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Série de vitórias e títulos apresentam as muitas qualidades de Andreeva

Foto: Jared Wickerham/BNP Paribas Open

Campeã em dois dos três primeiros torneios WTA 1000 deste início de temporada, Mirra Andreeva é o nome do momento no circuito feminino, com os títulos em Dubai e Indian Wells e carregando uma sequência de 12 vitórias seguidas. A jovem russa de 17 anos está com o melhor ranking da carreira, na sexta posição. Ela é também a terceira jogadora que mais pontuou nesses primeiros meses de 2025.

Entre tantas qualidades possíveis de destacar da russa nessas últimas semanas estão sua mentalidade em diferentes situações: Mirra soube jogar como favorita e contra as favoritas, também não se abalou com chances perdidas ou momentos de domínio das adversárias. E também não baixou a intensidade depois de ganhar jogos grandes, o que é comum, especialmente com as jogadoras jovens.

Das 12 vitórias que Andreeva conquistou, seis foram contra campeãs de Grand Slam. Ela venceu Marketa Vondrousova, Iga Swiatek e Elena Rybakina na campanha para o título em Dubai. E repetiu os triunfos sobre a polonesa e a cazaque em Indian Wells, além de ter superado Aryna Sabalenka, líder do ranking mundial, na final do último domingo.

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Nas duas últimas rodadas de Indian Wells, derrotou as números 1 e 2 do mundo, em partidas de três sets. Ela se lembra de como precisou se recompor no set decisivo contra a polonesa, depois de ter sofrido 6/1 na segunda parcial. “Depois que ela literalmente me matou no segundo set, eu apenas pensei bem: ‘Ok, vou tentar lutar’. Não havia muito que eu pudesse fazer além disso, porque ela estava jogando incrivelmente. E só poderia lutar por todos os ponto, não importa como eu colocasse a bola, apenas colocar em quadra. E no final, não foi tão ruim”.

Já na final contra Sabalenka, jogadora agressiva e de muita potência nos golpes, Andreeva sabia que não adiantava tentar equilibrar na pancadaria e buscou variações. A russa tem melhorado em fundamentos como o saque e nas variações de jogo, fazendo bom uso das curtas e sendo cada vez mais segura defensivamente. O trabalho com a técnica espanhola Conchita Martínez, ex-número 2 do mundo e que já treinou nomes como Garbiñe Muguruza e Karolina Pliskova, a ajuda a ter mais elementos em quadra e também a lidar melhor mentalmente.

“Eu não precisava ser agressiva, mas não tentei bater mais forte do que ela, porque ninguém consegue fazer isso contra a Aryna. Ela é uma jogadora superpoderosa. Eu tentei criar algo para deixá-la desconfortável, ponto a ponto e game a game. E consegui fazer isso”, avaliou a russa na coletiva de imprensa. Durante a cerimônia de premiação, também destacou sua autoconfiança: “Tenho que agradecer a mim mesma por lutar até o final, sempre acreditar em mim mesma e nunca desistir”.

Saber se impor quando favorita

Mirra também soube jogar na condição de favorita, como na final de Dubai, entre duas jogadoras jovens e que buscavam o primeiro título de WTA 1000. Depois de um primeiro set equilibrado e decidido apenas no tiebreak, a russa marcou um 6/1 na segunda parcial. Ela reconhece que não jogou seu melhor tênis naquele dia, mas que a mentalidade foi determinante.

“É fácil estar confiante e é fácil jogar bem quando tudo dá certo para você, quando você sente que a bola está entrando, quando você sente que acertou muitos winners. A parte mais difícil é continuar sendo positiva e se forçar a estar 100% mentalmente quando algo não sai do seu jeito”.

“Para mim, hoje foi exatamente o que aconteceu porque não me senti bem na quadra. Errei algumas bolas que normalmente não erro. Disse a mim mesmo: ‘Você pode deixar essa negatividade entrar na sua cabeça e te matar ou pode escolher estar 100% mentalmente e lutar por cada ponto. Se algo não sair do seu jeito, ok, tudo bem, você esquece e joga um ponto de cada vez’. Tenho ouvido muitas entrevistas de LeBron James. O que ele disse é que é fácil estar confiante e jogar bem quando tudo sai do seu jeito. O que faz de você um campeão é quando você dá o seu melhor quando não se sente bem. Foi o que tentei fazer”.

Relação com Conchita Martínez

A russa também falou sobre como funciona a relação com Conchita Martínez dentro e fora da quadra. “Eu gosto do que nós temos. Podemos ser duros uma com a outra. Mas fora da quadra eu sinto temos um relacionamento amigável. O que eu gosto é que nós duas sabemos como separar esses relacionamentos.

Quando estamos na quadra, não somos amigas uma da outra. Eu sei que ela é minha treinadora e que eu tenho que ser respeitosa e ouvir o que ela diz porque é isso que me ajuda. O pior que pode me acontecer é se eu começar a pensar que ela é minha amiga, que ela não é realmente minha treinadora e que não vou levá-la a sério. Eu aprendi da maneira mais difícil que na quadra nós não somos amigas, ela é minha treinadora. Ela me ajuda a vencer. Vamos continuar assim”.

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Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.
Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.