O Brasil terá cinco representantes no torneio juvenil do Australian Open. As chaves em Melbourne foram sorteadas nesta sexta-feira. Classificaram-se entre os meninos o mineiro Pedro Rodrigues, o carioca Nicolas Oliveira e o paulista Enzo Kohlmann, enquanto a disputa feminina contará com a paulista Olívia Carneiro e a catarinense Carolina Bohrer.
Oliveira e Kohlmann serão os primeiros a entrar em quadra, a partir das 21h (de Brasília) desta sexta-feira. A estreia do carioca será na quadra 12 contra o tcheco Maxim Mrva, cabeça 7 do torneio. Se vencer, enfrentará na segunda rodada o holandês Mees Rottgering ou o australiano Hugh Winter. Já o paulista joga contra o búlgaro Ivan Ivanov na quadra 15. Em caso de vitória, pode enfrentar o polonês Tomasz Berkieta, cabeça 3, ou o polonês Thomas Faurel.
Já durante a madrugada de sábado, Olívia Carneiro joga por volta de 1h30. Ela enfrenta a holandesa Rose Marie Nijkamp. Se vencer, a adversária na segunda rodada seria a cabeça 10 japonesa Ena Koike ou a convidada local Renee Alame.
As estreias de Carolina Bohrer e Pedro Rodrigues serão apenas no segundo dia do torneio, com horários a definir. Bohrer jogará contra a tcheca Julie Pastikova, enquanto Rodrigues é o cabeça 15 em Melbourne e enfrenta o canadense Keegan Rice.
O número de representantes do Brasil na Austrália é o maior dos últimos anos, superando a marca de 2018 com Igor Gimenez, Matheus Pucinelli, Thiago Wild e João Lucas Reis. No ano passado, o país foi representado por três tenistas, João Fonseca, Nicolas Oliveira e Carolina Laydner, com Fonseca chegando às quartas em simples e à final de duplas.
Conheça os juvenis brasileiros que estarão em Melbourne.
Olívia Carneiro (17 anos, 39ª do ranking da ITF)
Brasileira mais bem colocada no ranking juvenil feminino, a paulista Olívia Carneiro disputará seu terceiro Grand Slam e o segundo na chave principal. Ela já esteve em Roland Garros no ano de 2022, depois de ter vencido uma seletiva nacional, e também jogou o quali de Wimbledon no ano passado.
Em 2023, Olívia conquistou seu maior título da carreira, no ITF J200 de La Paz. Ela também teve campanha de destaque no Banana Bowl, sendo a primeira brasileira na semifinal desde o vice-campeonato de Roxane Vaisemberg em 2007. A jovem tenista irá para a Universidade de Georgia Tech no segundo semestre, mas antes foca nas disputas dos Grand Slam de sua categoria e também nos primeiros torneios profissionais.
“Vou para a faculdade em agosto do ano que vem. Preciso ficar por pelo menos seis meses lá. Dependendo de como eu estiver jogando e do meu nível, vamos decidir se eu vou continuar nas ligas universitárias ou se vou seguir um calendário profissional normal”, disse Olívia Carneiro a TenisBrasil no fim do ano passado. Já sobre a ida à Austrália, ela afirma: “Estou aproveitando bastante os treinos e senti uma evolução em algumas coisas técnicas e físicas que vinha tendo dificuldade. Meu treinador [Danilo Ferraz] está conseguindo trabalhar minha mentalidade e isso que vem me ajudando também. Sei que estou preparada e posso avançar rodadas caso consiga fazer o que venho trabalhando e jogar com a cabeça certa”.
Carolina Bohrer (16 anos, 869ª no ranking profissional da WTA)
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Carolina Bohrer Martins (@carolina_bohrer_martins)
A catarinense Carolina Bohrer conseguiu a classificação para a Melbourne depois de ter vencido o Australian Open Junior Series, disputado no mês de novembro no Rio Janeiro, contra tenistas de toda a América do Sul. Ela disputará seu primeiro Grand Slam da carreira. No ano passado, Bohrer se destacou na boa campanha do Brasil até as quartas de final da Billie Jean King Cup Junior, disputada na Espanha. Ela também recebeu convites para jogar os WTA 125 de Florianópolis e Montevidéu, mostrando potencial contra jogadoras mais experientes.
