PLACAR

Garcia revela picos de estresse: “Nem conseguia respirar”

Caroline Garcia (Foto Corinne Dubreuil/FFT)

Melbourne (Austrália) – Cabeça de chave 16 do Australian Open, a francesa Caroline Garcia teve uma boa estreia na última segunda-feira ao superar a japonesa Naomi Osaka, bicampeã do torneio, mas acabou não indo muito longe na competição, caindo já na segunda rodada para a polonesa Magdalena Frech, 69ª colocada no ranking da WTA.

Frustrada com mais uma queda precoce em Grand Slam na carreira, a jogadora de 30 anos e atual número 19 do mundo desabafou à imprensa francesa durante a entrevista coletiva em Melbourne, revelando que passou por momentos de muito estresse durante a partida desta quarta-feira e que vem enfrentando problemas emocionais.

“Às vezes eu nem conseguia respirar. Como encontrar uma solução no meu serviço se não consigo respirar, a coisa mais simples do mundo? É apenas a segunda rodada do Aberto da Austrália e vou jogar contra uma garota de classificação inferior. Por que estou me colocando nesse estado? Eu não sei, na verdade. Mas já faz um tempo que estou assim e não consigo superar isso”, afirmou a tenista.

“Na verdade, isso me consome. Às vezes me pergunto por que faço isso. Mas todos os dias digo a mim mesmo que continuarei tentando. Talvez no final eu aprenda a lição da minha carreira esportiva para seguir em frente. Eu teria aprendido muito sobre mim mesma e isso me ajudaria na minha vida depois. Mas às vezes você se pergunta por que faz isso”, acrescentou.

Ela também questionou a continuidade da carreira e que já cogitou uma pausa para se afastar um pouco do circuito. “Às vezes penso sobre isso. Digo a mim mesma que isso pode me permitir pensar em outras coisas, mas existem parâmetros bons e ruins em todas as opções, entre continuar ou fazer uma pausa. Não há boas soluções, eu acho. É muito difícil. Meu sonho de ganhar um Grand Slam ainda está vivo. E então você percebe o que está fazendo consigo mesma. É difícil, física e mentalmente”, explica.

Mesmo diante de problemas que vêm afetando sua vida dentro e fora das quadras, Garcia afirma que tem trabalhado o aspecto mental, mas que nem sempre é possível controlar as emoções.

“É algo que venho fazendo há muito tempo, mas se conseguíssemos compreender e administrar nossas emoções da noite para o dia, acho que não sobraria nenhuma pessoa estressada no planeta. O esporte é difícil e estamos sempre à procura de soluções, sejam elas técnicas, táticas, físicas ou emocionais. Eu gostaria de poder explicar isso melhor, mas é difícil colocar em palavras. Imagino que, olhando de fora, os momentos que passo em campo possam parecer excessivos, mas é assim que funciona”, finalizou.

2 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
André Aguiar
André Aguiar
5 meses atrás

Depois da Naomi Osaka, Simone Biles, Lucas Pouile, Nick Kyrgios, Amanda Anisimova e outras e outros, mais uma esportista a revelar dificuldades emocionais em lidar com a profissão em determinados momentos. Esporte virou um grande negócio. Muito dinheiro e muita mídia cobram um preço alto. Importante que atletas exponham essas dificuldades com a mesma naturalidade que expõem problemas físicos. Contribuem para a sociedade deixar de estigmatizar as pessoas que enfrentam depressão, ansiedade e outros problemas mentais.

Adalberto
Adalberto
5 meses atrás

É aquilo que a @biahaddadmaia
FALA de se perdoar a cada erro!
Não é fácil, principalmente no curto espaço de tempo de 1 game!
Bloqueios todos temos e assumir com sinceridade e abnegação é um primeiro passo para superar…

PUBLICIDADE

VÍDEOS

Wimbledon seleciona os melhores backhands de 1 mão

Os históricos duelos entre Serena e Venus em Wimbledon

PUBLICIDADE