Zverev sente falta de diferenças nas superfícies e reclama das bolas

Foto: ATP Tour

Turim (Itália) – O alemão Alexander Zverev teve uma estreia bastante firme no ATP Finals, batendo sem sustos o russo Andrey Rublev na última segunda-feira em Turim, tanto que na entrevista coletiva após o jogo, pouco se falou sobre a partida e mais sobre as quadras. O número 2 do mundo fez uma avaliação positiva de seu primeiro jogo na fase de grupos.

“Acho que hoje foi uma partida muito boa, mas foi uma partida muito rápida. Acho que houve alguns ralis longos, mas ainda acho que foi um tênis muito rápido. Então, eu só queria pegar um pouco de ritmo. Mas no geral estou feliz com a vitória”, analisou o alemão.

Muito debatida ultimamente, a velocidade do piso em Turim foi assunto para Zverev, que o comparou com o resto do circuito. “A superfície é muito lenta. É muito lenta para uma quadra dura coberta. Não estou reclamando porque gosto de superfícies lentas e gosto de superfícies rápidas. Realmente não me importo muito”, falou o vice-líder da ATP, que alongou sua avaliação.

“Acho que no tênis agora, estamos sentindo um pouco a falta de estilos de jogo. A razão é porque acho que quadras de saibro e quadras duras são todas praticamente as mesmas. Elas têm quase a mesma velocidade, com exceção de dois torneios este ano: com exceção de Cincinnati e de Paris Bercy, porque são mais rápidas”, comentou Zverev.

O germânico diz sentir falta das diferenças nas superfícies. “Antes havia uma diferença clara entre uma quadra de saibro e quadras duras ao ar livre. Algumas eram muito lentas, como em Indian Wells, mas algumas eram muito rápidas, como Canadá e Xangai, que sempre foram muito rápidas. Acho que perdemos um pouco isso ao tentar fazer todas as superfícies muito semelhantes e quase iguais”, disse.

“Acho que quando Roger (Federer) ainda estava no circuito, era muito diferente. Havia grandes, grandes diferenças entre uma quadra de saibro, uma quadra dura e uma quadra dura coberta. Estou sentindo um pouco de falta disso agora”, finalizou Zverev.

Problemas com as bolas atuais

Uma constante reclamação dos tenistas ultimamente são as bolas, assunto em que Zverev também se debruçou e contextualizou a situação. “Desde o Covid-19, todas as empresas, não apenas uma, pioraram muito. A razão é que, por causa da pandemia, elas tentaram cortar custos e estão usando um material de borracha diferente agora”, falou o alemão.

“Elas estão usando um material diferente para as bolas de tênis, o que as torna entre 30% e 60% mais lentas em média, em comparação com o que era antes. O que acontece agora com as bolas de tênis é que o ar e a pressão saem da bola de tênis por causa do material. O material não os mantêm dentro”, falou o número 2 do mundo.

Zverev afirma que essa mudança na confecção das bolas tem causado mais lesões. “Não é só que a bola fica fofa, mas na verdade o ar e a pressão da bola de tênis caem drasticamente. É por isso que muitos jogadores agora têm problemas de cotovelo. Muitos jogadores têm problemas de punho. Não era o caso há 10, 15 anos”.

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Gilvan
Gilvan
11 dias atrás

A fala do Zverev vem com 15 anos de atraso, mas não deixa de ser importante.
Vai mudar alguma coisa? Não, pois os organizadores já viram que o que dá dinheiro, antes do jogo, são as estrelas, as figuras, as hegemonias. E como grandes hegemonias seriam criadas se fossem colocados obstáculos na frente dos grandes contendedores?
Não seriam. A tendência é as quadras ficarem cada vez mais pasteurizadas. O próximo passo é permitir abertamente que os cabeças de chave escolham as quadras onde desejam jogar e os horários de suas partidas (como já ocorre nos bastidores). Quem sabe aumentar o número de cabeças de chave para 64.

Tenista
Tenista
11 dias atrás

Houve um tempo que alguns queriam acabar com as quadras de grama, por exemplo, pois eram muito rápidas. Mas descobriram que seria muito mais fácil tranformar grama em saibro e saibro em grama. Com as hards, foi ainda mais fácil padronizar. Coincidência ou não, essa padronização de tudo se desenvolveu parelamente a existência de Rafael Nadal, o queridinho da media, torcida, organizadores. E ele foi um dos quem mais se beneficiou com isso.

Chico
Chico
11 dias atrás
Responder para  Tenista

Disse tudo! Lembro-me bem. Começaram por Wimbledon até que ele conseguiu bater Federer por lá. Depois, acabaram com as hard courts e o Touro conseguiu abocanhar alguns US Open e até mesmo o AUS Open. Foi um grande tenista, mas dificilmente teria ganhado 8 Slams em quadras que outrora eram quase impossíveis para ele se não tivessem padronizado tudo.

Evandro Gomes
Evandro Gomes
10 dias atrás
Responder para  Chico

Você pode gostar de um jogador mais que o outro, só não precisa querer desmerecer os feitos de um por causa do gosto pessoal. Os 3 são fora da curva Djokovic, Federer e Nadal. E um cada um deles só foi o que foi por causa do outro. E só pra lembrar só no saibro o Nadal tem 14 Slams, então mesmo que não tivesse ganhado nenhum em outro piso, não teria somente 8 Slams.

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