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Mauresmo fala das polêmicas de RG e justifica escolhas

Amélie Mauresmo (Foto: Jean-Charles Caslot/FFT)

Paris (França) – Como já é tradição em todos os torneios do circuito, a diretora de Roland Garros, Amélie Mauresmo, concedeu entrevista coletiva no último dia de disputa em Paris e falou sobre as principais polêmicas que agitaram esta edição do Grand Slam francês. Entre os assuntos, ela rebateu as críticas sobre a escolha de partidas masculinas para as sessões noturnas, o esvaziamento das arquibancadas em grandes jogos e a qualidade da quadra na Philippe Chatrier.

O primeiro tema foi um dos que gerou mais debate ao longo do torneio. Dos 11 dias em que houve programação completa, com jogos masculinos e femininos, em todos a partida da sessão noturna, no horário nobre local, foi realizada entre homens. Segundo a ex-tenista da casa e hoje principal responsável pelo evento, tudo é uma questão comercial e que leva em conta a duração dos jogos.

“Repito o que disse no ano passado: procuramos os melhores jogadores para jogar à noite. Além disso, o tempo que leva numa partida dessas é algo que temos que garantir para os espectadores. Só temos um jogo à noite e é por isso que este ano queríamos que só os homens jogassem nesse horário. Não se trata do quão interessante o jogo pode ser. Para nós, o que importa é a duração dos jogos. É difícil pensarmos que pode ser curto demais para as 15 mil pessoas que vêm até aqui”, enfatizou Mauresmo.

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Depois de garantir que essa não é uma regra fixa e que a estratégia pode mudar nos próximos anos, a diretora deu exemplo de como podem repensar a programação noturna, podendo incluir uma rodada dupla feminina para cobrir o tempo necessário aos fãs e televisões que detêm os direitos de transmissão de Roland Garros.

“Por que não agendar duas partidas em melhor de três sets para a sessão noturna? Existe essa outra opção, em que podem ser colocados dois jogos femininos ou um jogo feminino e outro de duplas a seguir. O nosso objetivo é tentar garantir que os jogadores não comecem muito tarde, algo que este ano também não conseguimos fazer devido às condições meteorológicas. Não queremos colocar dois jogos numa sessão que começa às 20h30 porque terminariam muito tarde”, explicou.

A mandatária francesa ainda reforçou que a definição das programações diárias são feitas em conjunto com as associações masculina e feminina. “Quando fazemos o agendamento das partidas, a WTA está presente na sala, assim como a ATP, o supervisor do Grand Slam, a televisão, todos juntos. Não vi ninguém insistindo em fazer a partida feminina à noite. Creio que é uma decisão muito complicada”, completou.

Arquibancadas vazias

Outro assunto que também trouxe dores de cabeça para Amélie Mauresmo e sua equipe foi a ausência de torcedores em muitos jogos importantes ao longo do torneio, independente se eram duelos entre homens ou mulheres. Um dos casos mais emblemáticos foi a segunda semifinal masculina, entre Casper Ruud e Alexander Zverev, que aconteceu diante de muitos assentos vazios após o confronto anterior entre Carlos Alcaraz e Jannik Sinner com estádio lotado.

Embora sejam sessões diferentes e os ingressos para cada jogo seja separado, precisando retirar todo o público do estádio entre um evento e outro, mesmo assim a Philippe Chatrier não contou com o mesmo número de pessoas na segunda partida da última sexta-feira. Nesse contexto, a diretora do torneio já pensa em soluções para os próximos anos.

“Tenho várias ideias para superar isso. Também temos limitações operacionais e não vou dar uma solução milagrosa, temos que discutir isso. É claro que não estamos satisfeitos com o que vimos na segunda semi de sexta. Não sei por que [isso aconteceu], não estou na cabeça deles [torcedores]. O que tenho visto ao longo dos anos é que as pessoas compram ingressos para o dia inteiro em Roland Garros e não vão ficar ali sentadas por cinco, seis, sete, oito horas ou mais. Tentamos encontrar soluções para que outras pessoas possam vir quando elas quiserem sair”, afirmou.

“Também há vida no estádio, muitos outros eventos acontecendo, bebidas, comida, não apenas os jogos, que podem atrair famílias. É um desafio que não é fácil. Uma das soluções que tentamos é uma pessoa ocupar aquele bilhete quando alguém sai, mas temos visto comportamentos indelicados, infelizmente. Por exemplo, pessoas que não quiseram deixar o assento quando o proprietário retornava”, destacou.

Qualidade da quadra no estádio principal

Por fim, outra polêmica que marcou esta edição de Roland Garros foi a qualidade das quadras, principalmente a da Philippe Chatrier, a principal do torneio. Ao longo da competição não foram poucas as críticas ao piso do estádio, e nomes como Novak Djokovic e Carlos Alcaraz se manifestaram contra a falta de terra em algumas partes da quadra, deixando-a bem lisa e escorregadia.

O tenista sérvio, aliás, sofreu uma queda na partida de oitavas de final contra o argentino Francisco Cerúndolo e agravou um problema no menisco do joelho direito, precisando abandonar o torneio no dia seguinte à sua classificação para as quartas.

Desta vez, Amélie Mauresmo se esquivou de falar sobre mais detalhes e apenas colocou esse como mais um ponto a ser melhorado para as próximas edições. “Penso, no meu entendimento, que não depende apenas de um jogador pedir. É também talvez uma decisão do árbitro de cadeira, do supervisor que estava lá na quadra. Há muitas coisas para melhorar num Grand Slam, muitas questões que permanecem como uma incógnita para o próximo ano”, disse.

4 Comentários
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Alessandro Siqueira
Alessandro Siqueira
12 dias atrás

Os melhores jogadores do mundo reclamam das condições da quadra, mas é um árbitro que nunca foi profissional que sabe o que é bom. É por isso que tem a máxima: QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO SABE ENSINA. E que se lasquem os jogadores.

Honestamente, não esperava essa postura Pilatos da ex-tenista, afinal foi profissional e ganhou Slam. Pelo visto esqueceu seus anos em quadra.

Domingos Spin
Domingos Spin
12 dias atrás

Já fui várias vezes ao US Open e há algumas diferenças relevantes: a rodada noturna começa às 19 hs, e sempre há 1 jogo do feminino e 1 do masculino. Por qual razão não se faz isso em RG? Lugares vazios: os valores cobrados pelos ingressos em RG são muito mais caros do que o que se cobra no US Open. E comprar ingressos pelo site oficial é praticamente impossível, só se acha nos sites de revendas. Talvez por isso as pessoas não tenham ido nas semifinais. Mesmo para europeus, está caríssimo

Paulo A.
Paulo A.
12 dias atrás
Responder para  Domingos Spin

Muito bem colocado. Os ngressos estão cada vez mais caros e a renda das pessoas diminui, à exceção dos milionários.

José Afonso
José Afonso
11 dias atrás

Incompetência define.

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