Primeiro treinador de Alcaraz vê com naturalidade suas oscilações

Foto: BNP Paribas Open

Múrcia (Espanha) – Depois de chegar com tudo no circuito, conquistando quatro Grand Slam e chegando à liderança do ranking, tudo isso já com 21 anos, o espanhol Carlos Alcaraz passa por momentos de altos e baixos, algo que aqueles que o conhecem tendem a normalizar. Seu primeiro treinador, Kiko Navarro, vê essa oscilação com naturalidade, algo que sempre fez parte da pessoa que ele é.

“No tênis, você é um pouco o reflexo do que é fora da quadra. Quando criança, às vezes ele ficava um pouco distraído demais, até mesmo para coisas como carregar raquetes ou garrafas de água para a quadra. Mesmo durante uma partida, às vezes era como se estivesse desconectado. É algo que melhorou, mas ainda tem espaço para crescer”, disse Navarro em entrevista concedida em dezembro à Relevo.

“Ele não era um garoto super disciplinado, mas no final ainda era uma criança e tinha que amadurecer”, acrescentou o treinador que trabalhou com Alcaraz em seus primeiros passos no tênis, no Real Sociedad Club de Campo de Murcia.

Navarro conta que desde o começo dava para perceber que Alcaraz era diferente e afirma que a estrutura familiar tem sido muito importante em sua carreira. “Eu já sentia que ele seria especial, mas certamente não tão rápido. Eu sempre falava com ele sobre o fato de que tinha que manter os pés no chão, ficar perto do seu povo, manter suas raízes”, afirmou o técnico.

“Quando você está no topo, pessoas que não fazem parte do seu ambiente vêm até você, pessoas famosas querem estar perto de você. Aí também o time tem um papel fundamental e, obviamente, a família. E na minha opinião, por enquanto, eles estão administrando isso muito bem”, destacou Navarro.

Um dos pilares da estrutura familiar de Alcaraz é seu pai. “Ele é um treinador muito bem preparado. Se quisesse, poderia ter seguido seu filho perfeitamente”, contou Navarro, que logo em seguida explicou os bons momentos que o patriarca da família fez em prol de Carlos.

“Ele sabia como se afastar, dar cada passo no momento certo. Quando tinha algumas sugestões, nunca falava sobre elas com seu filho, mas comigo. E quando íamos para Villena, para a academia de Juan Carlos Ferrero, mesmo que quase nunca viesse, queria saber de tudo. Além disso, ele sabia como não falar sobre tênis, permitindo que seu filho se desconectasse um pouco”, finalizou.

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Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
1 dia atrás

Parabéns pro papai!!!

Joselito
Joselito
1 dia atrás

Na verdade, as oscilações tem mais a ver com a subida do Sinner. Ele está absoluto desde final de 2023.
Acho que mexeu com sua confiança, levando ele até a tentar mudar coisas no seu jogo.

Jonas
Jonas
1 dia atrás

Concordo e acho que o espanhol tem dificuldade em jogar se defendendo.

Ele corre demais, isso é verdade, mas não tem uma bola neutra como Djoko ou Nadal em seus auges. Ano passado, o espanhol pegou o Machac e não sabia o que fazer… foi estranho. Se alguém o tira da zona de conforto, que é atacar o tempo todo, ele se enrola e começa a errar demais tentando ser agressivo.

Isac Martins
Isac Martins
1 dia atrás

Gostei muito do comentário do Wilander onde chega a afirmar que as oscilações farão parte da inteira carreira do Alvarás e a cada vez que ele perde, o circuito acredita ainda mais que possa vence-lo e isso é ruim pra ele. Mas que isso não acontece com o Sinner.
Acostumamos com o período que o Big 3 imperou onde o físico, o técnico e o mental todos eram altos nesses integrantes. Mas, antes disso, as oscilações eram como as que o Alcaraz apresenta agora.
Estamos vendo grandes talentos surgirem, inclusive uma realidade brasileira. Mas será que veremos novamente pessoas consistentes como foram o Big 3? Por enquanto, só dá pra apostar que Sinner será essa pessoa.

João Borin
João Borin
23 horas atrás
Responder para  Isac Martins

A diferença é que o Alcaraz começou a ganhar mais cedo que o Sinner, inclusive tem dois slams a mais com dois anos de idade a menos .Inclusive Alcaraz ganhou do Sinner no ano passado na semi de Roland Garros. Dois anos no tênis da pra evoluir muita coisa. Sim vejo o Sinner na frente do Alcaraz hoje, mais consistente e com pouco buraco no seu jogo. Mas vejo os dois rivalizarem durante muitos anos e quem sabe com o João, Mensik, Tien.

José Afonso
José Afonso
20 horas atrás
Responder para  João Borin

Alcaraz só tem um Slam a mais que Sinner, atualmente.

De resto, seu comentário faz sentido.

