Advogado de Sinner revela detalhes do acordo com a WADA

Foto: Tennis Australia

Londres (Inglaterra) – Apesar de já ter tido uma resolução, o caso Sinner continua dando o que falar no mundo do tênis. Depois de testar positivo por duas vezes para a substância clostebol, nos dias 10 e 18 de março de 2024, o jogador italiano acabou absolvido pela Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA), conforme decisão de um tribunal independente, em agosto.

No entanto, no final de setembro, a Agência Mundial Antidoping (WADA) emitiu um comunicado informando que apresentou um recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para reverter a decisão e buscar uma punição mais severa. O julgamento do caso estava previsto apenas para abril de 2025, mas na semana passada foi divulgado um acordo entre Sinner e WADA, impondo uma suspensão de apenas três meses ao atleta e encerrando de vez o processo.

Bastou essa notícia vir à tona para que muitos jogadores, técnicos e pessoas envolvidas nos bastidores do tênis viessem a público questionar o acordo. Com tantas dúvidas e suspeitas, algumas perguntas começaram a ser feitas, colocando em xeque a credibilidade dos órgãos competentes, da ATP e do próprio Sinner.

Para tentar encontrar respostas, a BBC conversou com ninguém menos do que o advogado de Jannik Sinner, o britânico Jamie Singer. Em entrevista ao veículo de seu país, ele revelou detalhes do acordo estabelecido com a WADA e afirmou que foi difícil convencer o jogador a aceitar a negociação, já que o tenista tinha total certeza de sua inocência.

“Foi bem difícil convencer Jannik a aceitar o acordo. Eu disse a ele que era melhor aceitar os três meses porque você nunca sabe o que pode acontecer em um julgamento. Eles iriam pedir uma suspensão de um ano e, embora houvesse lacunas em seus argumentos, você nunca sabe o que os juízes podem decidir. Três meses foi um bom cenário a ser aceito, na minha opinião”, explica o advogado do número 1 do mundo.

Membro da WADA também se explica

Pelo lado das autoridades, o conselheiro geral da WADA, Ross Wenzel, também esclareceu o assunto. “Não houve nenhuma mudança substancial, mas mudamos a perspectiva. Este foi um caso que estava a milhões de quilômetros de distância do doping. Recebemos a resposta científica de que não poderia ser resultado de doping intencional, então o cenário em um julgamento seria ou uma suspensão de um ano ou absolvição total”, afirmou.

Diante disso, a WADA considerou que nenhum desses dois cenários extremos condizia com a realidade ou justiça e partiu da entidade a tentativa de acordo. “No primeiro caso, seria comprometido um princípio importante do código antidoping, que estabelece que um resultado positivo deve resultar em alguma punição. Mas, no segundo cenário, não acredito que seria um bom desfecho para resolver toda a questão”, reforça Wenzel.

Não passa despercebido, porém, que o período da sanção foi favorável ao tenista italiano, garantindo que ele não perca nenhum Grand Slam e consiga retornar a tempo de jogar o Masters 1000 de Roma e Roland Garros. “Isso tornou a oferta mais atraente para nós”, reconhece Jamie Singer. “Se isso tivesse acontecido daqui a dois anos, Sinner não teria recebido nenhum tipo de sanção, apenas uma advertência”, comenta, referindo-se à mudança no regulamento que entrará em vigor em 2027, estabelecendo que nos casos em que jogadores forem reprovados nos testes, mas considerados inocentes – como Sinner – poderão sofrer desde uma reprimenda até uma suspensão de dois anos.

A reportagem da BBC também descobriu que houve duas tentativas da WADA de oferecer um acordo com Sinner, sendo que a primeira foi rejeitada por sua equipe, já que eles gostariam de apresentar sua defesa de maneira completa antes de tudo. “Desde o primeiro dia, Jannik aceitou a responsabilidade pelo que estava em seu corpo. Ele não desafiou a ciência, não questionou os resultados. Isso nos permitiu não desperdiçar tempo nem dinheiro com essa questão, mas focar nas evidências de como a substância chegou ao seu organismo, demonstrando tudo claramente”, destacou o advogado do italiano.

