objetivo de entregar um evento de alta qualidade. “Eles estão preocupados em fazer tudo para agradar os jogadores, a imprensa, o público que está vindo”, destacou o diretor do torneio.

De olho no futuro
O torneio nasceu como um challenger 125 e está garantido por pelo menos três edições, mas o objetivo do grupo que controla os hotéis na Costa do Sauípe é tentar crescer. “”A chance de dar certo é boa e tem a probabilidade de ainda crescer. Nós queremos que seja para mais de três anos, estamos em busca desse horizonte mais longo, mas três anos era o que estava disponível para esse primeiro contrato”, disse o diretor de operações da Aviva
“Pensamos nesse prazo para consolidar esse modelo. O evento a gente entende que é para mostrar ao mercado que estamos de volta. Ele tem potencial para captação de mais patrocínios já dentro desse modelo atual. E quem sabe a gente não consegue escalar para algo maior”, acrescentou o otimista Schnaider.
Danilo sabe que subir o evento de nível na ATP é muito complexo e caro, porque os 250 têm um custo bastante alto e os challenger 175 só acontecem nas segundas semanas dos Masters 1000, para os tenistas que foram eliminados prematuramente.
Para ele, outra forma de crescer é trazer uma versão feminina. “Temos já um plano na cabeça de como o torneio pode crescer. Pode ser aumentar o masculino, fazer um 125 feminino no primeiro semestre e este, no segundo. A ideia deles é fazer disso aqui um polo de tênis e movimentar o esporte”.
Parabéns.
É isso aí.
Olhar para frente.
Ser corajoso, e acreditar em dias melhores.
Força Sauípe.
Opa, um 125 feminino na segunda semana de Miami seria ótimo! Abriria o calendário de saibro e já tem proximidade com Bogotá na sequencia.
Eu acho que o evento no primeiro semestre pode até começar como um WTA 125.
Mas, no futuro breve, deve virar a chave para um 250.
Uma coisa é certa: o tênis ali não para mais.