Montréal (Canadá) – A noite de sábado em Montréal foi especial para Victoria Mboko, que garantiu vaga nas quartas de final de um WTA 1000 pela primeira vez aos 18 anos, depois de vencer Coco Gauff, número 2 do mundo e principal cabeça de chave do torneio. Ainda em choque depois de conseguir a maior vitória da carreira, a jovem canadense conta que controlar as emoções e manter o estilo de jogo agressivo foram fundamentais para o resultado.
“Foi uma das maiores partidas que já joguei na minha carreira até agora. Estou muito feliz com a forma como tudo aconteceu”, afirmou Mboko após a vitória por 6/1 e 6/4. “Jogar contra a Coco obviamente nunca é fácil. Ela é a número 2 do mundo e foi uma grande oportunidade para mim enfrentar alguém como ela. Estou feliz por ter conseguido manter a calma hoje e por ter vencido”.
Na coletiva de imprensa, realizada quase uma hora depois da partida, canadense confessou que ainda estava assimilando o feito. “Ainda nem sei o que dizer. Fiquei meio em choque com tudo. As coisas aconteceram muito rápido e tinha muita gente assistindo. Hoje consegui aproveitar um pouco mais, mas ainda estou no embalo da vitória”.
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“Para ser honesta, eu não senti tanta pressão. Queria me sentir ainda mais relaxada do que normalmente fico em situações assim, porque é claro que foi um momento difícil quando ela teve vários break-points no segundo set. Mas eu queria manter minha compostura o máximo possível e não entrar em pânico”, explicou a jovem tenista. “Olhei para o meu time e eles estavam me transmitindo calma e me confortando. Isso me ajudou muito a voltar para o jogo. Só queria me manter sólida e jogar um tênis sem medo”.
Apoio da torcida foi fundamental
O apoio da torcida também fez a diferença para a canadense, especialmente no momento decisivo da partida. “No segundo set, nenhuma de nós tinha conseguido quebrar até o final. Lembro que no último game, quando eu estava com 5/4, o público começou a torcer ainda mais alto e ficou tudo muito barulhento. Usei aquilo como combustível para me motivar ainda mais”.
“A torcida me ajudou demais, principalmente no último game. Foi incrível. Eles vêm a todos os meus jogos e me apoiam muito. Sou extremamente grata. Nunca tive tanta gente torcendo por mim em um torneio, ainda mais em um WTA. Esse é basicamente o único torneio da WTA que o Canadá tem, então significa muito para mim”, acrescentou a tenista da casa.
Canadense não perdeu o foco com erros de Gauff
Sobre os erros de Gauff no começo da partida, Mboko revelou que preferiu não se distrair com isso. Gauff fez mais winners na partida, 13 a 7, mas cometeu 22 erros contra apenas 11. “Sinceramente, nada passou pela minha cabeça naquele momento, porque isso faz parte do jogo. As pessoas cometem erros. Eu também erro. Então eu me concentrei no que eu precisava fazer. Não prestei tanta atenção no que ela estava fazendo, só queria ser o mais sólida possível e fazer minha parte”.
Mesmo com toda a euforia pela vitória, Mboko mantém sua rotina diária. Sua próxima rival é a espanhola Jessica Bouzas, de 22 anos e 51ª do ranking, que também faz quartas em um torneio de nível 1000 pela primeira vez. “Tenho feito exatamente as mesmas coisas todos os dias. Gosto de manter a mesma rotina durante o torneio. Acho que sou um pouco supersticiosa nesse sentido, mas gosto de deixar tudo bem simples. Faço as mesmas coisas todos os dias, e pronto”.
Vitória importantíssima em um esporte dominado por brancos e brancas. Gauff, as Williamses, Zina Garrison, Arthur Asha, MaliVai Washington e tantos outros não chegavam a ser negros. Eram apenas pardos que sofreram algum processo de branqueamento racial. Agora temos finalmente uma negra!
Que desgraça de comentário é esse, meu Deus? Sério que agora estamos medindo a negritude das pessoas?
No futuro talvez esteja disputando um lugar entre as top 10. É muito forte, agressiva mas também habilidosa.