Melbourne (Austrália) – Demorou, mas enfim o indiano Rohan Bopanna conquistou o que faltava em sua brilhante carreira. Aos 43 anos, o especialista em duplas levantou o inédito troféu de Grand Slam em chaves masculinas e de quebra se tornou pela primeira vez o número 1 do mundo na prova. Um verdadeiro exemplo de resiliência e perseverança, mesmo já no fim de carreira.
“Espero ser um exemplo para todos as pessoas com mais de 40 anos no mundo, para fazê-los compreender que nesta idade há muito para dar, mesmo no esporte de alto nível”, disse após a conquista em Melbourne no último sábado.
Próximo de completar novo aniversário no próximo dia 4 de março, o veterano segue, no entanto, sem planos para se aposentar. Para ele, enquanto houver lenha para queimar, seguirá acreditando nas vitórias. “Eu diria que este número 1 é uma espécie de recompensa pela perseverança. Com meu atual parceiro [Matthew Ebden], joguei um 2023 extraordinário, e por isso decidi permanecer no circuito, ainda me dando uma chance”, explica.
Bopanna, no entanto, não apenas continuou jogando como ignorou todas as recomendações médicas que sugeriam que ele já deveria ter parado de jogar há algum tempo por não ter mais cartilagem nos joelhos. Segundo ele, um dos segredos para estender a carreira por tanto tempo, mesmo com problemas físicos, foi o yoga, uma atividade que começou a praticar nos últimos anos e lhe ajudou bastante dentro de quadra.
“Em 2019 eu tomava analgésicos, até dois ou três por dia, pois as dores nos joelhos eram muito fortes. Depois, durante a pandemia, descobri o yoga, fazendo sessões de uma hora e meia, quatro vezes por semana. E funcionou: não só as dores diminuíram, como adquiri mais calma e consciência em quadra, a ponto de alcançar os meus melhores resultados a partir dos 40 anos”, revelou.
Outro ponto que Bopanna destaca para a longevidade é a força da família, reforçando a importância do suporte da esposa Supriya Annaiah e da filha Tridha. “Vou passar muito tempo com elas agora, porque, em última análise, elas são a minha maior motivação. A razão pela qual, mesmo quando continuava perdendo, sempre disse a mim mesmo que um dia seria reembolsado”, frisou o mais velho campeão de duplas masculinas na Era Aberta e a atingir a liderança de qualquer ranking da ATP.