Alcaraz diz que final de Paris não influencia reencontro com Sinner

Foto: Joel Marklund/AELTC

Londres (Inglaterra) – Pouco mais de um mês de protagonizarem uma batalha de cinco sets e 5h29 na final de Roland Garros, Carlos Alcaraz e Jannik Sinner voltam a se encontrar em uma decisão de Grand Slam, desta vez na grama de Wimbledon. Atual bicampeão do torneio e também vencedor do duelo mais recente, Alcaraz lidera o histórico de confrontos por 8 a 4, mas acredita que o que aconteceu em Paris não é determinante para o resultado do próximo domingo.

“Vai ser uma final incrível, mais uma grande batalha”, projetou Alcaraz após a vitória sobre o norte-americano Taylor Fritz por 6/4, 5/7, 6/3 e 7/6 (8-6) na semifinal desta sexta-feira. “Mal posso esperar para disputar mais partidas contra o Jannik, seguir elevando a nossa rivalidade a um nível ainda mais alto”.

O espanhol minimizou qualquer vantagem psicológica por ter vencido os duelos mais recentes. “Sinceramente, não acho que vá ser um fator relevante”, afirmou. “O Jannik é um grande campeão, um jogador que aprende muito com as situações difíceis. Tenho certeza de que ele estará ainda mais forte e que trabalhou duro em tudo o que aconteceu lá, tanto física quanto mentalmente. Ele vai dar 100% e o bom é que nós também estamos prontos para isso”.

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Alcaraz, que já soma cinco títulos de Grand Slam, sendo dois em Wimbledon e dois em Paris e um no US Open, destacou que também tirou lições importantes da batalha no saibro francês. “Foi uma partida que me ensinou muito. E me lembrou que um ou dois pontos podem mudar tudo numa partida de cinco horas. É um esporte tão mental que você nunca pode desistir. Essa foi a maior lição que ficou para mim”, explica o número 2 do mundo, que salvou match-points na decisão de Roland Garros.

Com sua sexta final de Slam no currículo e embalado por uma sequência de 24 vitórias seguidas, Alcaraz pode se juntar ao sueco Bjorn Borg, entre os únicos homens na Era Aberta a conquistar os títulos de Roland Garros e Wimbledon em temporadas consecutivas. No caso de Borg, foram dois tricampeonatos entre 1978 e 1980 em Paris e Londres.

Apesar da chance de entrar para a história, o espanhol diz que não está preso a estatísticas. “Não estou pensando na sequência de vitórias ou nos números. Meu sonho é estar nestas quadras incríveis e jogar os torneios mais bonitos do mundo”, comentou. “É nisso que tento focar a cada torneio e é por isso que tento sempre levar alegria para a quadra”.

A atuação dominante de Sinner na semifinal contra Novak Djokovic também chamou a atenção de Alcaraz. “Sinceramente, fiquei um pouco surpreso. Vencer o Novak aqui em três sets é uma das coisas mais difíceis que se pode fazer no tênis”, avaliou o espanhol, que venceu Djokovic nas finais das duas últimas edições do torneio.

Alcaraz também falou com respeito sobre as qualidades do rival italiano, especialmente no backhand. “O backhand dele, sem dúvida. Mais especificamente, o backhand deslizando com a perna esquerda. Para mim, é um dos melhores do circuito, senão o melhor. É uma loucura o que ele faz”, afirmou, rindo. “E se você perguntasse a ele, acho que diria que gostaria de ter o meu dropshot ou meus voleios”.

Confiante, mas cauteloso, Alcaraz sabe que terá de elevar mais uma vez seu nível para repetir o título. “Hoje foi um jogo muito difícil, como sempre é contra o Taylor. E com o calor, ficou ainda mais duro”, analisou sobre a semifinal. “Estou muito feliz com tudo que fiz. Consegui lidar bem com os nervos. Jogar uma semifinal aqui não é fácil e estou orgulhoso da forma como mantive a calma e pensei com clareza. Estou satisfeito com o meu nível”.

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Duda
Duda
13 horas atrás

“Estou satisfeito com o meu nível”.

¡Yo también!

JClaudio
JClaudio
13 horas atrás

Alcaraz, caso nenhum problema físico aconteça, conquistará todos os grandes números do tênis (com 32 anos, poderá ter todos os recordes do tênis).
Seu jogo é sustentado pelo talento…algo inato, ele vence de qualquer maneira, jogando bem ou mal.
Caso Sinner perca novamente, terá um problema imenso, o espanhol terá um triplex na cabeça do italiano.
A diferença na corrida deve aumentar, Alcaraz tomará o número 1 do italiano daqui alguns meses.
O circuito, fora o 1 e 2, está muito fraco, o que impede de aparecer novos tenistas com capacidade de vencer, potencializando a supremacia do jovem espanhol.

Júlio Marinho
Júlio Marinho
9 horas atrás
Responder para  JClaudio

Oi, JClaudio. Alcaraz realmente está demais. Sinner também. Considerando o tênis, esse torneio já ganhou, independentemente do resultado, esperamos que Alcaraz. Agora, discordo que o o circuito fraco (diria mais o top 10 fraco) dificulte chegar mais alguém. Na verdade, facilita. Se chegar um novo fenômeno, e vamos torcer para que seja o João, vai passar por cima do top 10 direto até rivalizar com o top2. O resto vai ser varrido se vier alguém de calibre parecido. A ver.

Gustavo Luis
Gustavo Luis
38 minutos atrás
Responder para  JClaudio

Ainda é muito cedo pra afirmar isso, a qualquer hora podem surgir novos fenômenos no tênis que poderão rivalizar com Alcaraz e Sinner.

Além de que, não podemos esquecer que os atuais tenistas podem evoluir seu jogo e tornar mais difícil o domínio dos acima mencionados.

Realista
Realista
27 minutos atrás
Responder para  JClaudio

Também vejo dessa forma: tem tudo para dizimar os recordes, mas temos de ver se ele vai ter o foco para isso, ja que sabemos que ele não é um atleta estritamente profissional pois não abdica de todos os prazeres da vida em prol da carreira.
Mas ja no piso duro, o Sinner é uma máquina e vai por à prova a menor regularidade do espanhol. Também é a superfície mais fácil de surgir um novo grande jogador e retirar um pouco do espaço do Alca. Mas confio que ele ultrapasse todos os recordes.

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