Na partida mais tensa desta edição do Australian Open, a norte-americana Madison Keys fez valer seu tênis arrojado para derrubar a número 2 do mundo Iga Swiatek e assim avançar para a segunda final de Grand Slam, quase oito anos depois de ter sido vice no US Open. Com isso, impediu a tão aguardada decisão entre Swiatek e a atual bicampeã Aryna Sabalenka, que colocaria em disputa também a liderança do ranking. A bielorrussa mais cedo justificou o favoritismo sobre a amiga Paula Badosa e segue uma gigante na quadra dura.
Tenista que sempre optou por um tênis de risco, Madison parece ter reencontrado o melhor de seu estilo nesta temporada. Ela já venceu 13 de 14 jogos, incluindo a atual série invicta de 11 e o título no 500 de Adelaide, onde aliás atropelou Bia Haddad. Neste Australian Open, fez seu quarto jogo em três sets, o segundo de virada, numa campanha em que já tirou Danielle Collins, Elena Rybakina e Elina Svitolina.
A vitória espetacular sobre Swiatek foi a quarta do ano sobre uma top 10 e teve a tensão como marca registrada. A polonesa, mesmo sem o padrão mais sólido, venceu o primeiro set apertado, mas foi totalmente dominada por Keys, ficando perto de levar um ‘pneu’. O terceiro set se dividiu entre grandes lances e certa precipitação dos dois lados e chegou ao clímax quando Iga sacou para fechar, com 6/5. No único match-point, viu Keys disparar firme sua devolução e talvez isso explique a dupla falta que determinou a quebra e nova igualdade. O supertiebreak era nervosismo total. Keys só conseguiu empatar o placar no 7-7, sacou pressionada com 7-8, fez seus dois serviços e por fim viu a dona de quatro Slam mandar a bola longe.
A norte-americana de 29 anos, que havia perdido as quatro semis de Slam que fizera depois do vice em Flushing Meadows, caiu compreensivelmente em lágrimas e, na entrevista de quadra, ainda custava a acreditar na sua façanha. Sequer se deu conta que havia evitado um match-point. Ela está de volta a uma final de Slam depois de sete anos e 138 dias, marca bem próxima da recordista Venus Williams, que demorou 7 anos e 208 dias entre suas duas últimas decisões desse nível.
Sabalenka obviamente será ampla favorita para o tri consecutivo, algo que não acontece desde Martina Hingis, em 1997. Além da experiência de cinco finais e três títulos de Slam, todos na quadra dura, leva vantagem de 4 a 1 no confronto direto, incluindo os três mais recentes. Mas é fato que, na semi do US Open de dois anos atrás, Keys levou a briga lá para o terceiro set. Curiosamente, as duas nunca disputaram um título entre si.
Na partida contra Badosa desta quinta-feira, a espanhola só teve um breve domínio, quando abriu 2/0 e viu a chance de manter a bielorrussa sob pressão, com alguns pontos e games longos. Mas durou pouco. Assim que calibrou o saque, Sabalenka ganhou confiança também lá da base e a vitória se tornou questão de tempo, como a própria espanhola reconheceu. “Foi meio injusto ela ter jogado nesse nível hoje”, disparou. “Esperava um jogo de qualidade, mas nem tanto”. E se disse conformada: “Chegar na semi é ótima campanha. Se era para perder, que fosse da número 1”.
Terceira tenista com mais partidas disputadas seguidas com ao menos um set vencido em Slam – são agora 86, contra 95 de Chris Evert e 143 de Martina Navratilova -, Sabalenka ganhou todos seus 11 jogos desta temporada e é a primeira com três finais seguidas desde Serena Williams, em 2017. E brincou sobre a vitória: “Espero que ela continue minha amiga. Prometo a Paula que iremos fazer compras e pagarei tudo que ela quiser”. Pelas mídias sociais, Badosa então respondeu: “Será algo muito caro”.
Finalistas masculinos na madrugada
Novak Djokovic não bateu bola nos últimos dois dias de descanso, optando por tratamento intensivo no problema da coxa esquerda. Ele precisará estar na melhor forma possível para encarar Alexander Zverev no início de tarde local, 0h30 de Brasília. A primeira boa notícia: previsão de clima muito ameno em Melbourne, com máxima de 22 graus.
Sascha já venceu quatro dos oito duelos contra o sérvio e portanto é um adversário de máximo respeito, ainda que nunca tenha vencido Nole em Slam. E neste campo, a diferença de experiência é abismal: enquanto o atual número 2 do mundo tenta sua terceira final, Djokovic já fez 37 e ganhou 24 delas, incluindo 10 na arena Rod Laver.
Às 5h30, Jannik Sinner entra com total favoritismo para reencontrar o canhoto Ben Shelton pela quinta vez, tendo perdido apenas o primeiro confronto. O italiano tenta a terceira final de Slam seguida na quadra dura, que é o piso predileto do norte-americano. Com temperatura baixa e rodada noturna, Shelton poderá ver uma queda problemática de eficiência do primeiro saque. E lá da base, é muito difícil encarar o melhor do mundo.
