Para apagar qualquer dúvida sobre seu estado físico, Jannik Sinner aproveitou a conhecida superioridade técnica sobre Alex de Minaur e despachou a última esperança australiana de forma quase cruel. A freguesia subiu para 10 a 0, incluindo os últimos 20 sets, e com isso o atual campeão, de volta aos trilhos, está a duas vitórias do bi.
O número 1 jamais se mostrou econômico. Mexeu-se com enorme destreza, disparou bombas dos dois lados, defendeu-se quando necessário e se deu ao luxo de voleios e deixadas desconcertantes. Repertório completo para a segunda semi seguida na Austrália e a quinta geral em Slam. Aliás, somando-se os títulos de Melbourne e Nova York do ano passado, são agora 19 vitórias seguidas no piso duro em Slam.
Sinner foi questionado algumas vezes sobre a recuperação atlética que conseguiu depois do susto que deu no duelo contra Holger Rune, dois dias antes, em que chegou a ser longamente atendido no vestiário. E garantiu que o ponto crucial esteve no descanso do corpo. Dormiu o máximo possível e só bateu bola por 40 minutos.
Invicto desde outubro, reencontrará na sexta-feira o canhoto Ben Shelton, um tenista com saque poderoso mas que sabe se virar no fundo de quadra. O norte-americano de 22 anos terá a segunda chance de decidir um Slam, como aconteceu no US Open de 2023. Se o fizer, chegará ao top 10 do ranking e deixará a nobre lista ainda mais jovem.
Shelton marcou sua primeira entrada na arena Rod Laver com um jogo muito divertido diante do italiano Lorenzo Sonego, em que os dois correram muito e fizeram alguns pontos espetaculares. No total, os dois foram à rede nada menos que 139 vezes, mas o italiano optou muito mais pelos voleios (venceu 67 de 90 tentativas). A favor de Shelton, esteve um balanço muito positivo entre winners (54) e erros (33). Chegou a fazer um game de serviço de míseros 61 segundos.
Ah, what… How did the ball end up there?!
Not for the first time at #AO2025, Lorenzo Sonego wins a crazy point!@wwos • @espn • @eurosport • @wowowtennis pic.twitter.com/UifdSZjdEz
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 22, 2025
A lógica diz que Shelton terá de jogar com um grau de risco bem alto caso queira voltar a ganhar um set de Sinner, algo que fez lá no primeiro duelo entre eles, no final de 2023. Desde então, o máximo que conseguiu foi levar o italiano a tiebreaks. Três das quatro vitórias de Sinner vieram sobre piso duro e uma outra, na grama.
Keys desafia Swiatek
Ainda que Emma Navarro tenha sido a tenista que fez Iga Swiatek ficar mais tempo em quadra neste Australian Open, a número 8 do ranking lutou, lutou, lutou e só conseguiu tirar três games da cabeça 2, que segue decidida para a tentativa do sexto troféu de Grand Slam, que seria o segundo fora do saibro, e de quebra para o retorno à liderança do ranking. Ainda que esteja longe de ser um recorde, ceder apenas 14 games rumo à semi é uma campanha impressionante.
Navarro, que não cruzava com Swiatek numa partida oficial desde que as duas jogaram um ITF aos 16 anos, ficou impressionada. “Ela é definitivamente veloz e disputa cada ponto com muita intensidade. Tem uma forma diferente de jogar e se mexer. É difícil não se afetar com isso”. Desde a estreia, digamos, mais difícil, em que tirou Katerina Siniakova por 6/3 e 6/4, Swiatek não perdeu mais do que dois games em cada set disputado.
Essa será a tremenda montanha que Madison Keys terá de escalar na rodada noturna local desta quinta-feira. Claro que não falta experiência a ela, que já está em sua sétima semi de Slam, com um vice no US Open, e a terceira em Melbourne. Sua trajetória inclui a eliminação de três cabeças de chave – Danielle Collins, Elena Rybakina e Elina Svitolina -, reforçando seu ótimo início de temporada, com 12 vitórias em 13 jogos realizados, 10 delas seguidas.
A virada em cima de Svitolina nesta rodada foi uma mostra clara de quanto seu tênis está sólido, sem perder agressividade, ingredientes essenciais se quiser sucesso contra Swiatek. O histórico entre elas favorece a polonesa por 4 a 1, mas no piso duro há empate por 1 a 1. Ex-número 7 do ranking e recém casada com o ex-profissional Bjorn Fratangelo, Keys é outra que garantiu a volta ao top 10.
