Bia admite falhas e diz que ignora críticas agressivas

Felipe Priante
Especial de Paris

Os Jogos Olímpicos terminaram para a paulista Beatriz Haddad Maia na última quarta-feira, com a derrota nas duplas ao lado da conterrânea Luisa Stefani. A número 1 do Brasil em simples lamentou o seu nível contra as britânicas Katie Boulter e Heather Watson, principalmente na devolução. Ela também reforçou seu descontentamento pela derrota em simples, mas também que é hora de olhar para frente e tentar melhorar.

“A gente teve uma boa estreia onde eu consegui ajudar bastante do fundo e ela na rede. Hoje performei abaixo, principalmente nos meus momentos de devolução de saque. Mesmo assim tivemos algumas oportunidade e acabou que fomos menos agressivas e menos consistentes. Derrota é sempre um resultado que ninguém quer, mas é um aprendizado e semana que vem tem mais”, comentou Bia sobre a queda nas duplas

Em sua primeira participação olímpica, Bia lembrou que tudo era novidade para ela e fez um balanço do torneio. “Sabíamos que era uma competição dura, que estava todo mundo muito bem preparado. Assim como em simples e nas duplas tive minhas oportunidades, confesso que em simples não tive uma atitude condizente com o que eu gostaria, mas é tênis e faz parte, segunda-feira eu começo de novo. Acho que o maior aprendizado é que nossos problemas e dificuldades são resolvidas dentro de quadra com trabalho duro”.

Infiltração nas costas depois de Wimbledon

A canhota paulista confirmou que após Wimbledon fez uma infiltração nas costas, mas garantiu que não foi nada sério e que o problema não a atrapalha em quadra. “Voltei para casa e aproveitei para fazer um procedimento de infiltração nas costas. Dor e lesão para mim não são uma desculpa, não é por isso que uma devolução entra ou sai”, afirmou Bia.

“Eu sei lidar com isso, desconforto todo atleta de alto rendimento tem. Da minha parte é trabalhar duro, estou bem fisicamente, não tenho nenhuma dor que me limite em quadra. Agora é melhorar o tênis”, acrescentou a tenista de 28 anos, atual 22 do mundo em simples e 50 nas duplas.

“Ninguém faz ideia de quanto a gente trabalha e temos a consciência de quanto o trabalho duro paga no final do dia, estamos com a consciência tranquila que a gente faz o nosso melhor. Até gostaria de ressaltar que tenho uma gratidão enorme pelo meu time. Tenho muito orgulho deles, estamos sempre buscando soluções para melhorar e esse é o maior ponto forte, estamos sempre abertos para evoluir” acrescentou.

Desconectada, Bia filtra as críticas

A canhota paulista revelou que durante os torneios deixa as redes sociais de lado e foca apenas no evento. “Durante as competições acho inviável usar o telefone, admiro quem usa e consegue, mas eu prefiro não ter acesso. Nunca me alimentei dos elogios porque na derrota a gente sabe que também aparecem as críticas. Sei que as críticas construtivas fazem parte, as pessoas muitas vezes criticam porque acreditam em você, mas discordo de muitas”, falou Bia.

Sempre tentando filtrar as críticas, ela prefere desconsiderar aquelas que são apenas agressivas. “Desejo às pessoas que só atacam que consigam evoluir consigo mesmas, a crítica que só ataca diz muito sobre a pessoa e não sobre mim. Tenho a consciência tranquila com o que faço e o meu tempo eu gasto cuidando da minha vida, não da vida dos outros”, encerrou.