Ninguém mais duvida de Iga Swiatek. Nesta temporada, a polonesa já venceu os WTA 1000 de Doha e Indian Wells, e agora faturou também o recém concluído Madrid Open, um teste importante da temporada de saibro que culmina em Roland Garros, o segundo Grand Slam do ano e único sobre a terra batida.
Número 1 do mundo desde a aposentadoria da australiana Ashleigh Barty, Iga vem se mostrando consistente, embora sofra derrotas esporádicas, fato normal e muitas vezes incompreendido pela maioria dos fãs do esporte.
Ao que tudo indica e pelo nível de tênis que vem apresentando, ficará no topo por um bom tempo, já que a sua diferença para a número 2, a bielorrussa Aryna Sabalenka, contabiliza mais de 3.400 pontos. É bem verdade que essa distância pode ser encurtada na defesa de pontos, principalmente nos Grand Slam (que valem 2.000 pontos para a campeã) ou num caso extremo de derrotas sucessivas em primeiras rodadas.
O fato é que, independente dessa tabuada insana de ganhar, perder e se manter, Swiatek vem demonstrando estabilidade e ainda melhorias constantes no seu jogo. Boa parte da torcida verde e amarela acompanhou o jogo dela contra Bia Haddad, no qual presenciamos uma virada perfeita da polonesa. Depois de a brasileira sair de uma desvantagem de 1/4 e vencer o primeiro set por 6/4, Iga marcou inapeláveis 6/0 e 6/2.
Vimos, a partir daí, o seu melhor tênis até a disputadíssima final contra Sabalenka, que provavelmente se repetirá muitas vezes entre as duas melhores do ranking atual. É surpreendente notar que, numa análise mais apurada, seus pontos fracos não emergem.
Tecnicamente, consegue imprimir muito top spin de direita, com uma empunhadura pouco comum no circuito feminino (a full western); no backhand, consegue bater mais reto, também sendo regular e agressiva. Seu saque é devastador ao longo de todo o jogo, além de volear quando necessário.
Taticamente, Iga usa toda a quadra para deslocar a adversária, abusa de ângulos e variações com deixadinhas e trocas de direção, facilitadas pela sua capacidade física de chegar sempre muito equilibrada em todas as bolas. A polonesa é rápida, forte e ágil, capaz de bater na bola totalmente agachada, quase encostando um joelho no chão.
Para fechar o perfil, Swiatek tem uma das mentalidades mais competitivas e positivas do circuito. Não se deixa abater ao longo do jogo, é estável e aguerrida. Sabe jogar os momentos difíceis de cada partida, não se abate com derrotas e vem acumulando vitórias que vão solidificar ainda mais essa bagagem mental.
Aliás, vale ressaltar, é uma das poucas tenistas que viaja com uma psicóloga a tiracolo. Elogiada por grandes conhecedores da modalidade, a polonesa de apenas 22 anos (completa 23 no próximo dia 31) precisou de dois anos após sua primeira vitória em Roland Garros, em 2020, para lapidar seu jogo e se solidificar no topo. Pelas evidências, já ganhou a coroa e vai partir para as quebras de recordes logo mais.
Patrícia. Você não acha que a Bia maia precisa de uma psicóloga também?
Olá, João. A Bia tem acompanhamento psicológico, sim. Trabalha com a Carla Di Pierro, psicóloga do Comitê Olímpico do Brasil. Super renomada na área. Não viajam tanto juntas, mas devem manter contato com frequência.
JOÃO SAWAO ANDO E PATRÍCIA MEDRADO, nesse caso, Beatriz teria que substituir a Carla Di Pierro por Sigmund Freud e Carl Gustav Jung, em trabalho conjunto…
Ah tá obrigado. Boa noite
Adorei o texto… essa defesa com o joelho praticamente no chão deve ter se inspirado na conterrânea que desfilava pelas quadras, a maravilhosa Agnieska Radvanska
Put’z….vc trouxe saudades da inesquecivel “Aga” ….que tenista maravilhosa , era magia pura , ela conseguia fazer pontos que nem o Federer fazia……só pra lembrar, o apelido dela entre as tenistas era , “a professora” , e não a toa…
Iga é diferenciada. E tem muita coisa que ela precisa melhorar, assim como a Navratilova insiste sempre em dizer para a Iga desenvolver o jogo na rede.
Gosto muito de acompanhá-la.
desculpa mas , não vejo que tenha “tanta” coisa a melhorar , se ela não vai muito na rede é simplesmente porque com seu jogo ofensivo e agressivo de fundo da quadra , não precisa.
Aí, é seu ponto de vista. Só estou comentando o que a própria Navratilova falou mais de uma vez! E toda tenista tem “coisas” a aprender ou melhorar. Quem pensa o contrário disso esta fadado a regredir.
