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Navratilova volta a criticar trans no esporte feminino

Martina Navratilova (Jimmie48/ WTA)

Illinois (EUA) – Martina Navratilova foi uma das várias vozes que expressaram, recentemente, sua indignação com o resultado do Campeonato de Ciclocross de Illinois, em que dois atletas transgêneros dominaram a categoria feminina. Navratilova é uma defensora de longa data dos direitos das mulheres e das questões LGBTQ+, desde que se assumiu lésbica em 1981 e enfrentou com coragem o preconceito e suas reações adversas. Ela também criticou a inclusão de mulheres trans nos esportes femininos, informa o Sportskeeda.

Na segunda-feira passada, Navratilova compartilhou um tweet de Riley Gaines, ex-nadadora olímpica e veemente crítica de atletas transgêneros que competem com mulheres. Gaines postou uma foto do pódio da categoria Singlespeed Feminino do campeonato, em que Tessa Johnson e Evelyn Williamson, ambas atletas transgêneros, ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente. A única mulher biológica no pódio foi Kristin Chalmers, que ficou em terceiro.

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Navratilova retweetou a mensagem de Gaines e disse: “Mais corpos masculinos medíocres ocupando lugares no pódio de atletas femininas. Isso fede!!!”

Através de um tweet Piers Morgan, jornalista britânico e personalidade da TV, também ficou indignado e escreveu: “É tão ultrajante. Por que não há mais mulheres se levantando contra esse ataque aos seus direitos?” Navratilova, dona de 18 títulos de Grand Slam, respondeu: “As mulheres estão se levantando, mas são principalmente os homens que ditam as regras. E são os corpos masculinos que se aproveitam dessas regras ridículas.”

Martina Navratilova tem sido firme em sua oposição aos atletas transgêneros nos esportes femininos, apesar das acusações de transfobia. Numa entrevista no podcast “On with Kara Swisher”, a ex-número 1 do mundo explicou: “Não somos contra atletas trans. Defendemos que as atletas femininas compitam em condições de igualdade quanto possível, o que significa que os homens que agora se identificam como mulheres devem competir em uma categoria masculina e as mulheres que se identificam como homens, mas não tomam testosterona, podem competir como mulheres. Porque ainda não há vantagem física sobre outras atletas mulheres.”

Para explicar a sua oposição a atletas transexuais que competem em desportos femininos, Navratilova citou as vantagens físicas que os homens biológicos podem ter sobre as atletas femininas. “Sou totalmente a favor dos direitos trans em nível civil, cem por cento. E isso não é contra atletas trans. Isto é contra os corpos masculinos competirem como mulheres se se identificarem como mulheres. Muitos esportes nem sequer têm qualquer mitigação, qualquer permissão para reduzir o nível de testosterona, etc.”, disse Navratilova.

É interessante lembrar que Navratilova, no passado, chegou a ser treinada pela ex-tenista trans Renée Richards, nascido Richard Raskind, que se submeteu a operação de mudança de sexo em 1975 e em 1977, após garantir o aval da Suprema Corte de Nova York, pôde disputar a chave feminina do US Open, sendo derrotada na primeira rodada. Em 1960, ele havia disputado a chave masculina do mesmo torneio, também não passando da estreia. Após sua aposentadoria como jogadora, Renée Richards virou treinadora da Navratilova, que ganhou dois títulos de Wimbledon sob sua orientação.

10 Comentários
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Diogo Menezes
Diogo Menezes
7 meses atrás

“As mulheres estão se levantando, mas são principalmente os homens que ditam as regras. E são os corpos masculinos que se aproveitam dessas regras ridículas.”
É engraçado como mesmo com tanta liberdade e direitos, nunca se alcança uma satisfação e sempre tem que arrumar um homem pra culpar. Complicado

Gabriel
Gabriel
7 meses atrás
Responder para  Diogo Menezes

imagino o quao dificil deve ser para você, homem que acredita em “tanta liberdade e direito”, para vir aqui em publico se vitimizar e fazer-se de coitadinho. Chego quase a sentir pena pelos seus privilégios… mas complicado nao eh, muito pelo contrario, eh bem simples: machismo e violência de genero sao amplamente visiveis e faceis de se reconhecer (como esse seu comentário machista/vitimista exemplifica e ilustra tao bem). So precisa querer aprender e ler alguns bons livros sobre o assunto.

