Cincinnati (EUA) – Campeão do Masters 1000 de Cincinnati no domingo, vencendo de virada uma batalha de quase quatro horas contra o espanhol Carlos Alcaraz, o sérvio Novak Djokovic analisou a partida em entrevista ao Tennis Channel, na qual também falou sobre a importância do foco e do trabalho fora de quadra para seguir competitivo contra os valores da nova geração que estão cada vez mais se consolidando dentro do circuito da ATP.
“Repito repetidamente a mim mesmo que devo manter essa mentalidade se quiser continuar competindo com os jogadores mais jovens como Alcaraz, que agora é o líder das novas gerações. O que ele conquistou nos últimos 24 meses é impressionante, luto para encontrar as palavras para defini-lo, mas ele também é um cara incrível, com muito carisma dentro e fora das pistas”, disse Djokovic.
“A única maneira que tenho de me manter competitivo na minha idade é trabalhar mais a cada dia, controlar cada pequeno detalhe ao meu redor e me ajudar a manter o mais alto nível”, afirmou o sérvio de 36 anos, que agora tem duas vitorias e duas derrotas em quatro duelos com Alcaraz.
Questionado sobre a dificuldade da partida, ele destacou o clima duro em Cincinnati, com muito calor, e o grande desempenho dos dois finalistas. “Foi uma montanha-russa para nós dois, condições muito difíceis para jogar tênis, embora seja verdade que ele começou melhor do que eu. Fizemos um jogo de quatro horas e, a cada hora que passava, as condições iam mudando”, analisou o atual número 2 do mundo.
“Passei por um momento muito ruim, cheguei a ter um set e uma quebra abaixo, mas aproveitei um bom game na parte da quadra onde havia sombra e, de repente, minha cabeça começou a pensar que talvez pudesse ter uma chance e voltar. Nunca deixei de acreditar, salvei match-points, embora ele também tenha salvado alguns de forma impressionante. Definitivamente um dos jogos mais emocionantes, completos e exigentes em que estive envolvido”, completou o sérvio.
Djokovic explicou como fez para encontrar soluções e se recuperar depois de começar perdendo. “Quando você está lá embaixo, não tem muito tempo para pensar. O segredo é começar a se sentir confortável com seu tênis, entender mais ou menos como estão as trocas e se aclimatar às condições climáticas”, observou o tenista de 36 anos.
“É por isso que tivemos alguns pontos brutais no terceiro set, mais do que provavelmente tivemos nos dois primeiros. Também cometemos menos erros, o nível do tênis aumentou. Cada ponto exigiu o melhor de nossas pernas e pulmões, mas você não tem tempo para pensar nada entre pontos, apenas tenta se recuperar. Nesses momentos você entra no piloto automático, só quer acertar bem a bola e fazer o adversário sofrer”, finalizou.