Eu gosto da Iga, mas a Medrado exagerou em algumas coisas. O saque da polonesa tá à quilômetros de ser bom. É um fundamento digno e só. E na questão da variação, não se vê isso no jogo dela.
Caro Fernando, escrevi baseada nas estatísticas que apontam a Iga como a jogadora que mais ganha pontos no saque entre as top 10 (64%) e, disparadamente, quem ganha mais pontos com o segundo saque (54,7%). Ela tem aproveitamento de 5,4% a mais do que a própria Rybakina no segundo serviço.
Com relação à variação, ela usa muito bem a paralela, trocando a direção da bola, que por si só já é difícil de fazer, e usa muito bem os ângulos para abrir a quadra. Não abusa só da força batendo reto no meio da quadra.
Talvez ela tenha grande aproveitamento no saque porque ela é muito melhor nos outros aspectos do jogo.
Exatamente Medrado, Iga sempre é quem toma a iniciativa mudando o jogo com uma paralela.
No jogo contra a Bia é possível observar que Iga castigava o Backhand da Bia, (Lado direito, Bia é canhota ), que insistia em devolver cruzado e ai a Iga tomava a iniciativa na paralela, poucas vezes a Bia tomava iniciativa de dar paralela para ir pro Forehand.
Iga certamente vai estar entre os grandes nomes do tênis feminino quando parar. É muito nova p/ ter as marcas expressivas que já conseguiu.
A polaca é magnífica.
Por outro lado, a Sabalenka brilhou no Australian Open. Não conseguiu manter o nível por motivos de foro íntimo e que todos tem conhecimento.
Parece que está voltando ao nível do início do ano e se isso acontecer a luta entre elas vai ser de arrepiar!!!
O que você acha disso???
ela perdeu o pai faz já algum tempo e o namorido agora a pouco , não vejo que tenha influenciado muito ,, até porque na final de Madri , não mostrou abalo em nenhum momento , europeios principalmente do leste não são muito senciveis a perdas . Agora essa gritaria absurda dela é muito desagradavel , ela e a Vika , são chatas demais…
Será que a Sabalenka é fria. Ela é muito expressiva e isso não combina com as pessoas geladas.
Muitos tenistas do leste europeu foram ou são muito emotivos.
Por exemplo: Marat Safin, Dinara Safina, Andrey Rublev, Daniil Medvedev, Ana Ivanovic, etc.
SAMUEL, O SAMUCA, você já viu alguém provido de frieza gritando, gemendo e por vezes até chorando ao final das partidas, como o faz a linda, selvagem e principalmente boa de tênis, Aryna Sabalenka?
Para mim, a Sabalenka passa longe de ser fria. Faltou uma interrogação no meu texto acima, más afirmei que frieza não combina com expressividade.
TÁ PERDOADO…
Que texto delicioso de se ler e com uma ótima análise do jogo da Iga. Parabéns, Patrícia.
Belo texto, discordo somente em relação ao saque, fundamento em que ainda tem muito para melhorar (o segundo então, vira quase sempre winner de devolução para a adversária). Como não tem grande envergadura, creio que deveria investir em mais efeito e top-spin no saque.
Caro Paulo, sempre procuro me informar antes de escrever para não fugir da realidade. Para seu conhecimento, a Iga é quem mais ganha pontos no saque entre as top 10 (64%) e, disparadamente, quem ganha mais pontos com o segundo saque (54,7%). Ela tem aproveitamento de 5,4% a mais do que a própria Rybakina, que é uma grande sacadora, no serviço saque.
daqui a pouco aparece aqui o tal Flávio , pra destilar seu veneno em contra da Iga…
Excelente materia!
Sempre procuro assistir os grandes jogos tanto da ATP quanto WTA. Nas últimas décadas fomos presenteados com a explosão de rivalidades no auge do big 4, enquanto o circuito feminino gravitava em torno da rainha sol Serena. Sem desmerecer as grandes jogadoras da época (como Justine Henin, Kim Clijsters, Venus, Sharapova, entre muitas outras), a WTA nunca proporcionou rivalidades com a mesma regularidade e consistência.
Hoje vemos um cenário muito interessante no tênis feminino, com grandes jogadoras com estilos distintos competindo palmo a palmo, com o favoritismo variando conforme a velocidade de pisos e ambiente. A WTA começa a mostrar um emergente big3 competindo pelos grandes torneios, apesar da lideranca da polonesa. Isso e muito bom para o esporte.
Desculpa maís não concordo com Nova rainha do tênis no singular pois o certo é as novas rainhas do tênis (plural) a sabalenka e tão boa ou até melhor que a iga na verdade acho a sabalenka mais completa que a polonesa pois tem todos os fundamentos talvez perca só um pouquinho no mental mais a Bielorrússa está cada vez mais forte mentalmente também além de ter certeza de que a sabalenka é muito mais verdadeira que a polaca pois assim como o DJOKOVIC ela não fica escondendo suas frustrações pra agradar meia dúzia de politicamente corretos. Abs!
