Vondrousova recupera 91 posições e joga ‘sem pressão’ em Wimbledon

Berlim (Alemanha) – Campeã do WTA 500 de Berlim no último domingo, Marketa Vondrousova teve grande recuperação no ranking divulgado nesta segunda-feira. A tcheca começou o torneio alemão como 164ª do mundo e saltou 91 posições para chegar ao 73º lugar. O próximo compromisso será em Wimbledon, palco de seu único de título de Grand Slam há dois anos. Ex-número 6 do mundo, Vondrousova operou o ombro no ano passado e também voltou a sofrer com a mesma lesão no início da temporada e entende que este é o momento de jogar sem pressão ou grandes expectativas.

“Não serei cabeça de chave. Então sempre digo que é apenas mais um torneio”, comentou Vondrousova. “Se você faz uma boa campanha, na semana seguinte tudo já é muito diferente. Então, agora vou aproveitar alguns dias de descanso e depois voltar ao trabalho duro. Manter os pés no chão, focar no meu caminho, pensar só no tênis e jogar essas partidas como se nada tivesse acontecido”.

A campanha em Berlim foi marcada por vitórias expressivas. Logo nas duas primeiras rodadas, bateu duas top 20, Madison Keys e Diana Shnaider. Depois, venceu Ons Jabeur, na reedição da final de Wimbledon de 2023. E na semifinal, superou a número 1 do mundo Aryna Sabalenka. Já na decisão, derrotou a chinesa Xinyu Wang por 7/6 (12-10), 4/6 e 6/2.

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“Senti que não tinha nada a perder nos dois primeiros jogos. A pressão não estava comigo. Só procurei aproveitar”, contou a jogadora de 25 anos. “Eu era a zebra nessas partidas e me senti muito bem. Na primeira rodada, enfrentei a Madison Keys, que achei um sorteio muito difícil. Saquei bem e consegui reencontrar meu jogo na grama”.

Ainda se recuperando das lesões no ombro, a tcheca relembra os momentos mais difíceis do processo de retorno. “Voltei a treinar dois ou três meses depois da cirurgia, no começo do segundo semestre do ano passado. E a dor voltou. Essa foi a parte mais difícil: perceber que não estava bem nem depois da cirurgia”, revelou. “Cada vez você precisa tentar voltar, mas na sua cabeça surge a dúvida: ‘Será que consigo fazer isso de novo? Será que consigo competir com essas jogadoras de novo?’ E a verdade é que você nunca sabe”.

“Chegou um momento em que eu disse à minha equipe: ‘Pessoal, eu não consigo jogar assim’. Então tivemos que parar novamente e fazer muitos exercícios físicos. Era exaustivo fazer isso duas vezes por dia, sem jogar tênis. Tive que me manter positiva o tempo todo. Sempre acreditei que poderia voltar, mas na nossa cabeça vinha aquele pensamento: ‘Será que essa dor vai parar algum dia? Será que um dia vou conseguir jogar sem dor?’ Essa era a dúvida que mais me atormentava”.

Wang se aproxima de seu melhor ranking

Vice-campeã em Berlim, Wang também fez uma campanha de destaque. Vinda do quali, a chinesa derrotou quatro nomes do top 20, Daria Kasatkina, Coco Gauff, Paula Badosa e Liudmila Samsonova. Ela também chegou a derrotar Jabeur durante a fase qualificatória, mas a tunisiana acabou entrando na chave como lucky-loser e foi até as quartas. A jovem de 23 anos saltou para o 33º lugar, uma posição abaixo da melhor marca da carreira.

“Cheguei aqui sem expectativas, querendo apenas aproveitar o momento”, disse Wang depois da vitória sobre Samsonova na semifinal. Ela conta que esteve perto de se retirar da partida de estreia no quali, contra a australiana Talia Gibson.

“Eu estava pronta para me retirar na primeira rodada do quali e já estava caminhando para a rede. Pensava: ‘Ok, hoje não é o meu dia’, mas a minha equipe literalmente me empurrou de volta para a quadra. Eles ficavam gesticulando: ‘Não! Não! Fica na quadra!”, brincou a jogadora bastante bem-humorada. Já na cerimônia de premiação, voltou a brincar com a equipe: “Perdi hoje porque vocês se sentaram no box errado, era para vocês ficarem do outro lado”, comentou aos risos.