O ano enfim vai dando seus suspiros finais, e, como sempre, começa o momento de olhar para o que passou, refletir, analisar e aguardar o futuro.
Quantas emoções e surpresas ao longo dos 12 últimos meses no tênis feminino internacional. O topo só mudou em setembro, quando a bielorrussa Aryna Sabalenka assumiu posição de número 1. É bem verdade que não durou muito, mas foram oito semanas que causaram um frisson no circuito.
Afinal, cada vez que um gigante cai, as especulações ganham vida. A polonesa Iga Swiatek, entretanto, logo recuperou seu posto e mandou o recado. Ao menos subliminarmente para todas as outras, já que no WTA Finals, torneio que reúne as oito melhores do ano, ela perdeu apenas 20 games e estabeleceu um recorde na competição. Ao que parece, conseguiu eliminar a pressão de líder acumulada em 75 semanas.
A seguir nesse ritmo, a ameaça talvez esteja apenas ao lado, já que as duas primeiras do ranking têm uma diferença mínima de pontos. Qualquer deslize ou saída prematura em algum torneio, pode significar uma nova inversão de posições.
Onde parece que haverá muita dança de cadeiras é do 3º ao 15º lugar. Por aí, muitas surpresas podem acontecer, a exemplo de 2023 que não repetiu vencedoras nos quatro Grand Slams e teve duas novidades: a tcheca Marketa Vondrousova, que se tornou a primeira campeã não cabeça de chave da história de Wimbledon, e a norte-americana Coco Gauff, que surpreendeu o público mostrando finalmente sua capacidade em grandes torneios ao levantar o troféu do US Open.
O ano ainda trouxe à tona e aos noticiários tenistas como Jessica Pegula, atual número 5 e que aos 29 anos teve sua melhor fase no circuito, terminando com folga de mais de 1.500 pontos à frente de Ons Jabeur. A tunisiana não teve uma grande performance no segundo semestre, desde que perdeu a sua terceira final de Grand Slam e segunda no All England Club.
Outra revelação, a chinesa Qinwen Zheng, de 21 anos, termina 2023 com o prêmio de jogadora que mais evoluiu no ano e seguramente como um das promessas para 2024, ao lado da nossa favorita Bia Haddad Maia, que oscilou em alguns momentos, mas terminou a temporada como uma das candidatas ao lugar mais cobiçado do ranking.
Alguns outros resultados que reforçaram o bom momento do tênis feminino nacional vieram da paulista Laura Pigossi, que, além do título pan-americano em simples e duplas, ganhou seu primeiro WTA 125, finalizando o ano bem próxima ao top 100 e com vaga garantida nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Por fora, e despertando a nossa curiosidade, também correrão três ex-números 1 do mundo que voltam às quadras depois do nascimento dos filhos: a japonesa Naomi Osaka, que retorna às competições com certeza mais amadurecida, assim como a alemã Angelique Kerber, já com 35 anos e muita bagagem, e finalmente o caso mais impressionante da dinamarquesa Caroline Wozniacki, afastada por três anos e oito meses após a gestação de dois filhos, e que, agora, aos 33 anos e com mais de 35 milhões de dólares em premiações, se testou em três torneios nesse segundo semestre. Animada com os resultados, pode dar trabalho.
Na categoria de duplas, é bom ficarmos atentos às nossas tenistas, em especial acompanhar as novas parcerias não só dentro, mas fora das quadras. Luisa Stefani, que recentemente rompeu com seu treinador Léo Azevedo, chega com novo técnico e parceira. A carioca Ingrid Martins, agora já entre as 50 melhores, pode subir muito ainda se as condições forem favoráveis.
Vale, portanto, em 2024, ficar de olho, acompanhar, vibrar e torcer principalmente para todas as que trouxerem a bandeirinha verde amarela à frente do nome.
2024 promete – e muito! – ao tênis feminino brasileiro, quem sabe com um título de Grand Slam, seja em simples ou duplas.
Espero, e creio, que Paula Badosa e Karolina Plisková voltem a ser competitivas…
Faltou falar da Vitoria Barros. Muito nova ainda, mas tem grande potencial. O tênis feminino está salvando o Brasil. Porque os homens… não estão fazendo nem pro café. Tá um fim de festa. Nem nas duplas, onde já tivemos campeões de Slam e o Melo como número 1. Sem falar do Guga, um ponto fora da curva.