São Paulo (SP) – O anúncio dos reforços na equipe de trabalho de Beatriz Haddad Maia movimentou o noticiário do tênis brasileiro na última segunda-feira. A principal jogadora do país e 17ª do mundo contratou o técnico francês Maxime Tchoutakian, ex-treinador de Victoria Azarenka, e o fisioterapeuta Fernando Alves, que vão se juntar ao time que já tem o técnico Rafael Paciaroni, o fisioterapeuta Paulo Cerutti e o preparador Rodrigo Urso. Em entrevista ao podcast New Balls Please, do jornalista Fernando Nardini e do ex-jogador profissional Fernando Meligeni, Bia afirma que as mudanças no time vinham sendo estudadas há bastante tempo e chegam no momento certo.
“A gente já estava buscando ampliar o time. Chegamos no ponto em que já nos consolidamos no top 20, sendo que eu passei a maior parte do ano no top 15. Eu já vinha pensando em ter alguém para agregar o time e convidamos o Max, que foi treinador da Azarenka. Eles ficaram quatro temporadas juntos. E também o Fernandinho, que é fisioterapeuta da seleção feminina de vôlei. Ele é de muita confiança do Zé Roberto Guimarães. A gente teve o primeiro contato no CT de Barueri, quando treinei no Rede Tênis Brasil, com o Rafa. E essas duas pessoas estão entrando no time para dar o suporte para 2025”, disse Bia.
“Começamos a conversar ainda na metade do ano e o Rafa sempre foi muito aberto comigo. Desde o começo do trabalho dele, a gente sempre jogou muito limpo”, explica a jogadora de 28 anos. “Para mim, a maior grandeza dele é essa. Mostrar o quanto ele está aberto para me apoiar e me ver evoluir, mesmo quando toca o lado dele. Ele próprio evoluiu para caramba esse ano, na condução e nos processos. Tenho certeza que coisas boas estão por vir”.
Convivência com Azarenka na dupla pesou na escolha do treinador
Bia falou sobre o processo de escolha do jovem treinador francês, de apenas 30 anos, mas que tem quatro temporadas de experiência com uma tenista de alto nível como Azarenka, ex-número 1 do mundo e atual 20ª do ranking. A brasileira acredita que os trabalhos dos dois treinadores serão complementares. “A gente tem muito clara e sólida a nossa base. Esse núcleo comigo, o Rafa, o Paulo e o Urso é muito fechado. A gente ainda não tem fechado o que é de cada um, mas sinto que vai ser tudo muito natural. O Max, quando viajava com a Azarenka, ele batia muita bola com ela também. Ele tem uma vivência do circuito profissional, enquanto o Rafa tem uma formação mais acadêmica e passou por todas as etapas e fez todo o processo para chegar até aqui”.
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“Isso para mim é o que mais me motiva, que ele tem algo a entregar que talvez a gente não tenha aprendido ainda. E a escolha dele, a gente tem uma convivência muito grande jogando duplas com a Azarenka e ele tem mentalidade parecida com a do Rafa. A gente tinha até uns quatro ou cinco nomes em mente, mas eu via no dia a dia que ele está muito inserido no circuito feminino, tem a experiência com a Azarenka, que tem uma mentalidade de jogadora grande, que é o que eu quero. E é um cara novo, que sonha em ganhar coisas grandes. Assim como a gente. Tudo fluiu bem desde a primeira conversa”.
Quando perguntada sobre pressão, expectativas e até mesmo sobre as críticas à sua equipe técnica, Bia destaca a convivência com as principais jogadoras do mundo e os modelos de trabalho de cada uma delas, o que aumentam a confiança da brasileira em suas rotinas. “Eu olho para as melhores do mundo e convivo com a Rybakina, a Iga e a Sabalenka. Treino com elas todos os dias. Eu sempre tive muita tranquilidade em tomar minhas decisões e nunca me arrependi das minhas escolhas. Eu sei a minha posição, do meu papel e da minha responsabilidade e tenho muita tranquilidade de seguir o meu trabalho. A maior crítica de toda a história sou eu. Com o sonho que eu tenho, alguém acha que eu vou trabalhar com pessoas que eu acho que não estão me ajudando?”
“Críticas são super pertinentes. Para as pessoas comunicadoras, é o papel delas. Elas têm a liberdade delas para me criticar, mas existem formas de falar. Tem gente que é mais provocativa e tem gente que vai usar palavras que você não gostaria. Quando vejo algumas mensagens, isso diz mais sobre a pessoa do que sobre mim. E recebo não só críticas, mas ameaçam a minha família”, relatou a tenista. “Tem muita coisa que se eu realmente for ler, eu não saio de casa. Eu espero que essas pessoas se cuidem. Eu nunca vou desejar o mal pra uma pessoa. Eu só desejo coisas boas. Assim como eu não gosto de ouvir alguém me falar que eu sou a melhor tenista da América Latina. Não faço questão de uma pessoa falar isso, assim como não faço questão de alguém falar que eu tenho que trocar o meu treinador”.
