Nova York (EUA) – Amanda Anisimova viveu nesta quarta-feira um dos momentos mais marcantes da carreira. Pouco menos de dois meses após a dura derrota na decisão de Wimbledon, quando perdeu por duplo 6/0 para Iga Swiatek, a norte-americana de 24 anos conseguiu dar a volta por cima em grande estilo, superando a polonesa por 6/4 e 6/3 para alcançar pela primeira vez a semifinal do US Open.
Visivelmente emocionada, Anisimova não escondeu o peso simbólico do triunfo. “Essa é definitivamente a vitória mais significativa da minha vida. Estou muito orgulhosa de mim mesma. Sinto que mostrei para mim e para outras pessoas que, se você coloca a mentalidade certa e trabalha as coisas com positividade, pode alcançar um resultado incrível”, declarou em coletiva de imprensa.
A americana lembrou o contraste entre a frustração de Londres e o renascimento em Nova York. “Nunca tinha perdido por 6/0 e 6/0 antes, e viver isso em uma final de Grand Slam foi muito pesado. Mas consegui reagir rápido. Talvez alguns anos atrás eu não tivesse a mesma força mental. Hoje me sinto feliz todos os dias, algo que não era realidade algum tempo atrás”, destacou.
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Para chegar preparada ao reencontro com Swiatek, Anisimova revelou ter feito uma preparação mental diferente e até reassistido à dura final de Wimbledon. “Hoje foi definitivamente diferente de qualquer outra partida que eu já joguei, por causa das circunstâncias. Nas últimas 24 horas, dei mais atenção ao aspecto mental do que o físico para hoje.”
Tenista reviu a final de Wimbledon na véspera do reencontro
“Ontem à noite, sem ninguém mandar, eu assisti de novo àquele jogo. Foi doloroso, mas precisava entender o que aconteceu. Vi que eu estava muito lenta, exausta. Às vezes, somos humanos e congelamos. Eu estava realmente fatigada nos últimos dias do torneio, e isso é algo em que definitivamente estou trabalhando, para estar mais em forma fisicamente para durar duas semanas em um Grand Slam”, explicou.
Anisimova também destacou outros aprendizados do revés no All England Club e como isso influenciou na sua atitude em quadra desta vez. “Acho que o que aprendi lá é não entrar com medo em quadra. Quando comecei o torneio aqui, entrava com um pouco de receio e me segurava. Mas conforme fui avançando, disse a mim mesma que não dá para entrar com medo, especialmente contra as melhores. Isso é inegociável, porque se quero vencer, preciso jogar com coragem e com força. Hoje entrei sem um pingo de medo. Quem assistiu viu que tentei me animar, ficar sempre em movimento, o que nem é algo que faço tanto.”
O resultado, além de colocá-la em sua primeira semifinal de US Open, deu a Anisimova a sensação de que pertence ao mais alto nível do circuito. “Ainda parece surreal, mas tenho confiança de que posso enfrentar as melhores. Já provei para mim mesma várias vezes que consigo jogar de igual para igual com as top 10”, celebrou.
Pensando na sequência do torneio, a norte-americana comentou sobre as possíveis adversárias da semi, Naomi Osaka ou Karolina Muchova. “Ambas estão jogando em altíssimo nível. A Naomi é uma campeã de quatro Grand Slam é muito experiente, bate forte, joga muito bem em quadras duras. Parece ter encontrado o ritmo de novo. É uma das melhores. Já a Muchova é uma jogadora incrível, muito habilidosa, com golpes diferentes. Adoro vê-la jogar.”
Sábias palavras as dela. Muito maduro da ordem dela.