Miami (EUA) – Campeã do WTA 1000 de Miami no último sábado, Danielle Collins se emocionou com a maior conquista de sua carreira. Ainda mais por este ser seu último ano no circuito profissional e por ter vencido um título tão importante jogando em casa, na Flórida, diante de tantas pessoas que acompanharam desde o início.
“Foi incrível entrar em quadra hoje e sentir a energia dos fãs. Senti como se estivesse jogando na frente de milhares de meus melhores amigos, isso foi simplesmente surreal. É um sonho que se tornou se realidade, depois de ter jogado de forma consistente nas últimas duas semanas”, disse Collins, após a vitória por 7/5 e 6/3 sobre a cazaque Elena Rybakina na final de Miami.
Ex-número 7 do mundo e finalista do Australian Open de 2022, a norte-americana de 30 anos tinha apenas dois títulos de WTA na carreira, em Palermo e San Jose em 2021, e estabeleceu como uma das metas para sua temporada de despedida conquistar um torneio de nível 1000. “Sempre quis vencer todos os torneios em que me inscrevi, mas acho que, por ser meu último ano, eu realmente queria tentar ganhar um WTA1000. Isso era muito importante para mim e algo que eu conversei muito com todos que estão perto de mim. Era um dos meus objetivos e agora posso riscar da lista”, explicou a atual 53ª do ranking, que saltará para o 22º lugar quando a tabela for atualizada na segunda-feira.
“To come out here and feel like I was playing in front of thousands of my best friends… it was an incredible environment. I’ve never experienced anything like it.”
-Danelle Collins | #MiamiOpen pic.twitter.com/TEnyDGiGc7
— wta (@WTA) March 30, 2024
Para superar Rybakina, campeã de Wimbledon há duas temporadas e que jogou a segunda final seguida em Miami, Collins sabia que precisaria jogar seu melhor tênis e não perder o foco. “Eu não queria estar focada em nada que não fosse o jogo. Acho que parte da razão pela qual joguei tão bem e fiz um bom trabalho hoje. Tive a mentalidade de que precisava aproveitar cada minuto disso. Este é o meu último ano, é a minha última temporada e estes são alguns dos meus eventos finais. Quero lembrar desses momentos”.
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“Tive alguns match points, mas Elena estava fazendo ótimas jogadas, me empurrando para trás da linha dde base e me forçando a inventar algumas coisas boas em termos de movimento. É muito desafiador quando alguém força você a apresentar o seu melhor. Eu certamente me senti assim nas devoluções e no saque hoje. Sabia que precisaria jogar meu melhor tênis”, explica a jogadora da casa, que precisou jogar quatro match-points até que a vitória fosse confirmada.
“I used to beg my dad to take me here and he said, ‘You can go when you play in the tournament.'”
Danielle Collins just WON the tournament!#MiamiOpen pic.twitter.com/s2bN4gvGIV
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Collins anunciou em janeiro que está será sua última temporada no circuito profissional, independentemente dos resultados que tiver ao longo do ano. A decisão foi motivada pelo desejo de se tornar mãe e por alguns problemas de saúde que ela teve nos últimos anos. A tenista trata desde 2019 da artrite reumatoide e também foi diagnosticada com endometriose em 2022. “Sinto que todas essas perguntas têm um bom motivo, porque há muita gente gostaria de continuar me vendo jogar bem. Mas, como eu disse, tenho alguns problemas de saúde e isso torna as coisas um pouco mais difíceis para mim fora da quadra. Espero que todos possam respeitar isso. É uma coisa muito emocional e pessoal”.
Primeira norte-americana a vencer o WTA 1000 de Miami desde Sloane Stephens em 2018, Collins relatou ainda que vinha sofrendo com uma lesão nas costas nas últimas semanas, o que limitou sua rotina de treinamentos e a fez chegar com muitas dúvidas para o torneio. Ela só perdeu um set no caminho para o título, diante da canhota Bernarda Pera, ainda na primeira rodada.
“Há duas semanas, eu estava voltando de uma lesão nas costas que aconteceu em Austin. Fiquei arrasada por não conseguir terminar aquele torneio, porque era um evento muito importante para mim. É um dos meus meus eventos favoritos no ano. Depois fui para Indian Wells e tive vários dias de folga seguidos. Tive alguns dias, sem exagerar, que eu não conseguia andar. Foi terrível. Felizmente, acho que com a ajuda da fisioterapia e do quiroprático, conseguimos controlar a dor e fazer alguns ajustes nos meus treinamentos e recuperação”, relatou a jogadora.
“Depois de Indian Wells, consegui alguns bons dias de treino. Eu me senti bastante confiante, mas ainda assim, não tive a quantidade de tempo de treino que eu gostaria. Isso me deixou um pouco nervosa. Quando vencia a primeira rodada, um jogo duro contra a Bernarda Pera. fiquei muito feliz. Mas também fiz um ótimo trabalho ao colocar todo aquele medo de lado”, acrescenta. “Acho que em muitos momentos, somos perfeccionistas. Queremos uma preparação perfeita, queremos o aquecimento perfeito, queremos o treino perfeito, queremos nos sentir perfeitos o tempo todo. Acho que o que torna algumas jogadoras as melhores do mundo é que elas aprendem a lidar com essas coisas. Isso é o que mais aprendi neste torneio: ‘Ok, nunca vai ser 100% e você tem que descobrir uma maneira de superar esses desafios”.
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Parabéns à Danielle pelo título e pela postura!
Ela disse uma frase que deveria se tornar um mantra para muitas tenistas:
“-Mas também fiz um ótimo trabalho ao colocar todo aquele medo de lado”, acrescenta. “Acho que em muitos momentos, somos perfeccionistas. Queremos uma preparação perfeita, queremos o aquecimento perfeito, queremos o treino perfeito, queremos nos sentir perfeitos o tempo todo. Acho que o que torna algumas jogadoras as melhores do mundo é que elas aprendem a lidar com essas coisas. Isso é o que mais aprendi neste torneio: ‘Ok, nunca vai ser 100% e você tem que descobrir uma maneira de superar esses desafios”.
Pura verdade!
isso aí, Collins !!! calando a boca desses machistas, misóginos e intolerantes que te atacam covardemente pela simples decisão de querer ser mãe !
Nunca tinha visto esta tenista sorrir, sempre carrancuda e gritona.
Li várias coisas importantes nas suas falas acima.
Alguns incluem a Collins no grupo dos jogadores e jogadoras antipáticos, mas eu não, eu gosto dela, torci por ela neste torneio, tive a intuição que ela venceria e até fiz uma apostinha nela nos seus 2 últimos jogos. :) Obrigado Collins ! :)