Podoroska jogou duplas com sua companheira no Chile

Nadia Podoroska (Corinne Dubreuil/FFT)

Buenos Aires (Argentina) – As argentinas Nadia Podoroska e sua companheira Guillermina Naya, que acabou de se profissionalizar, juntas há dois anos, compartilham a vida dentro e fora das quadras. No mês passado, disputaram juntas seu primeiro torneio de duplas na Copa LP, no Chile, logo após voltarem da BJK Cup na Eslováquia, mudando do piso rápido para o saibro chileno. Recentemente, em Buenos Aires, elas conversaram com Sebastián Varela, do CLAY.

Podoroska, atualmente com 26 anos, se destacou no cenário mundial em 2020 ao se transformar na primeira qualifier a alcançar as semifinais de simples de Roland Garros e disputou o torneio de Florianópolis há duas semanas onde também parou na penúltima fase. Dominar o jet lag é um requisito para ser jogador de tênis. “Não temos escolha. Acho que essa carreira ajuda você a se adaptar às condições, às circunstâncias. Fazemos isso toda semana”, disse Nádia.

Podoroska falou sobre a experiência de jogarem juntas: “Feliz, porque já queríamos jogar juntas há muito tempo. Brincamos e imaginamos como seria. Além dos resultados, gosto de poder dividir a quadra com ela, algo que nós duas fazemos separadamente, mas poder fazer juntas é algo especial.” Guillermina admitiu que estava um pouco tensa. “Principalmente porque eu queria me sair bem. Não porque fosse com a Nadia, mas porque eu queria me dar bem. Foi a primeira vez que joguei uma chave principal de WTA. Eu estava bem tensa no começo, mas depois nos acertamos e deu tudo certo.” No Chile, várias jogadoras queriam fazer parceria com Podoroska, sem sucesso. “Mas aí ela (Guillermina) entrou no sorteio e eu falei que deveríamos aproveitar para jogarmos juntas.”

Em uma entrevista, Pororoska disse que “o mundo não é tão livre como deveria ser”. O entrevistador pediu para ela se aprofundar no assunto e como isso se aplica ao mundo do tênis. “Acho que hoje em dia existe um ideal de que temos que ser abertos, normalizar homossexuais e bissexuais, mas ainda não é tão livre. Eu me sinto assim, tem muita coisa que a gente ainda percebe no dia a dia. Que a regra é ser heterossexual. Não quero negar todos os progressos que foram feitos em termos de direitos, mas ainda há uma grande lacuna. Falamos dos países ocidentais, mas há muitos outros países, outras culturas onde isso é impensável … Quanto ao mundo em geral, estamos anos-luz à frente.”

Perguntada sobre como se sentiu quando Billie Jean King a cumprimentou por falar abertamente sobre seu relacionamento, Podoroska afirmou: “Billie Jean está muito atenta ao que está acontecendo no circuito. Obviamente, gostei porque ela é um ícone do esporte, mas não me surpreendi porque sei que ela faz isso. Alguém tão famosa, que é uma grande defensora dos direitos … gostei.” Guilermina Naya também ficou contente: “Achei incrível ver o apoio dela. Receber uma mensagem como essa, de alguém como ela, é impressionante.”

Em 2024, o WTA Finals pode ser disputado na Arábia Saudita e o assunto está gerando polêmica entre as jogadoras. “Parece-me que a WTA deveria ouvir as jogadoras, as mulheres em geral. No meu caso, eu não apoiaria que o WTA Finals fosse disputado na Arábia Saudita. É bom que haja muito dinheiro naquela parte do mundo e que isto também seja um negócio. A roda tem que girar, eu entendo isso. E sem dinheiro também não jogamos, por esse lado é um pouco difícil, mas para mim há limites.”

6 Comentários
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Paulo A.
Paulo A.
1 ano atrás

Garotas corajosas! E lindas também, em busca da sua felicidade. Que mal pode haver nisso?

Rogério Jeaua
Rogério Jeaua
1 ano atrás
Responder para  Paulo A.

Mal nenhum Paulo! Num mundo cheio de violência é sempre bom ver duas pessoas que apenas querem viver em paz !

Jorge Luiz
Jorge Luiz
1 ano atrás
Responder para  Paulo A.

Corajosas sim, lindas é exagero

Paulo A.
Paulo A.
1 ano atrás
Responder para  Jorge Luiz

Gosto não se discute! E não deves entender nada de beleza…

Luiz
Luiz
1 ano atrás

Volta logo Jesus

Carlos Carcamino
Carlos Carcamino
1 ano atrás

deixa as minas serem felizes.

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