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Participação de tenista trans causa polêmica nos EUA

Foto: UT Tyler Athletics

Cheyenne (EUA) – A tenista trans Brooklyn Ross, de 27 anos, está causando uma polêmica no estado de Wyoming, no oeste americano, levando a presidente da associação feminina de tênis local a se demitir depois de ser autorizada a competir. Brooklyn Ross já disputou torneios femininos universitários e deve jogar a Wyoming Governor’s Cup, evento do circuito da Associação de Tênis dos Estados Unidos (USTA) neste fim de semana.

Presidente da Cheyenne Tennis Association, Jackie Fulkrod renunciou ao cargo, citando justiça e determinação em proteger a integridade dos esportes femininos. “Acho que um homem jogando contra uma mulher é uma partida muito injusta”, disse ao jornal Cowboy State Daily.

Ross fez a transição há seis anos e joga tênis universitário desde 2019. Recentemente, ela completou uma temporada com a equipe de tênis de uma faculdade do Texas na Divisão II da NCAA. A tenista disse que esta é a primeira reação negativa que enfrenta em sua carreira. “Sinto-me triste por esta mulher ter renunciado por causa disso.”

Fulkrod, cuja mãe também renunciou ao conselho da associação por causa da participação de Ross na próxima Copa do Governador, defendeu sua decisão de renunciar. “Sinto que ter uma atleta transgênero competindo no torneio feminino é contra minha integridade pessoal e o que acredito e valorizo. Minha decisão de renunciar foi baseada apenas no fato de que não tínhamos como proteger nossa organização ou proteger nossas atletas que jogariam no torneio”, acrescentou Fulkrod. A ex-dirigente também expressou preocupação com Ross usando banheiros femininos na Cheyenne Central High School, um dos locais que hospeda o torneio. “Haveria outras mulheres biológicas usando a instalação ao mesmo tempo, e acho isso muito errado”, disse ela ao jornal.

Ross encorajou seus críticos a assistirem à competição. “Eles provavelmente nunca tiveram a experiência de ter uma mulher trans podendo jogar, e estou feliz por poder defender algumas dessas pessoas sem voz”, disse. “Crianças que têm que escolher entre sua autenticidade ou praticar o esporte. Esta é uma oportunidade para eles verem uma mulher trans competindo e ver um exemplo real, não hipotético ou teórico”, disse Ross.

A diretora do torneio, Peg Connor, que também é diretora executiva da Wyoming Tennis Association, não disse quem tomou a decisão de permitir que Ross competisse. Quando questionada sobre a decisão de permitir que Ross competisse. Mas ela destacou o protcolo da USTA sobre o assunto. “O tênis prospera quando o esporte abraça a inclusão’, diz a USTA em sua declaração sobre atletas transgêneros. “Por essa razão, o tênis está aberto a todos, independentemente da idade, etnia, raça, religião, orientação sexual ou identidade de gênero.”

Protocolo da WTA permite jogadoras trans no tênis profissional
Atualmente, o circuito profissional da WTA permite a participação de jogadoras trans, desde que ela cumpram uma série de requisitos estabelecidos pela entidade. Os protocolos mais recentes são de dezembro de 2018.

A tenista precisa passar por um tratamento hormonal e realizar exames que apontem quantidade de testosterona abaixo de 10 nmol/l doze meses antes de participar de qualquer torneio. Ela deve manter esses níveis durante todo seu período de elegibilidade no circuito, tendo acompanhamento médico constante. A autodeclaração de gênero não pode ser alterada em até quatro anos. E qualquer eventual violação ao regulamento resulta na suspensão de doze meses do circuito.

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