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Mouratoglou explica conceito do UTS e mira público jovem

Foto: UTS

Biot (França) – Criado pelo treinador francês Patrick Mouratoglou em 2020, durante a pandemia de Covid-19, o Ultimate Tennis Showdown (UTS) nasceu como uma proposta inovadora na maneira de se produzir eventos de tênis. Após nove eventos já realizados desde então, o evento vem dividindo opiniões, mas segundo seu idealizador foi pensado para revolucionar o esporte e atingir novos públicos, principalmente os jovens.

Com um formato bem diferente daquele que é utilizado no circuito, as partidas do UTS são divididas em quartos cronometrados ao invés de sets, utilizam um cronômetro de 15 segundos para saques e ainda oferecem ‘cartas especiais’, que permitem que os jogadores manipulem algumas ações do jogo, como tirar o segundo serviço do oponente, por exemplo.

A ideia, com isso, é encurtar consideravelmente o tempo das partidas e trazer mais dinamismo à modalidade. Para Mouratoglou, isso faz parte de um processo necessário de modernização para que o tênis não fique obsoleto e perca valor de mercado, conforme conta em entrevista à Tennis Magazin, da Alemanha.

“Meu objetivo era criar um produto que fosse atraente para os fãs mais jovens, para atraí-los para o tênis. Não quero substituir os ventiladores antigos, mas sim oferecer uma nova opção para uma geração mais nova. Como seria o tênis se fosse criado hoje? A minha preocupação é que o esporte não consiga inspirar os mais jovens a ver como consomem entretenimento hoje em dia. Com o UTS queremos trazer um formato contemporâneo, com uma partida com duração máxima de 45 minutos, como um episódio da Netflix. Além de ter um horário fixo, todos sabem com antecedência quando seu tenista preferido vai jogar”, explica.

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Um dos desafios que o francês admite ter pela frente é tornar o UST um evento respeitado por todos. Ao menos por enquanto, a iniciativa é vista apenas como um torneio amistoso e irreverente, mas o que ele deseja é transformá-lo em algo ainda maior no futuro.

“É uma competição séria, não deve ser uma simples exposição. Temos uma liga com torneios e um sistema de classificação, os jogadores levam isso a sério e jogam muito. O melhor é que é realmente muito divertido, o sucesso do UTS vem da combinação de uma competição levada a sério e um formato que traz muita diversão. É algo emocionante, louco e cheio de paixão”, destaca.

“Essas regras diferentes permitem que os jogadores se expressem livremente, mesmo durante uma simples troca de bolas. Contamos também com um DJ, que é uma espécie de mestre de cerimônias que orienta durante o evento. É uma das experiências mais emocionantes de todos os tempos”, acrescenta Mouratoglou.

Apesar de trazer um conceito totalmente diverso do tradicionais padrões do tênis, o treinador enfatiza que não deseja mudar o que é o esporte, apresentando apenas uma nova maneira de promovê-lo e consumi-lo.

“Não quero mudar nada no tênis, porém temos que nos adaptar às tendências atuais. Para as gerações mais velhas, que me incluem, o tênis é perfeito. Sempre o vimos assim, como é hoje. Adoramos, para nós não há problema, mas a verdade é que o tênis não se adaptou às gerações mais novas. Do meu ponto de vista, faz sentido que exista um formato para os torcedores tradicionais, mas também uma variante moderna para os jovens. A mistura dos dois formatos é o que torna tudo mais especial”, reforça.

Por fim, o técnico revela de onde surgiu a inspiração para cada novidade inserida pelo UST nos jogos de tênis. “Podemos aprender com outros esportes. Nossa ideia foi encurtar os jogos com o sistema de quartos, ideia claramente retirada do basquete, no qual o tempo é mais curto e mais dinâmico. Além disso, ao invés de vermos os jogadores sentados no banco se secando com uma toalha, o que fazemos é entrevistá-los, o que gera momentos emocionantes. Dessa forma criamos mais clima em torno do jogo. Tudo foi inspirado no basquete, no UFC e no mundo dos videogames”, detalhou.

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