Sinner x Shelton
Pobre amarelinha.
Sinner está escrevendo como se deve jogar tênis hoje e em um futuro próximo, incrível como ele joga simples, um maravilhoso pragmatismo tático e técnico, sem pirotecnia alguma, ele determinará o ritmo do atual tênis, sem brechas em seu jogo, sem distrações, se há uma lacuna é física, se houver ainda por cima.
Iga acrescentou a seu jogo, força, está batendo maís flat, maís pra dentro da quadra, uma pressa com controle, como é bom ver um atleta mesmo estando lá em cima, agregando, ousando, testando, acho que se ela chegar com sabalenka, será menos reativa, irá propor mais o jogo.
Sinner é Novak 3.0
Iga está se tornando serena 2.0
Rapaz, o Sinner brutalizou o De Minaur mais uma vez. Acordei torcendo por um jogo mais parelho, mas sem condições. Lá vai em 10×0 o histórico, e nesse ritmo o “virgin h2h” tende a aumentar, pois são muito jovens ainda.
Mantendo esse nível de hoje, as chances de que Shelton possa fazer frente ao italiano são zero. Mas o imponderável …
E sobre a Iga, jogadora ídolo do nosso colega Flávio, segue tratorando todas. Acho que só a Sabalenka para tentar fazer uma gracinha, e olhe lá!
As orações à favor do restabelecimento da plena atleticidade de Sinner, o bom moço, surtiram efeito. Durante minhas petições, sem conseguir entender exatamente em qual contexto, pois acredito que deveras estava em algum estado de transe tal a profundidade e plenitude de minha concentração, mencionei mais de uma vez a palavra “djocoviqui”. Acredito ser uma palavra muito antiga de muito significado e forte teor espiritual, bastante usada nas evocações dos nossos ancestrais.
Hahaha, muito bom Ronildo!! E não se esqueça do que vc mesmo desejou um tempo atrás: o ideal é o sérvio vencer todas e parar só na final, pois aí temos alguém pra torcer contra toda rodada. Sendo assim, tudo certo até aqui, rs!
Ahh, tem este climax da alegria também Vitor, bem lembrado! Kkkk
A palavra nem é tão antiga assim, Ronildo. Não tem nem 40 anos.
E fico comovido de ver como você se preocupa com a saúde do italiano.
Que tocante!
O Sinner joga demais, mas convenhamos que o australiano não incomoda em nada! Parecia um profissional contra um juvenil. Já o Shelton tem um jogo mais explosivo e um saque muito pesado. Será um ótimo teste pro Sinner, que é favorito.
Acredito em Sinner X Djoko e Sabalenka X Iga.
O DiMenor tomou outro choque de realidade hoje. O primeiro foi em 2023 contra o Djoko aí mesmo no Australian Open. Falou demais e levou uma surra jogando em casa.
Sinner tá absurdo, como de costume. O italiano é uma espécie de Berdych 4.0 e já tá na final. Shelton se tentar trocar bola vai ser amassado, se partir pra agressividade vai errar além da conta.
A dúvida mesmo é quem passa de Djoko x Zverev. Acho Nole levemente favorito em condições físicas normais e francamente o sérvio é o único com chances de bater o Sinner na final. O Zverev pode até ganhar dessa versão do Djoko mas nao vejo ele ganhando do Sinner domingo.
Pelo que vem jogando, será surpresa se a Iga não levar o troféu de campeã. Parafraseando a Navarro, a polonesa é um azougue na quadra.
Eu dissera que Djoko x Alcaraz seria a final antecipada, tendo em vista o problema físico apresentado pelo Sinner na partida anterior. Mas hoje, com o seu retorno aos trilhos, sou obrigado a desdizer.
Troquei, disse oitavas e na realidade era quartas
Na minha opinião, o Sinner leva esse Slam. Eu acho que hj só quem bateria de frente se estivesse jogando no seu auge físico era o aposentado Nadal. Talvez o jogo de Sinner não casaria com o de Nadal. Se ficar nessa trocação com ele, o cara leva o adversário ao limite. E olha que torço para o Djoko!