Jisivaldo Antônio da Silva
Jisivaldo Antônio da Silva
23 horas atrás

Oscilar uma vez ou outra ainda vai, mas ocilar em grandes torneios im
portantes do master 1000 de miami aí fica difícil.
E não passar da primeira fase , como de Master 1000 de Miami e outros mais.
Não sei aonde está o erro se é no jogador, ou no treinador.

Cacio Luiz Crozariolo
Cacio Luiz Crozariolo
22 horas atrás

Até que ponto a mudança no saque pode ter influenciado seu desempenho?

José Afonso
José Afonso
20 horas atrás

Essa expressão dele na foto, feita ao comemorar alguns pontos, me lembra uma criança de 4 anos.

Oscila muito pois é fraco mentalmente.

E quando sofre uma dura derrota para Novak, aí é que desanda mesmo.

JClaudio
JClaudio
19 horas atrás

Alcaraz é o melhor tenista de sua geração, vence em qualquer piso (venceu Slam em três pisos diferentes, poucos tenistas conseguiram), mostra o quanto é versátil seu jogo, com apenas 21 anos, como diria Dalcim…notável.
Alcaraz é uma das poucas “cerejas” do tênis, onde, atualmente existe uma padronização do jogo (não apenas pisos e bolas, o próprio tenista é refém do “tênis moderno”, mais conhecido como marretada).
Caso consiga colocar o mental no lugar, o físico aguentar o volume de jogo que o jovem espanhol prática, será dominante (em algum momento) no tênis.

Duda
Duda
16 horas atrás
Responder para  JClaudio

¡ Excelente analisis!

José Afonso
José Afonso
16 horas atrás
Responder para  JClaudio

Venceu no piso duro e no saibro com asteriscos.

Não precisou enfrentar Novak em RG 2024 nem no US Open 2024.

Alguns aqui falam que Djokovic é sortudo. Mas Alcaraz é ainda mais, foi o número 1 mais jovem da História e venceu esses Slams sem precisar enfrentar Novak. E não foi por derrota precoce deste.

JClaudio
JClaudio
15 horas atrás
Responder para  José Afonso

Olá caro José…
Um ponto interessante que vc tocou, a necessidade que muitos acreditam, para validar uma determinada conquista, tem que vencer determinado jogador.
Seria como colocar o personagem acima do esporte que ele prática. O tênis é muito maior que qualquer jogador, ganhar Wimbledon, tanto faz se for contra Malevai Washington ou Peter Sampras, o que conta é a conquista do torneio mais tradicional do tênis.
No esporte não existe “farol”, o jogo é implacável, não existe “medalhinha” para quem vence o melhor naquele momento.
Parodiando os Titãs…
“O melhor tenista de todos os tempos da última semana”.
O novo sempre vem, diria Belchior.
( Um texto musical)

José Afonso
José Afonso
6 horas atrás
Responder para  JClaudio

É um argumento interessante, caro JCláudio.

Muitos de seus colegas detratores do mais bem sucedido de todos os tempos deveriam ler isso. E olhe que parece que 17 de seus 24 Slams foram passando por Nadal, Federer ou Murray, rsrs.

José Afonso
José Afonso
16 horas atrás
Responder para  JClaudio

US Open 2022*, eu quis dizer.

rodrigo
rodrigo
18 horas atrás

Super normal as derrotas do Alcaraz. Ele só tem 21 anos e já ganhou e fez tanto pelo tênis. Deixa o cara aproveitar um pouco do dinheiro que já ganhou. Logo ele volta ser o Alcaraz arrasador vencendo Grand Slams e voltando a ser número 1 novamente.

Cesar Mattos
Cesar Mattos
18 horas atrás

Alcaraz, vai melhorar quando deixar as brincadeiras de lado em quadra, aquelas jogadinhas infantil, quando parar de fazer isso é descer a raquete sem dó, como os outros fazem vai melhorar, tem que ser mais malandro e o técnico tem que puxar a orelha dele tmb

Duda
Duda
16 horas atrás
Responder para  Cesar Mattos

Estoy de acuerdo. Ja ja

Cesar Mattos
Cesar Mattos
16 horas atrás

Alcaraz, vai melhorar quando parar de fazer aquelas jogadinhas de brincadeira e meter a raquete como faz todo mundo, tá na hora de ser mais malandro pq os outros não tão se bobeira, o técnico tmb tem que dar uma puxada de orelha

Alessandro
Alessandro
12 horas atrás

Um notável jogador, mas que não tem um plano b ou c quando as coisas não andam bem. Muitos o colocavam superior ao Big Thee no auge, avaliação bem precoce agora , depois de começar a aparecer sua vulnerabilidade e a dificuldade que tem em sair de situações difíceis. É difícil prever com quantos slam ele terminará sua carreira,mas acredito que terá menos majors que o Sinner.

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