Wimbledon entre nós: expectativa vs. realidade

Quadra central (Foto: Vitor Bara)

Vitor Bara
Especial para TenisBrasil

Compatriotas estão orgulhosos aqui nas cadeiras ao lado. João Fonseca começa sua tão aguardada primeira aparição na grama de Wimbledon. Enquanto testemunho o início de uma história que tantas expectativas gera em nós brasileiros, faço algumas reflexões sobre a minha também estreia no torneio mais tradicional do mundo.

Apaixonados por tênis provavelmente sonham, algum dia, poderem estar presentes em um Grand Slam – e apostaria que Wimbledon é o que mais mexe com o imaginário de quem cresceu ouvindo tantos relatos e lendas sobre o tal templo do tênis. É chegada a hora de finalmente entender como se aplica, por aqui, a tal “expectativa vs. realidade”.

Expectativa:

– Clima instável, com picos de calor no modo “verão britânico” (sempre achei aqueles leques incessantes um divertido exagero local).

– Potinhos de morango com chantilly nas mãos de todos os visitantes, e disponíveis em cada cantinho do complexo.

– Uma grande quantidade de espectadores, do mundo todo, mas quadras pouco cheias nos primeiros dias.

– Aquela vibração meio “contida” dos ingleses, encantados com boas jogadas, mas quase com medo de chamarem atenção dos vizinhos de assento …

Realidade:

– Um sol verdadeiramente de rachar, que não deve nada ao de um dia de verão carioca (ia falar de primavera, mas seria apenas em busca de algum alívio térmico) – preciso arranjar um leque pra já!

– Apenas 2 potinhos de morango detectados (e somente eles, o chantilly não sobreviveria).

– Sim, há gente do mundo todo, mas muita gente mesmo: se espremendo nas quadras pequenas, ocupado quase todos os assentos nos estádios, pedindo licença a cada esbarrão no guarda-sol do colega.

– Só consigo avançar na redação destas linhas quando o ponto é do brasileiro – a cada suspiro de esperança do britânico Fearnley, o barulho na Quadra 1 é ensurdecedor. Emoção é o que não falta.

Sem querer cair no clichê, e ainda sem conseguir explicar em detalhes, é notório que a coisa roda de outra maneira no All England Club. O jogo é o mesmo: as regras, os equipamentos, os jogadores. Mas parece que é tudo diferente. O que segue idêntica é a esperança dos brasileiros. Game, set and match, e João Fonseca continuará escrevendo o seu primeiro capítulo por aqui.

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