Nottingham (Inglaterra) – Laura Robson, de 30 anos, é a mais jovem diretora de torneio de tênis, tendo estado à frente do WTA 250 de Nottingham e do ATP Challenger local. A semana passada marcou seu segundo ano nessa função que conquistou depois de administrar o ITF 25k em Loughborough (onde chegou a transportar jogadores para o hotel) e acompanhar diretores de torneios em Queen’s e no Miami Open como parte de seu aprendizado.
A experiência foi útil. Durante seu primeiro ano como diretora, no ano passado, houve altos e baixos para administrar: a vitória de Andy Murray como wildcard e o primeiro título da amiga íntima Katie Boulter, um raio atingindo a quadra central e também um minuto de silêncio, após um ataque à faca que abalou a cidade no meio do torneio.
Ela até recolheu pessoalmente a roupa esquecida por alguns jogadores e as lavou. “Vou levar para Londres a roupa suja de Cameron Norrie e Heather Watson, que eles esqueceram aqui”, disse Laura na entrevista concedida ao jornal inglês The Telegraph. “Ah, e passei o primeiro dia no local indo ao Tesco (supermercado) para comprar doces para a sala dos jogadores. Eles acabaram tão rápido que tive que ir mais cinco vezes, comprei cerca de 10 quilos e tive que racionar.”
O maior desafio é o clima, que acompanha através de seus aplicativos favoritos de previsão do tempo. Conversar com o jardineiro-chefe e o supervisor da WTA, atender um juiz de linha que pede uma raquete autografada da coleção pessoal de Robson para doar a um evento beneficente, ouvir seu walkie-talkie, que não para.
Adaptabilidade é essencial. Parte da semana em Nottingham foi passada acalmando as tensões, após o confronto acirrado de Harriet Dart com os juízes de linha (“Levamos chá e bolos aos árbitros para aumentar o moral da equipe”) e ela também negociou uma situação potencialmente embaraçosa, explicando a Ons Jabeur, cabeça de chave, por que ela foi escalada para uma quadra externa com capacidade para apenas 398 espectadores.
“É por causa dos atrasos causados pela chuva e como eles impactam os acordos de transmissão, que assinamos há mais de dois meses”, explicou. “Ons não ficou tão feliz no início, mas ela entendeu a decisão assim que expus o raciocínio.”
Seu trabalho em Nottingham deu-lhe uma nova empatia com os diretores de torneios, como Amelie Mauresmo, de Roland Garros, que foi duramente criticada por não conseguir programar o tênis feminino no horário nobre no Aberto da França. “Não perguntei a ela, mas tenho certeza de que, sendo uma ex-jogadora, ela não iria querer jogos masculinos apenas nas sessões noturnas. Mas há muitos outros fatores envolvidos, desde a TV, as federações, a hospitalidade.”
Robson fez uma boa carreira no tênis, chegando ao 27º lugar no ranking mundial e foi nº 1 britânica, mas foi obrigada a parar aos 25 anos devido a uma lesão no quadril que a impede de jogar até de forma recreativa. Aos 14 anos, conquistou o título juvenil feminino de Wimbledon, em 2008. Aos 18, derrotou Kim Clijsters e Li Na a caminho da quarta rodada do US Open, em 2012. Ela também ganhou a medalha de prata olímpica em dupla mista, com Andy Murray, nos Jogos de Londres em 2012.
Texto super legal!