Caro Waldemar, para cada trono cabe apenas uma rainha. E, entre as duas, temos que admitir que a polonesa vem levando vantagem, segundo os resultados e inclusive pela diferença de pontuação, que só vem aumentando. Pode ser até que no futuro a coroa troque de cabeça. Vamos acompanhar!
SABALENKA nunca foi e nunca será melhor que IGA…
TOMARA MESMO que a maravilhosa Serena Williams tenha, enfim, conquistado mais um troféu, ou seja, uma substituta à altura. A nova controladora das gigantes Goodyear e Michelin parece ter fôlego suficiente e principalmente tênis de sobra, para ser a nova rainha da cocada preta, da branca, da amarela e de todo o arco-íris feminino…
Duvidar de IGA??? Ela é só TRICAMPEÃ de ROLAND GARROS já no início da carreira… Como duvidar de IGA???
Excelente texto Patricia! Sou fã da Iga.
Abraços.
Olá Patricia
Não te conheço, mas sou da época do Kyrmair, Paulo Cleto, Ipê – Luiz Felipe Tavares, Fernando Gentil, Marcelo Meyer…
Desiste do tênis profissional, quando fui convidado por Loyo Maia e Luiz Garcia tenistas profissionais e da Davis do México, no campeonato brasileiro de Tênis de Santos, Depois de uma conversa com meu pai que comentou comigo, pois era irritado, quebrava raquetes, discutia com juízes,… fumava e gostava da noite.
Enrolei muito né! , desiste e fiz medicina, no começo de carreira psiquiatria e queria comentar com você que a PARTE MENTAL é tudo no tênis.
Se a Bia está sendo orientada como você mencionou, que trabalha com a Carla Di Pierro, psicóloga do Comitê Olímpico do Brasil. Super renomada na área. Não viajam tanto juntas, mas devem manter contato com frequência.
O fato de ser super renomada, DE FORMA NENHUMA pode trazer bons resultados, como exemplo um médico jovem às vezes tem condutas mais específica que um super professor e doutor.
Assim discordo ele tem sim de trocar de psicólogo e melhorar DEMASIADAMENTE seu saque, hoje contra a Keys perdeu MUITOS GAMES com seu saque.
Atenciosamente, abraços.
Carlos
Olá, Carlos Roberto.
Que bom saber que você jogou e conhece essa turma que muito representou nosso tênis. Em relação à Bia e sua psicóloga, que não é necessariamente o tema do blog, prefiro não me arriscar a propor soluções para a melhoria do seu tênis sem ter conhecimento de causa, afinal, não só o cotidiano, mas o aspecto mental são complexos para análises superficiais.
Sua equipe é merecedora de respeito, já que ela vem se solidificando na posição inédita que alcançou entre as 15 primeiras do mundo. Nosso problema, como brasileiros, é que queremos sempre mais dos nossos ídolos, sem paciência de entender o processo e apontando a culpa para os que estão ao lado, ao invés de aplaudir os feitos.
Abraço.
Qual o motivo de não colocarem meu comentário?Olá Patricia
Não te conheço, mas sou da época do Kyrmair, Paulo Cleto, Ipê – Luiz Felipe Tavares, Fernando Gentil, Marcelo Meyer…
Desiste do tênis profissional, quando fui convidado por Loyo Maia e Luiz Garcia tenistas profissionais e da Davis do México, no campeonato brasileiro de Tênis de Santos, Depois de uma conversa com meu pai que comentou comigo, pois era irritado, quebrava raquetes, discutia com juízes,… fumava e gostava da noite.
Enrolei muito né! , desiste e fiz medicina, no começo de carreira psiquiatria e queria comentar com você que a PARTE MENTAL é tudo no tênis.
Se a Bia está sendo orientada como você mencionou, que trabalha com a Carla Di Pierro, psicóloga do Comitê Olímpico do Brasil. Super renomada na área. Não viajam tanto juntas, mas devem manter contato com frequência.
O fato de ser super renomada, DE FORMA NENHUMA pode trazer bons resultados, como exemplo um médico jovem às vezes tem condutas mais específica que um super professor e doutor.
Assim discordo ela tem sim de trocar de psicólogo e melhorar DEMASIADAMENTE seu saque, hoje contra a Keys perdeu MUITOS GAMES com seu saque.
Atenciosamente, abraços.
Carlos
Você já repetiu o mesmo comentário em cinco notas diferentes!!!!!!
Ok eu pensei que não tinha colocado em comentário, me desculpe!