Leonardo
Leonardo
7 meses atrás

É um tema complicado que não tem resposta 100% certa. Se pensarmos somente pelo lado da inclusão, nada mais justo que as mulheres trans tenham todos os direitos e acessos que as mulheres biologicas. Se pensarmos em termos de equidade e “fairness” no esporte, nada mais injusto que uma pessoa que teve o desenvolvimento como homem, com mais de massa muscular, fibras rapidas, densidade ossea, altura, pulmoes maiores entrem em uma competição com mulheres biologicas, onde a vantagem competitiva do primeiro grupo é absurda.
E mais absurdo ainda é a falta de criterio, porque de inicio, somente as mulheres trans que fizeram a transição completa e mais de 2 anos de tratamento de redução hormonal podiam participar, agora, basta dizer que “me sinto mulher”, e está valendo. Esquecemos que vivemos em um mundo cheio de aproveitadores e gente sem etica. O que impediria um tenista masculino mediocre, colocar uma saia e jogar provavelmente ganhar um GS abocanhando mais de 3 milhões de dolares, somente dizendo, me identifico como mulher. Procurem no youtube um filme chamado Lady Ballers, é uma satira desses exageros, mas muito interessante.

Xico Tripas
Xico Tripas
7 meses atrás

A super liga feminina de volei do Brasil é um exemplo desse absurdo. Cada um tem o direito de fazer sexo com quem quiser, de ter a aparência que quiser. Contudo, deixar que um corpo nascido masculino possa competir com corpo nascido feminino é um absurdo. Todos sabem que corpos femininos são, em média, mais baixos e mais fracos que a média dos corpos masculinos, assim deixar um corpo nascido masculino ocupar o espaço em uma competição para corpos nascidos femininos é uma grande injustiça e um grande preconceito para com as mulheres.

Marcus Martins
Marcus Martins
7 meses atrás
Responder para  Xico Tripas

Num esporte coletivo não se vê muita vantagem não, mais num esporte individual eu sou contra.

Thiago Silva
Thiago Silva
7 meses atrás
Responder para  Marcus Martins

Coloca o Ronaldo hoje com quase 50 anos e gordo jogando de peruca no feminino, vai fazer 10 gols por jogo.

Eliel Pereira
Eliel Pereira
7 meses atrás

Concordo com a Navratrilova, não há equidade em uma disputa física entre um homem e uma mulher. Como exemplo, vejam o que acontece quando no revezamento 4×100 misto, um homem e uma mulher disputam o mesmo trecho da corrida. Ali se vê claramente que não é justa essa disputa e que as mulheres não têm como vencer nessas condições. O caminho deve ser o que a federação de natação está sugerindo: uma categoria trans, onde haveria igualdade de condições para os atletas.

Osvaldo
Osvaldo
7 meses atrás

Fora transfobia! Sou totalmente a favor da diversidade e da inclusão

Edmar
Edmar
7 meses atrás
Responder para  Osvaldo

homem tem que competir com homem

Carlos Alberto Ribeiro da Silva
Carlos Alberto Ribeiro da Silva
7 meses atrás

Concordo com a Navratilova. Por mais que a medicina e a tecnologia estejam desenvolvidas, muitas das característícas e recursos físicos masculinos permanecem no organismo quando os homens fazem a mudança de gênero para mulher. E isso faz uma grande diferença numa competição esportiva tanto em esportes individuais como em esportes coletivos. Apoio a idéia de se criar categorias trans, uma para homens que se transformam em mulheres e outra para mulheres que se transformam em homens.

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