Como Swiatek derrubou Bia em Roland Garros

Por José Nilton Dalcim

Bia Haddad Maia deixa Roland Garros com outra excelente exibição, em que conseguiu competir com Iga Swiatek mesmo no saibro e ficou muito perto de ao menos levar o segundo set. Fez o que tinha de fazer: acertou 75% do primeiro saque, foi superior à número 1 nos pontos vencidos ao devolver o segundo saque (57 a 47%), somou 18 winners e 25 erros, com oito pontos em 12 subidas à rede.

Segundo set
6-7
– Que falta fez aquele voleio no 5-3, depois de excelente devolução. Bia exigiu demais de Swiatek, que fez um final de tiebreak de alta qualidade e soube controlar a cabeça depois de Bia salvar match-point com forehand espetacular.
6-6 – Novamente com muita coragem, Bia leva o segundo set ao tiebreak.
5-6 – Game bem tranquilo da número 1 graças ao primeiro saque eficiente. De novo, Bia joga sob pressão. Ninguém havia tirado sete games de Swiatek neste torneio.
5-5 – Que cabeça tem essa menina! Momento muito delicado, fez um voleio de extrema dificuldade e conseguiu encaixar dois ótimos primeiros saques.
4-5 – Faltou muito pouco para a quebra. Bia fez uma mudança inteligente e recuou para devolver o saque e aí tentou bolas mais altas e profundas para entrar nos pontos. Quase deu certo. Já é a partida mais longa da polonesa no torneio.
4-4 – Em momento de pressão, Bia jogou um tênis de altíssimo nível, indo para as bolas certas na hora correta. Já soma 9 winners neste set contra 4 erros, o que contra Iga é um dado muito positivo.
3-4 – Melhor game até aqui, já que ambas jogaram com qualidade e coragem. Iga sacou de novo no
corpo na hora do break-point perigoso, Bia vacilou numa curta que ficou sem saber o que fazer e por fim, numa troca incrível de bolas pesadas, a polonesa levou com uma bola na fita.
3-3 – Desta vez foi Iga quem tomou iniciativa. Impôs forte ritmo desde as devoluções e deslocou bem a brasileira do centro da quadra.
3-2 – No 30-15, Bia forçou devolução em cima da polonesa, mas deu azar. Taticamente, é a melhor coisa. Não dar ângulo e evitar espaço para preparar o golpe.
3-1 – E não é que a número 1 também sente? De repente, perdeu confiança e cometeu três erros bobos neste game, elevando seu total neste set para sete!
2-1 – Grande momento! Agora foi um game muito firme de devolução. Ora disparou muito firme, ora fez a adversária se mexer. Essa disposição ofensiva é o que tem feito Iga duvidar na hora do saque. Está com acerto de apenas 55% e já fez duas duplas faltas neste set.
1-1 – Excelente game da brasileira, o melhor da partida. Sacou muito bem, soube escolher a hora de agredir e isso incluiu outra subida firme à rede.
0-1 – O primeiro saque de Iga não funcionou e isso deu oportunidade para Bia soltar seus golpes pesados, colocando pressão. Mas na hora do aperto, mostrou confiança e foi para o saque no corpo.

Primeiro set
2-6
– Assim que reagiu após a perda do saque inicial, Swiatek dominou o primeiro set com seus golpes muito precisos e velozes. Bia falhou até agora na tentativa de tentar a bola centralizada, que teima em escapar. E falta é claro sacar melhor nos momentos importantes, já que ganhou apenas 40% dos pontos com o primeiro serviço.
2-5 – Swiatek não é uma tremenda sacadora, mas faz variações o tempo inteiro e isso complica muito. Só mesmo o segundo saque que fica mais atacável. Bia claramente já optou por arriscar paralelas quando deslocada para os lados.
2-4 – Game duro. Bia ficou atrás 0-15 e 15-30, precisando achar soluções lá da base, porque não sobraram bolas curtas. Iga jogando com muita qualidade e dominando as trocas, mesmo as mais exigentes. Bia tentou o drop shot no break-point e errou por pouco.
3-2 – Bia continua devolvendo com força e profundidade, exigindo toda a habilidade da polonesa no bate-pronto e troca de direção. Brasileira teve um voleio que poderia colocar pressão no placar, mas errou a profundidade e permitiu o contragolpe mortal. De qualquer forma, Bia joga de igual para igual.
2-2 – Com ótima variação com subida à rede e voleio perfeito, Bia também usou belo contragolpe de forehand, uma bola que funciona em momentos cruciais contra Alexandrova e Sorribes.
1-2 – Desta vez, Swiatek sacou bem melhor e com profundidade, o que dificultou a coisa para Bia. A brasileira ainda não explorou spins mais altos, mas já tentou centralizar duas vezes, errando por pouco. Falta calibrar as duas coisas.
1-1 – Tensão natural. Saque foi frágil – deu um segundo a 103 km/h – e nas trocas fica difícil segurar a polonesa.
1-0 – Bia fez exatamente o que se esperava: atacou a devolução o tempo todo e saiu com quebra. Já deu o recado.

Impossível tirar o favoritismo de Swiatek. Além de bicampeã de Roland Garros, está no seu piso predileto e vem massacrando as adversárias ao longo das duas semanas. Enquanto Bia gastou mais de 12h na sua campanha, Swiatek fez cinco jogos em pouco mais de 5 horas. Diferença grande.

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