Kostyuk destaca força extra por situação da guerra

Marta Kostyuk (Foto: Tennis Australia)

Melbourne (Austrália) – Uma das três ucranianas classificadas para as oitavas de final do Australian Open, a jovem Marta Kostyuk foi a primeira a entrar em quadra e garantiu vaga inédita na carreira para as quartas de um Grand Slam. Neste domingo, ela superou a russa Maria Timofeeva, algoz de Beatriz Haddad Maia na terceira rodada, por 6/2 e 6/1. Após a partida, a jogadora de 21 anos destacou que vem extraindo uma força extra para vencer seus jogos diante da invasão da Rússia ao seu país natal, em guerra que completará dois anos no próximo mês.

“Acho que isso apenas mostra que não há limite nas possibilidades humanas de suportar o estresse e tudo o que o rodeia. Para mim, foi muito difícil, mas ao mesmo tempo cresci muito como pessoa rapidamente. Se nunca houvesse uma guerra na minha vida, não acho que seria capaz de crescer tanto quanto cresci nos últimos dois anos. Acho que é uma questão de perspectiva, de como você encara isso”, afirmou na entrevista coletiva.

Ainda segundo a tenista, essa não é uma particularidade só dela, mas de boa parte de suas compatriotas. “Estou muito orgulhosa de todos nós, por permanecermos firmes por tanto tempo, não perdermos a fé e ainda lutarmos pelos nossos direitos e por todos os outros. Acho que isso mostra o quão forte é o povo ucraniano”, enfatizou.

Apesar de ser ainda bem jovem, Kostyuk entende sua responsabilidade como representante ucraniana no circuito e afirma que pretende ser uma porta-voz do país para que as pessoas não esqueçam que a guerra não acabou.

“Realmente parece para muitas pessoas que algo incrível aconteceu e a guerra acabou. Espero que as meninas possam continuar fazendo o que estão fazendo e lembrando o máximo possível sobre isso. Tive uma pausa muito longa porque terminei a temporada em Pequim e só retornei em Brisbane. Fiquei quase três meses fora e me mantive distante das outras jogadoras por não estar em turnê. Quando voltei, vi que todo mundo havia voltado à vida normal como se nada tivesse acontecido”, lamentou.

Ela afirma ainda que tenta se manter informada o máximo possível para poder explicar a outras pessoas de maneira mais clara o que de fato tem acontecido em seu país. “É um dever extra que tenho e que não creio que os jogadores de outros países tenham. Às vezes, as notícias não são boas e podem realmente mudar o clima e seu espírito de luta, porque há momentos em que você realmente está à beira de desistir e no limite de não entender por que o mundo é assim. Eu apenas tento crescer com isso e me estabelecer de maneiras diferentes”, finalizou Kostyuk.

3 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
Cabelo de Boneca, a vingança
Cabelo de Boneca, a vingança
9 meses atrás

Belíssima mulher
Linda e ótima tenista
Além das ótimas colocações fugindo do obvio

Paulo A.
Paulo A.
9 meses atrás

Linda a Marta, além de uma ótima jogadora, dona de um tênis arrojado e bom de se assistir…torço pelo país dela também.

SANDRO
SANDRO
9 meses atrás

A guerra na Sérvia forjou o atleta arrojado que Djokovic é hoje! A invasão da Ucrânia pela ditadura sanguinária russa está deixando estas atletas cada vez mais aguerridas, e elas cumprem o papel de alertar ao mundo as atrocidades cometidas pela DITADURA RUSSA nessa invasão totalmente violenta e descabida da Ucrânia!

Comunicar erro

Comunique a redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nessa página.

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente ao TenisBrasil.