Montréal (Canadá) – Depois de ter sido escalada para jogar durante a madrugada de sábado e só sair de quadra às 3h da manhã pelo horário local, Elena Rybakina cobrou da WTA explicações sobre ter atuado tão tarde pelas quartas de final do WTA 1000 de Montréal. A atual número 4 do mundo criticou o fato de a entidade ter colocado o bem-estar das jogadoras em segundo plano, por conta de compromissos comerciais do torneio.
Rybakina venceu Daria Kasatkina no jogo que encerrou a programação de sexta-feira. Elas entraram em quadra por volta de 23h30 pelo horário local. E a partida, que foi super equilibrada, acabou tendo 3h30 de duração. A rodada das quartas foi marcada por partidas muito longas, todas na quadra central do torneio. E o estádio já havia recebido mais cedo o jogo entre Aryna Sabalenka e Liudmila Samsonova pelas oitavas, adiado do dia anterior por conta da chuva.
Como há uma divisão das sessões de ingressos para as sessões diurna e noturna, os donos das entradas pagam por dois jogos. A rodada noturna começou com mais de 2h de atraso em relação ao horário originalmente previsto e sem possibilidade de remanejamento de quadras, ainda que outros estádios estivessem disponíveis.
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“Acho que é a primeira vez que também terminamos tão tarde. E espero que seja a última, porque acho que foi pouco profissional. Não posso dizer que foi realmente culpa do torneio porque o mais importante é a WTA aqui. A liderança está um pouco fraca por enquanto, mas espero que algo mude porque este ano foram muitas situações que eu realmente não consigo entender”, disse Rybakina em entrevista coletiva no último domingo, após a semifinal contra Liudmila Samsonova.
“Eu me sinto destruída por causa do agendamento dos jogos e de toda a situação. Não estou muito feliz com isso, mas infelizmente, as jogadoras não podem fazer muito nessas situações. A decisão não é realmente nossa. E o tempo não ajudou”, acrescentou a jogadora de 24 anos. “Nós terminamos o jogo às 3h da manhã. Eu tomei banho, fiz um pouco de alongamento e voltei para o hotel. Acho que fui dormir às 5 e acordei às 10. Depois foi impossível dormir. Então, sim, definitivamente não foi tempo suficiente para se recuperar”.
Durante a semana do torneio, Rybakina já havia sentido um desconforto no ombro e recebeu atendimento na partida contra Sloane Stephens pelas oitavas. A jogadora ainda vai avaliar se precisa mudar o calendário, pensando no US Open que começa em duas semanas. “Tive algumas pequenas lesões, mas tentamos administrá-las e vamos ver como sairemos disso. O pior é que não atrapalha só este torneio. Não vai ser fácil me recuperar nas próximas duas semanas. Tenho que ser inteligente ao tomar qualquer decisão porque o US Open está próximo”.