Paris (França) – De volta à final de Roland Garros depois de três temporadas, Coco Gauff se sente muito mais preparada para uma disputa de título de Grand Slam. A ainda jovem norte-americana de 21 anos relembra a derrota sofrida pra Iga Swiatek na final de 2022. Mais experiente, volta a desafiar uma líder do ranking e enfrenta Aryna Sabalenka no próximo sábado em Paris.
“Estou muito animada por voltar à final. Feliz com o meu desempenho hoje. Ainda há muito trabalho a fazer, mas quero aproveitar esse momento e estar pronta para o sábado”, disse Gauff, na coletiva de imprensa após a tranquila vitória por 6/1 e 6/2 sobre a francesa Lois Boisson nesta quinta-feira.
“Na minha primeira final aqui, eu estava super nervosa e me subestimei antes mesmo da partida começar”, acrescentou a número 2 do mundo. “Agora, tenho muito mais confiança por já ter disputado duas finais de Slam e vencido uma. Sei o que esperar, darei o meu melhor e vou tentar estar o mais calma e relaxada possível. O que tiver que acontecer, vai acontecer. O importante é saber que dei tudo de mim”.
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A adversária da vez é Sabalenka, que busca o quarto título de Grand Slam e chega motivada por eliminar Iga Swiatek, tetracampeã em Paris. “Acho que a principal qualidade dela é a potência nos golpes. Ela consegue acertar winners de praticamente qualquer lugar da quadra. Além disso, tem um saque muito forte e uma mentalidade de guerreira. Vai lutar até o fim, independentemente do placar. Essas são as três principais características dela: potência nos golpes, saque e atitude mental”.
Coco Gauff back in the final 3 years after her first one, hear from her after her match 🎙️#RolandGarros pic.twitter.com/r7MoEjHOPN
— Roland-Garros (@rolandgarros) June 5, 2025
Vitória sobre Boisson e ambiente da Chatrier
Apesar da vitória tranquila no placar, o confronto contra Lois Boisson envolvia outros elementos além da técnica. Aos 22 anos, Boisson fazia sua estreia em Grand Slams após se recuperar de uma grave lesão no ligamento cruzado anterior e protagonizou uma campanha histórica, sendo a primeira francesa a alcançar uma semifinal em Roland Garros desde Marion Bartoli, em 2011. Atual 361ª do ranking, ela saltará para pelo menos o 68º lugar.
Gauff fez questão de elogiar a adversária, algoz das top 10 Jessica Pegula e Mirra Andreeva: “O plano é sempre começar forte, mas hoje isso era especialmente importante. A Lois é uma jogadora incrível. Neste torneio, ela provou que está entre as melhores do mundo, especialmente no saibro. Tenho certeza de que ainda vamos nos enfrentar muitas vezes no futuro, espero que aqui mesmo. Parabéns a ela por um torneio incrível. Hoje apenas foi o meu dia”.
Outro fator que a norte-americana soube administrar com maturidade foi o ambiente. Enfrentar uma francesa na quadra Philippe Chatrier significa jogar contra quase 15 mil torcedores. “Essa foi a primeira vez que enfrentei uma jogadora da casa aqui, pelo que me lembro. Eu me preparei mentalmente antes da partida. Sabia que durante o jogo o apoio seria 99% para ela, mas tentei bloquear isso. Quando eles gritavam o nome dela, eu dizia o meu próprio nome em voz baixa, só para me motivar. Às vezes, você precisa fazer esse tipo de coisa”.
Parabéns à Gauff. E parabéns também à francesa Boisson pelo belíssimo campeonato.