Londres (Inglaterra) – De volta a uma semifinal de Grand Slam depois de seis temporadas, Amanda Anisimova vive sua melhor temporada aos 23 anos. A ainda jovem norte-americana conquistou em fevereiro seu primeiro WTA 1000 em Doha e ainda entrará no top 10 pela primeira vez depois de Wimbledon. O bom desempenho marca o retorno definitivo da jogadora às competições após ter ficado afastada por oito meses, em 2023, para cuidar da saúde mental.
“Foi algo necessário para eu me reencontrar, tanto na vida pessoal quanto na carreira”, explicou Anisimova na coletiva de imprensa desta terça-feira. “Senti que era algo que precisava fazer por mim mesma. E, sim, ajudou muito. Quando voltei, não foi uma escalada linear. Tive altos e baixos, demorei a me readaptar à rotina e à exigência de competir nesse nível. Não é nada fácil”.
A norte-americana, semifinalista de Roland Garros aos 17 anos, passou por dois longos períodos fora do circuito: o primeiro após a morte do pai em 2019 e o segundo em 2023. Nesse intervalo, se dedicou aos estudos e a atividades voluntárias até se sentir pronta para competir novamente. “Foi uma montanha-russa”, resumiu. “Entrar no circuito ainda adolescente foi algo muito especial. Passei por vários momentos diferentes e aprendi lições fundamentais sobre como lidar com certas situações. Ter acumulado essas experiências tão jovem me ajuda muito hoje”.
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A vaga na semifinal veio com vitória por 6/1 e 7/6 (11-9) sobre a russa Anastasia Pavlyuchenkova, ex-top 15 e atual 50ª do ranking. Anisimova chegou a liderar o segundo set por 5/2, teve dois match-points e precisou resistir até o tiebreak do segundo set para confirmar a classificação.
“Foi uma batalha muito dura. Ela é uma adversária difícil. Fiquei feliz com a maneira como lutei até o fim e consegui reagir nos momentos decisivos”, disse a norte-americana. “Normalmente eu fico com dor de estômago de tanto nervosismo, é engraçado falar disso. Hoje, por sorte, não tive. Estava tentando não demonstrar nada, só manter a calma e continuar brigando. Senti que precisava me concentrar de verdade no tiebreak. Acho que consegui elevar meu nível naquele momento e fiz um bom trabalho até o fim”.
Histórico positivo contra Sabalenka
Na semifinal, Anisimova enfrentará Aryna Sabalenka, líder do ranking mundial. Apesar da diferença no ranking, a norte-americana lidera o retrospecto por 5 a 3, embora a bielorrussa tenha vencido o duelo mais recente, em Roland Garros. “Vai ser outro jogo duríssimo. Sei que ela vai apresentar um tênis incrível. Não há ninguém melhor para eu enfrentar numa semifinal de Wimbledon do que a número 1 do mundo”.
“Meu nível está muito alto no momento. Estou fazendo tudo certo, então sinto que estou me dando a melhor chance possível. Estou ansiosa pela experiência e vou aproveitar cada momento”, comentou a jovem tenista, que busca a primeira final de Slam. “Todas as nossas partidas foram difíceis, muitas foram em três sets. Nós duas somos agressivas, e quando jogamos uma contra a outra, isso se acentua. Acho que sempre conseguimos extrair o melhor do jogo uma da outra. Gosto do desafio que ela representa e acho que o sentimento é recíproco”.
Serve muito bem de exemplo para outras jogadoras!!!
Não tenho acompanhado muito os jogos da americana. Mas parece que vem crescendo muito este ano. Porém, para derrotar a Sabalenka acho uma tarefa hercúlea agora para a americana. Não impossível, mas muito difícil. A única que acredito que possa fazer frente à bielorrussa, no momento, é a polonesa Swiatek.