Bohrer tem base treinamento nos Estados Unidos, onde já está jogando torneios profissionais da ITF. E quando está no Brasil, trabalha com Marcelo Rebello em Santa Catarina. “Estou muito feliz de ter essa oportunidade incrível e quero jogar super bem. O que eu quero, com certeza, é passar uma rodada. E depois, estando ali, é dar o meu melhor e me esforçar”, disse a catarinense a TenisBrasil. “Ter jogado a Billie Jean King Cup e os WTA me ajudaram muito e me deixaram mais experiente e mais tranquila em torneios grandes, além de ter me dado a opção de bater bola com outras meninas e conhecer o jogo delas”.
Pedro Rodrigues (17 anos, 22º do ranking da ITF)
O mineiro Pedro Rodrigues fez parte da equipe brasileira campeã da Copa Davis Júnior em 2022 na Turquia, ao lado de João Fonseca e Gustavo Almeida. Ele disputará a chave principal de um Grand Slam pela primeira vez e já esteve nos qualis de Roland Garros e Wimbledon no ano passado. O tenista está acompanhado do técnico Walner Oliveira na Austrália e jogou em Tralagon na semana passada.
Vencedor de seis títulos no circuito mundial juvenil da ITF, Rodrigues está com o melhor ranking da carreira. O mineiro de 17 anos também conseguiu seus dois primeiros pontos na ATP como profissional, avançando em torneios de nível future em Belém e Buenos Aires.
Nicolas Oliveira (17 anos, 48º do ranking da ITF)
Único entre os cinco brasileiros que já disputou o Australian Open, o carioca Nicolas Oliveira fará sua segunda aparição em Melbourne. Nos dois casos, ele se classificou depois de vencer as seletivas disputadas na Rio Tennis Academy, em 2022 só contra brasileiros e no ano passado contra tenistas de toda a América do Sul.
Também em 2023, Oliveira jogou qualis de Wimbledon e do US Open, chegando a avançar uma rodada em Nova York. O atleta do time Rede Tenis Brasil tem um título de ITF como juvenil. “Muito feliz com a semana e por garantir vaga na chave do Australian Open 2024”, declarou Oliveira em suas redes sociais.
Enzo Kohlmann (17 anos, 56º do ranking da ITF)
Um dos destaques da nova geração brasileira neste início de temporada, o paulista Enzo Kohlmann chegará para seu primeiro Grand Slam em Melbourne motivado por uma boa campanha no ITF J300 de Tralagon, onde venceu dois jogos, salvando três match-points, e chegou às oitavas de final. Na temporada passada, ele conquistou um J300 em Santiago e um J20 na capital paulista.
“Quero tirar o máximo de experiência possível, já que são poucas as oportunidades que temos de jogar um torneio desse nível. As expectativas são as melhores, quero chegar o mais longe possível, para me dar bagagem para os próximos”, disse Kohlmann, que começa a temporada jogando torneios juvenis e inicia a transição do juvenil para o profissional. Ele treina com o técnico Juninho Nascimento em São Paulo.
Boa sorte a todos
E o Gustavo Ribeiro de Almeida?? Tinha ranking pra entrar. Alguém tem alguma notícia??
O Gustavo retirou o nome da chave ainda em dezembro, só não tenho exatamente a lesão dele. Lembro também que na final da seletiva sul-americana contra o Nicolas também teve que se retirar durante a partida. Possivelmente ja o veremos na sequência da temporada, já numa transição com profissional e nos principais torneios juvenis da Europa ou aqui no Brasil.
Valeu Mário Sérgio pela informação. Você e o Dalcim são grandes conhecedores de tênis e trazem sempre boas informações. Obrigado