Viradas na Billie Jean King Cup e força mental
Bia terminou a temporada com vitórias importantes no confronto entre Brasil e Argentina pela Billie Jean King Cup em São Paulo. Ela venceu de virada seus dois jogos de simples, contra as jovens Solana Sierra e Jazmin Ortenzi, e também se juntou a Carol Meligeni para marcar o ponto decisivo nas duplas. Como já havia dito naquela semana, ela destacou o poder de reação e reconhece que as particularidades da competição entre países tornam os jogos mais desafiadores mentalmente.
“É uma semana atípica. E eu tô ali para ajudar e servir o time. É um exercício de humildade, de aprender com os outros. E também é mais difícil de me concentrar, e automaticamente de conseguir performar. A emoção fica muito à flor da pele. E é muito diferente do que eu estou acostumada, mas aprendi a lidar com isso de uma maneira diferente.
“Eu saí de Tóquio com uma contratura e não queria terminar a temporada assim. E coloquei como meta: ‘Não importa, tenho que terminar o ano jogando melhor’. Não consegui treinar tanto quanto gostaria, mas consegui me adaptar para me sentir pronta. E mesmo no fundo do poço eu encontrei uma luz para sair da quadra vitoriosa. Ter os meus avós ali é o maior presente que pude dar a minha mesma. E ali no Ibirapuera não deixou de ser um mini Grand Slam para mim”.
Vamos com tudo Bia para 2025.primeiro pouso Austrália open.que tenha sucesso e quem sabe ….um titulo
Como é bom ser fã numero 1 da Bia. Tenista e pessoa excelente. Exemplo de resiliência e humildade produtiva. Um grande 2025 para ela – e para todos nós, mesmo os inúteis haters que não merecem.
“ele próprio (treinador) evoluiu muito este ano. “. Era isso que estavamos questionando antes alguns fracassos da Bia. Alguns de nós acreditávamos que tinha que mudar o técnico ou alguma coisa. Talvez trazer um técnico “pronto” e me desculpem não “em evolução”. Técnico que já saiba as medidas a serem tomadas e não “eu vou tentar” onde o atleta vira laboratório. Ótima contratação de outro técnico. Pacciaroni é bom mas a humildade de entender quando não está dando conta. Parabéns.
O caso da Bia daria uma ótima discussão sobre o talento individual e o trabalho de equipe.
No tênis são coisas que convivem separadamente numa boa.
Excelentes respostas da Bia. Ela tem razão quando diz que esses que fazem da crítica um esporte e mandam ameaças precisam se cuidar. Estão doentes e esse comportamento fala mais deles do que dela. Concordo Bia. Segue em frente e continue trabalhando pra evoluir. 3 anos seguido no TOP20 só o Guga conseguiu desde as criações do ranking ( não estou citando aqui a MEB porque seus feitos foram antes do ranking ser criado, mas suas conquistas são incomparáveis )
que 2025 seja um ano de gloria para Bia
“mini Grand Slam”?? Essa é a sua visão do que aconteceu na BJK Cup? Todas jogadoras fora do top-100, e ela levando uma quebra de serviço atrás da outra? Correndo risco de perder em ambas as partidas?
“Esse núcleo é muito fechado” – é mesmo, não entra nenhuma crítica. Nem quando o saque está absolutamente horrível, quando a movimentação está letárgica, quando a estratégia não existe…
“Treino com elas todos os dias” – mentira, e, francamente, não quer dizer nada; elas treinam com jogadoras piores e melhores; o que importa é na hora do jogo, o que importa é sair da zona de conforto e se comprometer por completo, corrigir o que está dando errado – mudar o que precisa ser mudado (incluindo o técnico).
“nunca me arrependi das minhas escolhas” – só indica um excesso de teimosia desnecessária. Falta aprender com os próprios erros. O primeiro semestre de 2024 foi catastrófico, e não foi sem motivo; não vi ela reconhecer isso em nenhum momento, nem indicar as causas, nem trabalhar para melhorá-las.
“não faço questão de alguém falar que eu tenho que trocar o meu treinador” – deveria gastar mais tempo pensando em como corrigir o que está errado e menos tempo defendendo o Rafael, porque grande parte da culpa pelos problemas no saque, etc, é por incompetência dele.
Técnico precisa ter ascendência sobre o atleta. O Rafael é mais um colega, um amigo; ele fala e ela não escuta, especialmente durante os jogos. A Bia passa um ano inteiro sacando mal e ele não sabe como corrigir… Aí fica difícil. E está claro que ele nunca vai ser substituído, a despeito de suas limitações. Pena, porque o potencial está lá.
Estou na torcida por você Bia. Você é muito talentosa, em 2025 você atingirá os seus objetivos com louvor.
muito direta e simples a nosss espetacular Bia. Como ela se expressa bem…parabéns Bia…que venha 2025