Andreeva destaca mentalidade para enfrentar as melhores

Foto: Dubai Duty Free Tennis Championships

Dubai (Emirados Árabes) – Finalista de um WTA 1000 pela primeira vez na carreira em Dubai, Mirra Andreeva tem se notabilizado por vencer grandes nomes do circuito. Durante a semana, ela derrotou três campeãs de Grand Slam, Marketa Vondrousova na segunda rodada, Iga Swiatek nas quartas e Elena Rybakina na semifinal. A jovem russa de 17 anos também já havia vencido Aryna Sabalenka no ano passado em Roland Garros. Em busca do maior título do circuito, que também pode levá-la ao top 10, Andreeva destaca a mentalidade para enfrentar as melhores.

“Quando entro na quadra para enfrentar as melhores jogadoras, sei que a diferença delas para mim é a experiência. Sei que não importa o que esteja acontecendo na quadra, elas sempre vão jogar seu melhor tênis e vão manter seu nível durante toda a partida”, disse Andreeva. “Não é como se elas tivessem jogado 100% no primeiro set e depois caíssem para 50% no segundo. Acho que essa é a principal dificuldade para as jogadoras que estão um pouco abaixo. Eu apenas digo a mim mesma, bem, se estou aqui, jogo o meu melhor, tento jogar o meu melhor e luto por todas as bolas”.

Na semifinal desta sexta-feira, a jovem russa venceu a cazaque Elena Rybakina por 6/4, 4/6 e 6/3. Ela estava perdendo o último set por 3/1, mas reagiu e fez cinco games seguimos. “Na última vez que jogamos foi uma partida muito equilibrada, tive muitas oportunidades, mas ela é mais experiente, foi agressiva e não me deu chances no fim do jogo. Hoje eu sabia que ela iria bater forte na bola e sacar bem. Eu só tentei aceitar que alguns pontos não seriam para mim, mas continuei acreditando”.

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“Quando eu sofri a quebra e ela abriu 3/1 e saque, eu pensei: ‘Tudo bem, fiz uma boa semana e joguei bem hoje’. Eu só tentei lutar por todos os pontos e joguei solta. E essa mentalidade me ajudou. Acho que quando eu não penso tanto no placar ou no que vai acontecer, é quando jogo melhor”, acrescentou durante a entrevista em quadra.

Durante a coletiva de imprensa, a russa se lembrou da derrota sofrida para Rybakina em Pequim e de como fez para lidar mentalmente com os momentos mais difíceis. “Foi um pouco difícil depois do segundo set. Acho que não tive nenhum break point, mas senti que estava muito perto. O jogo estava equilibrado. Tive alguns flashbacks da nossa última partida em 2023. Então pensei: ‘Não, isso não vai acontecer de novo. Mirra, vamos lá. Fui ao vestiário, tentei levar meu tempo e pensar no que eu deveria fazer. Tentei mudar alguma coisa e continuei acreditando em mim mesma. No final, funcionou de alguma forma. Eu nem sei como”.

Apesar da pouca idade, Andreeva já teve a experiência de vencer as duas principais jogadoras da atualidade e comentou sobre as diferenças de enfrentar Sabalenka e Swiatek. “Acho que Aryna é uma jogadora muito poderosa e sempre joga agressiva. Eu nem diria que ela joga reto porque ela tem um spin muito ativo em seus golpes. Para mim, é difícil manter o ponto contra ela. Com Iga, você precisa pensar mais no posicionamento que na potência dos golpes. Ela joga muito perto da linha de base e tem ótima forma. A bola vai muito rápido. E o spin que ela tem faz a bola quicar ainda mais alto. São duas jogadoras um pouco diferentes”.

Trabalho com a técnica Conchita Martinez

A russa está há quase um ano trabalhando com a espanhola Conchita Martinez, que já treinou duas ex-líderes do ranking, Garbiñe Muguruza e Karolina Pliskova. “Depois que me retirei de Miami no ano passado, por lesão, estávamos procurando um treinador. E o meu agente já havia trabalhado com a Muguruza e conhecia Conchita há muito tempo. Ele só me perguntou se eu queria tentar e eu disse que sim. Estava aberta para tentar quase todo mundo. Acho que tivemos apenas uma semana antes do nosso primeiro torneio juntas. E gosto muito da conexão que temos”.

Também comecei a trabalhar com um psicólogo. Acho que foi um pouco antes, mas não me lembro. Sinto que tem me ajudado muito. Recebo algumas dicas e novos conselhos sobre como lidar com minha raiva interna, o que fazer quando não me sinto bem e como manter meu nível quando me sinto bem. Tudo para continuar sendo eu mesma”, afirmou.

A grande semana em Dubai também coincide com um período de expectativas mais baixas, depois de uma eliminação na segunda rodada em Doha para Rebecca Sramkova na semana passada: “Honestamente, depois de jogar em Doha e perder uma segunda rodada difícil, tendo muitas oportunidades, eu me senti um pouco para baixo”, ela disse. “Eu estava, ‘Bem, talvez agora eu não esteja jogando meu melhor tênis, mas está tudo bem. Ano passado eu também não joguei tão bem nessas quadras em Dubai. No final, quando você não pensa no que vai acontecer, sempre acaba sendo um dos melhores torneios da sua carreira. Não sei se é um paradoxo ou algo assim, mas é assim”.

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Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
20 horas atrás

É isso aí menina. Pense grande que com certeza vai dar certo. Talento é o que não falta.

Camila
Camila
19 horas atrás

Trocar de técnico fez toda diferença para essa menina, e pegou uma excelente técnica !!! Estamos diante da futura NR. 1. !!!

Victório Benatti
Victório Benatti
18 horas atrás

Essa garotinha vai longe.
Joga um baita tênis e tem uma treinadora top.
Em quadra, não parece que tem 17 anos.
Crescendo aos poucos, mas de forma contínua.
Torcendo pra você, Mirra!

Ramiro Cora
Ramiro Cora
16 horas atrás

A Mirra Andreeva ,,, moça de 17 anos (nascida na Russia)
Rybakina (nascida em Moscou, Russia)
isso que é fortaleza no tênis
Aos 17 anos tendo que jogar sem torcida do seu pais… (porque a ATP/WTA exige ocultar a origem russa. ninguém póde aparecer com uma bandeira da Russia… enquanto as ucranianas andam floreando suas bandeiras por todo quanto é lado)

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
14 horas atrás

Parabéns para a Mirra Andreeva. Grande potencial, tem tudo para se firmar entre as top (Sabalenka, Swiatek, Rybakina e Gauff). Na final, embora 4 anos e meio mais nova que a adversária, acredito que entra com um ligeiro favoritismo, o que deve aumentar um pouco a pressão sobre ela. Vamos ver como ela irá se sair.

Fernando Venezian
Fernando Venezian
7 horas atrás

A Mirra conquista cada vez mais minha admiração! Além de jogar de forma diferente, tô vendo outra coisa pouco usada pelas meninas do circuito: a russa se defende com ótimos slices, tanto de esquerda quanto de direita! Jogadora completíssima!

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