Bem-humorada, Sabalenka coloca Iga como favorita ao título em Paris

Foto: FFT

Paris (França) – A atual número 1 do mundo venceu sua terceira partida em Roland Garros por sets diretos, diante da sérvia Olga Danilović. Com parciais de 6/2 e 6/3, a bielorrussa Aryna Sabalenka manteve o controle sobre o jogo e acredita ter lidado bem com as condições de tempo adversas.

“As condições estavam completamente diferentes. Está mais quente hoje e a bola voa com mais velocidade. Os quiques são muito mais altos. Você tem que ajustar seu jogo, porque fisicamente é um pouco mais exigente. Então fico muito contente que consegui me adaptar e venci”, explicou.

Durante a partida, a bielorrussa não seguiu a recomendação de trocar definitivamente sua raquete por uma outra de peso menor, em função da velocidade do jogo. Ao invés disso, Sabalenka permutou entre raquetes de diferentes pesos conforme sentia a necessidade e disse ter se sentido melhor.

Ao comentar sobre sua adversária, Aryna teceu elogios e depositou grandes expectativas no futuro da atleta de apenas 24 anos: “Ela é uma oponente difícil, é uma lutadora. Em questão de jogo, ela definitivamente tem potencial para estar entre as 20 ou 10 melhores jogadoras do mundo. Se ela estiver mentalmente pronta para lidar com a pressão, será capaz de disputar. Não importa qual foi o resultado final, a partida foi dura, foi uma batalha”.

No domingo, Sabalenka retorna às quadras para enfrentar a norte-americana Amanda Anisimova e tem favoritismo no embate questionado pelo retrospecto recente. Ambas protagonizaram confronto no WTA 1000 de Toronto, quando Anisimova derrotou Sabalenka por sets diretos.

Apesar da boa campanha, a bielorrussa elencou Iga como favorita ao título do Aberto da França e colocou pressão sobre a polonesa, mas disse que o tênis feminino é difícil de se prever. “Vamos deixar (o favoritismo) com ela, já que venceu aqui três vezes seguidas nos últimos anos”, comentou a líder do ranking.

Por trás das entrevistas bem-humoradas

Perguntada sobre o caso em que brincou com sua equipe ao dizer que a odiava, durante uma entrevista no Masters 1000 de Indian Wells, Sabalenka comentou sua relação com os depoimentos para a imprensa e contou que sempre gosta de tornar as coletivas descontraídas.

“Só estou sendo eu mesma. Não estou tentando ser algo diferente. Acho que senso de humor é a melhor coisa que se pode ter na vida. Então sempre tento fazer graça. É o meu jeito de ser e da minha equipe também. É tudo natural. Quando tenho que dar um depoimento, nunca preparo discurso, como podem ver. Não importa se ganhei ou perdi a partida, sempre acho um jeito de tornar as coisas divertidas e aproveitar o momento”, relatou.

Apologia a Novak Djokovic 

Ao ser questionada sobre o fim da carreira de Djokovic. Sabalenka se recusou a fazer palpites sobre a despedida do ídolo sérvio. “Você está tentando colocar pressão sobre Novak. Deixe ele em paz”, respondeu Aryna, que elogiou a disposição do ex-número 1 do mundo para os torneios.

“Ele está em forma, forte mentalmente e fisicamente. Acredito que ele esteja preparado para jogar por mais dois ou três anos. Ele está indo muito bem. Claro que ele tem altos e baixos como qualquer outro. Eu acho que, quanto mais velho se fica, é mais difícil se manter consistente em alto nível. Mas sempre que ele está saudável e em boa forma, ele está na quadra e demonstra um ótimo tênis”.

Sobre uma possível aposentadoria, a bielorrussa expressou que seria uma grande perda para o tênis e mencionou a cerimônia de homenagem a Rafael Nadal em Roland Garros, quando o Big Four esteve reunido, dentre os quais três já abandonaram as quadras.

Sabalenka enalteceu as conquistas e a carreira vitoriosa do sérvio e disse que, depois que Djokovic aposentar sua raquete, Sinner e Alcaraz terão pouco mais de uma década para tentar repetir seus feitos. “Então deixemos Novak disputar e mostrar sua grandiosidade para inspirar a atual geração”, concluiu.

