Londres (Inglaterra) – O norte-americano Taylor Fritz, quinto cabeça de chave de Wimbledon, foi obrigado a interromper o embalo que havia conseguido a duras penas na noite da última segunda-feira quando a sua partida de primeira rodada contra o sacador francês Giovanni Perricard foi interrompida por volta das 22h da noite, horário local, aproximadamente 40 minutos antes do limite de tempo. Apesar de insatisfeito com a decisão, e depois de uma boa noite de sono, ele voltou ao All England Clube nesta terça-feira para terminar o serviço e a espetacular virada depois de estar perdendo por 2 sets a 0.
“Eu acho que eu estava em uma posição muito ruim na partida, apesar de achar que eu estava jogando bem e fazendo tudo que eu queria. Estou feliz por ter vencido. Eu obviamente queria continuar jogando, apenas porque eu realmente acho que tínhamos tempo para fazer o quinto set na noite passada. Se não tivéssemos tempo, eu entendo, não faz sentido começar”, disse.
“Poderíamos ter jogado se os dois concordassem. Eu acho que ele não queria. É perfeitamente compreensível. Não fiquei chateado com ele por não querer jogar. Eu entendo. Mas eu ainda assim me sentia confiante. Eu acho que teria sido fácil para mim ficar frustrado por não ter conseguido jogar. Eu tive que dizer a mim mesmo que ele teria que ir para a cama depois do que aconteceu no quarto set. E eu voltaria para continuar fazendo o que eu estava fazendo “, afirmou.
Fritz provavelmente se refere a Perricard ter desperdiçado uma vantagem de 5 a 1 no tiebreak do quarto set – que poderia ter lhe dado a vitória. “Ele estava jogando bem e tudo poderia ter acontecido. Foi mais que eu senti que dava tempo de jogar. A ideia de parar nem estava na minha cabeça. Eu entendo o que aconteceu. Nós dois temos que concordar. Se isso não acontecer, o árbitro toma uma decisão. O que eu não entendi é por que o árbitro, depois de dizer qual era sua decisão, continuava perguntando para mim. Eu acho que ele só queria que eu concordasse com ele”, contou.
A regra de Wimbledon é interromper a partida às 23h, não importa o que esteja acontecendo, e Fritz entende que talvez seja melhor fazê-lo antes do quinto do set começar, mas ele tinha uma outra sugestão. “Talvez estivéssemos, sei lá, no meio de um tiebreak de 10 pontos empatados em 6 a 6. É provavelmente onde estaríamos naquele momento se não tivéssemos terminado. O que eu estava disposto a fazer, e eu disse ao árbitro, é se, não houvesse quebras, parar quando estivéssemos empatados em 5 a 5 (em games). Nós 100% vamos conseguir 5 a 5 naquele tempo. Se alguém quebrar, então a partida com certeza terminaria naquele tempo”, explicou.
Além da grande virada, essa partida também registrou o serviço mais rápido da história de Wimbledon, quando Perricard sacou a 246 kms/h – o que não adiantou muito porque Fritz devolveu e ainda ganhou o ponto. “Eu não me importo porque não me dá absolutamente nenhum segundo para pensar. Normalmente é quando eu penso que eu estrago as coisas. É apenas reflexo. Acho que é uma das coisas que faço melhor com a minha devolução, quando eu fico próximo, na empunhadura do backhand. Prefiro muito mais lidar com velocidade do que com colocação”, encerrou.