Suspensão do técnico Vukov repercute no circuito da WTA

Foto: Reprodução/Instagram

Dubai (Emirados Árabes) – A suspensão do técnico Stefano Vukov, que treinava a cazaque Elena Rybakina, repercutiu no circuito feminino. A WTA anunciou na semana passada que concluiu as investigações a respeito de Vukov e decidiu bani-lo do circuito por violações ao código de conduta. A entidade não mencionou o período de afastamento, mas várias fontes próximas à investigação garantem que a pena será de um ano.

O treinador já estava temporariamente suspenso, enquanto era investigado. Segundo informou o New York Times, a investigação revelou que ele assediava e abusava verbalmente de Rybakina, com quem trabalhou durante cinco anos. Vukov nega as acusações e a tenista cazaque chegou a declarar publicamente que nunca foi maltratada.

Já no último domingo, dia de entrevistas coletivas no WTA 1000 de Dubai, três jogadoras de destaque do circuito, Aryna Sabalenka, Iga Swiatek e Jessica Pegula foram perguntadas sobre o caso e se manifestaram.

Pegula destaca necessidade de criar ambiente seguro
Foto: Dubai Duty Free Tennis Championships

Pegula, que faz parte do Conselho de Jogadoras da WTA, destacou a importância das medidas de proteção adotadas pela entidade: “Acho que a questão da segurança (‘safeguarding’) é algo que adicionamos ao circuito e tem sido muito importante nos últimos anos. O tênis, para ser bem honesta, não é um esporte saudável para as mulheres em alguns aspectos. Desde muito jovens, estamos viajando constantemente, longe da família e isso pode criar situações complicadas muito rapidamente”.

+ Clique aqui e siga o Canal do TenisBrasil no WhatsApp

“Sabemos do que aconteceu com Jelena Dokic e Mary Pierce [que relataram abusos dos pais e treinadores]. E existe uma limitação no número de torneios que as mais jovens podem disputar para evitar o esgotamento, como teve a Tracy Austin. Eu acho que eles fizeram um bom trabalho aprendendo a administrar isso”, explicou a jogadora de 30 anos.

A norte-americana de também falou sobre e a necessidade de um espaço seguro para que as jogadoras possam relatar situações problemáticas: “Acho que é essencial ter um espaço onde as jogadoras possam relatar qualquer coisa e saber que serão ouvidas e protegidas. O circuito pode ser muito desafiador mentalmente e fisicamente, então precisamos garantir que este ambiente seja seguro”.

Perguntada sobre a falta de transparência da WTA ao divulgar apenas um breve comunicado sobre a suspensão de Vukov, a atual número 5 do mundo respondeu: “Talvez a comunicação pudesse ter sido mais clara, mas também há uma linha tênue entre transparência e privacidade. O objetivo do sistema de proteção é permitir que informações privadas sejam compartilhadas sem expor a vítima. Se fosse algo que tivesse acontecido comigo, eu também não gostaria que os detalhes fossem divulgados publicamente”.

Swiatek e Sabalenka também comentam o caso
Foto: Dubai Duty Free Tennis Championships

Vice-líder do ranking, Iga Swiatek ressaltou a importância de respeitar a decisão da WTA: “Nós precisamos confiar que o processo foi conduzido de acordo com as regras. Não sabemos muito sobre o caso, o comunicado oficial tinha apenas duas frases. Mas todo treinador que quer estar no circuito precisa aceitar o Código de Conduta”.

“Eu me importo muito com o ambiente ao meu redor. A única coisa que posso fazer é focar em como escolho meu pessoal para trabalhar. Espero que a WTA continue garantindo um ambiente seguro para todas”, acrescentou a polonesa.

Já Aryna Sabalenka, atual número 1 do mundo, foi cautelosa para comentar o caso. “Acho que é positivo se houver um motivo real para essa decisão. Se um técnico ultrapassou os limites, é importante que a WTA tome providências. Mas nunca vi nada parecido da parte dele com a Elena e não tenho todas as informações sobre o caso, então não posso dizer muito mais sobre isso”.

Subscribe
Notificar
guest
7 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
10 meses atrás

Jéssica, brilhante!!!

JClaudio
JClaudio
10 meses atrás

O que fazer quando a vítima, diz que não é vítima???

Diego
Diego
10 meses atrás
Responder para  JClaudio

Então,eis a questão

Realista
Realista
10 meses atrás
Responder para  JClaudio

Quer dizer que talvez as coisas não são exatamente como querem pintar do técnico.

Wanderlei
Wanderlei
10 meses atrás
Responder para  JClaudio

Dificil saber . Talvez acostumou a ser maltratada e acha normal…

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
10 meses atrás

Foi feita uma investigação sobre o caso pela WTA e chegou-se à conclusão de que deveria haver a punição ao ex-treinador da Rybakina. Imagina-se que tenha sido dada a oportunidade de defesa ao investigado. Acredito que muita gente queria saber os detalhes do caso apenas para dar opiniões aleatórias sobre a questão, sem estar diretamente envolvida no assunto. Isso não traria nenhum benefício às pessoas envolvidas na situação. Então, acho que está correta a forma como foi conduzido o caso, porque tem que ser preservado o sigilo dos detalhes apurados na investigação.

Milton
Milton
4 meses atrás

O mar não está bom pra peixe.

Comunicar erro

Comunique a redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nessa página.

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente ao TenisBrasil.