Problemas com treinadores

Sabalenka compartilhou algumas experiências ruins com treinadores em Belarus, que frustravam suas expectativas, ao invés de motivá-la: “Eu sempre fui motivada e eles (treinadores) nunca tiveram de me incentivar. Mas já ouvi muitos deles dizerem que não era inteligente o suficiente, que sou estúpida e que não tinha o que era preciso para chegar ao topo. Eu só ria e dizia: ‘Veremos'”.

Ao final, Sabalenka ressaltou os impactos negativos da cobrança desmedida na carreira de jovens tenistas e disse que esses treinadores deveriam “se demitir para salvar outros jogadores”.

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William
William
23 dias atrás

Reportagem nada a ver…ela falou da Iga nessa entrevista? Se não, só colocou no título para chamar leitores.

Vinicius Chaves
Vinicius Chaves
23 dias atrás
Responder para  William

“Apesar da boa campanha, a bielorrussa elencou Iga como favorita ao título do Aberto da França e colocou pressão sobre a polonesa, mas disse que o tênis feminino é difícil de se prever. “Vamos deixar (o favoritismo) com ela, já que venceu aqui três vezes seguidas nos últimos anos”, comentou a líder do ranking.”

José Afonso
José Afonso
23 dias atrás

Sabalenka (quase) sempre bem-humorada. Provavelmente a mais carismática, ao menos entre as tops, que são as que conheço.

Falou muito bem sobre o GOAT. Perfeita resposta.

Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
23 dias atrás

Serve o alerta para as novatas: Cuidado com alguns que se dizem técnicos.

Gabriel
Gabriel
23 dias atrás

“e disse que esses treinadores deveriam “se demitir para salvar outros jogadores””, é sobre isso Sabelenka, alguns treinadores deveriam realmente se demitir…

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
22 dias atrás

Algumas obseervações de Aryna Sabalenka, atual nº 1 do ranking, sobre Novak Djokovic: “Você está tentando colocar pressão sobre Novak. Deixe ele em paz”, ao ser questionada sobre o fim da carreira de sérvio; “Ele está em forma, forte mentalmente e fisicamente. Acredito que ele esteja preparado para jogar por mais dois ou três anos. Ele está indo muito bem. Claro que ele tem altos e baixos como qualquer outro. Eu acho que, quanto mais velho se fica, é mais difícil se manter consistente em alto nível. Mas sempre que ele está saudável e em boa forma, ele está na quadra e demonstra um ótimo tênis”; “Então deixemos Novak disputar e mostrar sua grandiosidade para inspirar a atual geração”. Opinião de quem entende do assunto, conhece a rotina do tênis profissional e sabe como funciona o circuito é outro nível, né? Além disso, ela mostra uma grande sensibilidade, que uma minoria consegue enxergar, que é perceber como Novak Djokovic serve de inspiração para as novas gerações. Parabéns Sabalenka pela sensatez, lucidez e sensibilidade de suas palavras. Eu já era seu fã e passei a te admirar mais ainda.

José Afonso
José Afonso
22 dias atrás

Mas os “especialistas” que comentam aqui no site falam que é um “ex-jogador em atividade”, rs.

Talvez eles pensem que se desejarem e repetirem muito, se torne realidade.

Lenisa
Lenisa
22 dias atrás
Responder para  José Afonso

Vou além: os que falam asneiras sobre Novak só se projetam nele. São ex qualquer coisa em atividade, frustrados e perdedores que não suportam ver um já consagrado atleta esbanjando vitalidade, disposição, garra e coragem … os recordes quebrados são apenas consequências.

José Afonso
José Afonso
21 dias atrás
Responder para  Lenisa

É possível, Lenisa. Mas acho que a maioria dos haters dele têm como razão o imenso rancor dele ter evitado muitos grandes títulos de seus jogadores preferidos (Fedal) e conquistado os principais recordes do esporte, deixando os outros dois pra trás.

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
22 dias atrás
Responder para  José Afonso

Os “especialistas” devem estar ansiosos pela aposentadoria do Djokovic. Ex- jogador em atividade que, na fase ruim, chegou nas semifinais dos AO 2024 e 2025, ganhou a medalha de ouro das Olimpíadas de Paris 2024, foi finalista dos Masters 1000 de Xangai 2024 e Miami 2025 e campeão do ATP 250 de Genebra 2025. Nada mal para um ex-jogador em atividade.

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