Todos esperavam Aryna x Iga. Agora todos esperam Sinner x Djoko. Sentindo que algo não vai sair de acordo…
A maior supresa seria uma vitória do Ben Shelton. Se a final for entre Sinner e Zverev, serão os números 1 e 2 do ranking se enfrentando.
Djokovic jogou de forma incrivel contra Alcaraz, mas estava lesionado, e pelo menos até o atendimento, estava com a movimentação limitada, compensando com bolas mais agressivas para encurtar os pontos. Alcaraz acabou se desconcentrando com essa situação, ao invés de acelerar e atacar mais, baixou o ritmo, e tratou de mover Djokovic mas não funcionou. Será que Zverev vai conseguir capitalizar sobre essa situação? ou vai se perder como Alcaraz? Nole é um mestre mental. Vai ser interessante o jogo. Em condições normais diria 80% Nole, 20% Sasha, mas nessas condições, talvez 50-50%
Se o Beiçola realmente insistir nessa balela que “se perdeu com o atendimento médico” do Djokovic, prova que ele nunca chegará ao nível de foco e concentração do SINNER… Não vejo o Sinner usando uma desculpa esfarrapada dessas para derrota…
E quanto a Aryna e Madison, aí sim, 80% para Sabalenka e 20% para Keys. Sabalenka é muito mais agressiva que Swiatek, e não acho que Keys vai aguentar o peso de bola e as variações da Sabalenka
Para mim, a forma como a Sabalenka e a Keys estão jogando é muito parecida.
Ambas imprimem potência no saque e agressividade no forehand e backhand.
A Sabalenka jogando assim, chegou onde está.
A Keys, jogando assim, pode surpreender a Sabalenka.
Será, na minha opinião, um jogo bem parelho.
Tem tudo para ser um grande espetáculo, digno de uma final emocionante.
Pancadaria para todo lado!
TODOS é muito forte… Nem todos…
De todas as semifinalistas, MADISON KEYS foi, sem sombras de dúvidas, a que teve o caminho mais duro até a semifinal… Pegou três jogadoras “pedreiras” que muito bem poderiam estar nesta semifinal: Collins, Rybakina e Svitolina… Logo, as adversidades encontradas pelo caminho proporcionadas por Collins, Rybakina e Svitolina. fizeram com que Keys chegasse mais cascuda para esta semifinal do que a IGA que vinha, literalmente, atropelando as adversárias… KEYS pôs muita pressão sobre a IGA com seu excelente primeiro serviço, e IGA, pela primeira vez se sentiu pressionada neste torneio… O mais curioso de tudo foi que IGA liderou todo o “tie break” decisivo do terceiro set até o 8 a 8, KEYS tomou a liderança uma única vez no 9 a 8 e, no ponto seguinte, fechou a partida com um único “match point”… Apesar de estar jogando atrás o “tie break” inteiro, KEYS foi determinada e resiliente, e nunca desistiu do jogo, recuperando pontos importantes com o poder de seu primeiro serviço…
Sascha já venceu quatro dos doze duelos contra o sérvio
Sabalenka x Swiatek ser uma “final dos sonhos” só mostra que o tênis feminino também está agonizando de gente talentosa e com personalidade… Graf x Seles, Martina x Evert, e mesmo Williams x Henin sim foram grandes finais e poderiam assim ser classificadas.
Iga é uma tenista fantástica, joga demais. Mas mesmo ela tem seus apagões. Isso comprova como o tênis é exigente e cheio de altos e baixos. Keys é talentosa e se manteve firme no jogo e encara uma Sabalenka que vem muito forte. Me surpreenderei bastante (positivamente) se Aryna não levar o tri.
Djoko vai poupando as energias e buscando a difícil recuperação para estar o melhor possível para o jogo contra Zverev. Pelo retrospecto e capacidade, tem grandes chancer de vencer. Mas temo pelo físico na sequência contra Sinner (caso ambos passem), que estaria abaixo do que se exige para jogar contra o italiano.
Mas não descarto que Sascha pode levar esse jogo. Está jogando muito bem, saca com muita qualidade, já bateu Djoko em jogos grandes, mesmo que não em GS. O vejo maduro e pronto.
Já de Shelton espero apenas diversão. O garoto é abusado e apesar de terem a mesma idade, parece mais moleque, enquanto o cenoura é mais sóbrio. Que seja um grande jogo.
Depois do que vi da KEYS hoje, nenhum resultado na final me surpreenderia, não consigo mais apontar favoritismo para ninguém…
que piada
Com o término dos 5 minutos alocados no final do set, o tempo foi então chamado e Madison Keys estava pronta para sacar, mas Swiatek decidiu fazer alguns shadow shots em vez disso. Keys não ficou impressionada e então acertou um dos seus maiores Aces!
Que resposta, Madison Keys!!
A Madison Keys é até + velha do que a Bia, mas está se reinventando. Não sei dizer por que a Bia não tenta fazer o mesmo, se é por alguma limitação física ou porque chegou ao seu limite.
De qualquer forma, se a Keys e a baixinha italiana Jasmine Paolini conseguiram grandes resultados depois dos 25, continuo torcendo pra Bia também seguir pelo mesmo caminho.
Quem sabe os exemplos das duas acima não inspire a brasileira.