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Marco Aurelio
Marco Aurelio
3 horas atrás

Precisamos saber da IMPARCIAL opinião do Kyrgios!!! Kkkkkkkkkkk

SANDRO
SANDRO
1 hora atrás
Responder para  Marco Aurelio

Talvez, em um acordo, o invejoso do Kyrgios desse ao SINNER as opções da “cadeira elétrica” ou do “pelotão de fuzilamento”…

José Flávio nunes
José Flávio nunes
3 horas atrás

Houve um acordo mandraque.
Nada contra o jogador.
Por ser o número 1 fizeram uma manobra.
A justiça não é igual para o décimo e assim por diante.

SANDRO
SANDRO
2 horas atrás
Responder para  José Flávio nunes

SINNER punido com 3 meses mesmo sendo inocente e vítima de contaminação enquanto o agressor belga Zizou Bergs totalmente impune… É essa a (IN)justiça do tênis em pleno 2025???

Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
3 horas atrás

Se Sinner não aceitasse acordos em nenhuma hipótese, como ficaria o caso???
Acredito que ele sendo inocente não deveria ter punição alguma.
Do contrário……..

SANDRO
SANDRO
1 hora atrás
Responder para  Samuel, o Samuca

Samuel, o certo seria ele ser declarado inocente caso não fosse feito o acordo, porém, se prolongariam meses a fio até o final do julgamento… E ainda correria o risco de um juiz “louco” dar um ano de punição para o SINNER… Afinal de contas, muitas decisões no tênis são injustas como no caso da HALEP que foi severamente prejudicada e no caso do Zizou Bergs que foi beneficiado com a impunidade… Há controvérsias!!!

SANDRO
SANDRO
2 horas atrás

SINNER foi injustiçado ao máximo! Como o próprio advogado admitiu: “foi difícil convencer SINNER a aceitar a negociação, já que o tenista tinha total certeza de sua inocência.”
Ou seja, SINNER não queria acordo nenhum, pois não queria ter que pagar por não ter culpa, SINNER foi vítima de contaminação e foi vítima também de chantagem da WADA !
O advogado continua: “Foi bem difícil convencer Jannik a aceitar o acordo. Eu disse a ele que era melhor aceitar os três meses porque você nunca sabe o que pode acontecer em um julgamento. Eles iriam pedir uma suspensão de um ano e, embora houvesse lacunas em seus argumentos, você nunca sabe o que os juízes podem decidir.”
É um absurdo e revoltante ver SINNER ser punido com 3 meses de suspensão, enquanto Zizou Bergs que agrediu Cristian Garin em quadra sequer foi desclassificado e multado!!! Zizou Bergs pulou para cima de Garin lhe deu uma ombrada no olho, puxou-lhe a camisa e lhe derrubou no chão, Garin, nocauteado, ainda bateu com a cabeça no chão… O suposto “médico neutro” da partida, que era belga assim como Zizou também belga, sequer interferiu a favor de Garin… O médico da equipe chilena, assim como todo o resto da equipe chilena, revoltados com a situação pediram a desclassificação do agressor, mas o juiz não atendeu ao pedido… A equipe do Chile entrou com recurso e suspendeu o sorteio da Davis Cup que seria em 20 de Fevereiro…
Quantos pesos e quantas medidas temos no tênis??? Por que SINNER é injustamente punido com 3 meses de suspensão por ser vítima de contaminação e o agressor Zizou Bergs sequer é desclassificado da partida??? Qual é a explicação
por qual motivo bolada involuntária da japonesa Miyu Kato e do sérvio Djokovic os desclassificaram de Grand Slams, mas uma ombrada de Zizou Bergs no olho de Cristian Garin não pode desclassificar o belga da Davis Cup???

Edu Martins
Edu Martins
1 hora atrás

Resumindo, o famoso “explica, mas não explica!”… verdadeira mesa de negociações em que outros não tiveram a mesma felicidade, na minha opinião tinha que descontar pontos tbém, ganhou muito enqto não veio a punição e vai ganhar na janela do saibro tbém, enfim vamos ver como vai ser daqui pra frente, esse povo não leva em conta (ou será que levou $) que tem muita coisa por trás, vcs acham que os laboratórios não vão explorar esta situação, mesmo com algum novo risco? tarde demais…

SANDRO
SANDRO
39 minutos atrás
Responder para  Edu Martins

Durante a Inquisição existiam muitos como você queimando inocentes acusados de bruxaria…

João Silva
João Silva
28 minutos atrás

Meio grávido e com uma gravidez acidental.

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