O mais festivo dos quatro Grand Slams, o US Open, revelou já no primeiro dia de jogos da chave principal outra de suas características mais marcantes: a emoção. E esse sentimento ficou claro na boa vitória de Bia Haddad Maia, em acirrada disputa com a ex-campeã do torneio Sloane Stephens. E o mais legal é que mesmo diante de uma tenista da casa, a torcida brasileira ganhou tanta atenção durante a transmissão pela TV, que levou o entrevistador a pedir para a brasileira algumas palavras em português.
O clima, sempre eletrizante do torneio, vai ganhar destaque nos 14 dias de jogos da chave principal nesse espaço. Como sigo entre os credenciados gostaria de dividir as inovações do US Open. Neste ano temos links em que se pode acompanhar até mesmo as entrevistas coletivas ao vivo. O app do torneio também é bem interessante e vale a pena baixar.
E no behinds the scenes o que tomou conta dos colegas em Flushing Meadows foi, no mínimo, o desagradável comentário do polêmico Alexander Bublik. Após perder para o ex-campeão do US Open Dominic Thiem declarou: “I’m sick of giving careers back to disabled people”, ou seja ele já estaria doente, cansado, de devolver a carreira para jogadores incapazes. Mas não é a primeira vez que este habilidoso jogador se envolve em confusão. Certa vez afirmou que não tem qualquer amor ao tênis e joga apenas por dinheiro.
Talvez por conhecer este histórico de Bublik, Dominic Thiem esteve respeitoso e tranquilo ao comentar as declarações na entrevista coletiva. Com elegância deu de ombros para a questão e festejou sim sua vitória no Grand Slam em que já foi campeão.
Outro detalhe que chamou a atenção pelos corredores de Flushing Meadows foi o cheiro de maconha em algumas quadras próximas ao parque. Vários jogadores relataram isso. Maria Sakkari comentou o assunto. Disse que o cheiro era forte, mas não prejudicou sua atuação ou serviu de desculpa para sua derrota. “Estamos próximo a um parque público e cada um faz o que quer”, disse a grega, que chegou a chorar na coletiva, mas por um motivo bem mais preocupante. Após mais uma derrota na primeira rodada de um Slam, ela acha que vai precisar dar um tempo, cuidar de sua saúde mental para voltar mais forte”. Infelizmente esse é um problema que vem afetando diversos jogadores.
E se me permitem, com a presença no US Open por 21 anos, tenho razões de sobra para gostar muito de Roland Garros, mas quando me perguntam qual o melhor Slam para assistir, não tenho dúvidas em responder que é o de New York. E um detalhe chamou minha atenção nesses dias é a informação de que os ingressos chegam a custar 300 mil reais. Sem querer ser patrulheiro, mas na minha escola de jornalismo aprendi a checar informações. E foi o que fiz. Para a rodada deste dia 30 de agosto, por exemplo, há ingressos a 180,58 dólares. Encontrei um por 348 dólares no bom setor 115, fila A. Enfim, é claro que para as finais sempre existem os exploradores, mas pela facilidade de acesso – metrô tranquilo -, atmosfera festiva e ingressos no site, sem dúvida o US Open é uma boa opção para quem quer conhecer um torneio desse porte.
Só que nem tudo é assim tão simples. Um colega de longa data contou que para comer uma salada Caesar e uma garrafa de água pagou 34 dólares. Ele ficou indignado…