Nova York (EUA) – Depois de conquistar seu 24º título de Grand Slam e se igualar a Margaret Court entre os maiores vencedores do tênis em todos os tempos, Novak Djokovic diz que não estabeleceu nenhum número de títulos que deseja alcançar até o final da carreira. De volta à liderança do ranking mundial aos 36 anos, o sérvio diz que a preparação para os grandes torneios continua a mesma em comparação com a atual temporada, quando ele conseguiu três títulos e um vice-campeonato em Grand Slam.
“Eu disse na quadra que meu objetivo de infância era vencer Wimbledon e ser o número 1 do mundo. E quando alcancei isso, obviamente tive que estabelecer novos objetivos. Metas são importantes para te motivar para que você tenha clareza na sua preparação, no que você faz no dia a dia, para você chegar de fato ao destino que deseja. Acho que isso é super importante para todo atleta”, disse Djokovic na entrevista coletiva.
“Então, eu estava estabelecendo novas metas cada vez mais altas à medida que minha carreira progredia. Mas, para ser honesto com vocês, eu provavelmente não estava pensando tão intensa e concretamente sobre a história das semanas em primeiro lugar ou no recorde de Grand Slams até talvez três anos atrás. Então percebi, estou bem perto do primeiro lugar por semanas. E também tenho boas chances de chegar no recorde de Grand Slam se me mantiver saudável e se estiver jogando bem”, acrescentou o sérvio, que inicia nesta segunda-feira sua 390ª semana como número 1.
“É claro que os Slams naquele momento pareciam um pouco menos acessíveis do que semanas no primeiro lugar, mas eu acreditei que iria conseguir. Agora, eu não coloco nenhum número na cabeça de quantos eu quero vencer até o final da minha carreira. Eu realmente não tenho nenhum número. Continuarei a priorizá-los como meus torneios mais importantes e onde quero jogar o melhor tênis. Isso não vai mudar na próxima temporada ou não sei quantas temporadas mais terei nas pernas. Então vamos ver”, acrescentou o agora tetracampeão do US Open.
Djokovic reforçou essa ideia ao ser perguntado se ele imaginava alcançando esses recordes quando começou no tênis. “Acho que eu já sonhava alto demais quando só queria um título de Wimbledon e o número 1. Isso já era uma ambição incrivelmente alta para alguém vindo de uma família sem tradição no tênis, para um garoto na Sérvia, um país devastado pela guerra, passando por sanções e embargos, em esporte muito caro e inacessível”.
“As probabilidades estavam contra mim e minha família, mas, conseguimos. Digo ‘nós’ porque devo muito à minha família, aos meus pais que se sacrificaram tanto para que eu estivesse aqui. E isso não é um clichê. Foi extremamente, extremamente difícil, com muitas adversidades que eles tiveram que enfrentar. Quando você pensa sobre isso, a última coisa que você quer pensar é em apoiar talvez seu filho em esportes caros. Talvez só três, quatro anos atrás, comecei a acreditar que, teria uma boa chance”.