O tênis sempre foi e será um esporte individual. Não há como negar, já que as premiações são diferenciadas quando comparadas às modalidades em duplas, sejam elas masculinas, femininas ou mistas.
Para se ter ideia, o prêmio de um torneio de simples muitas vezes chega a ser um pouco maior que 20% se comparado ao que é oferecido nas chaves de duplas, que ainda é dividido entre os dois jogadores. Além disso, é comum vermos arquibancadas bem mais vazias, até mesmo em jogos importantes e com grandes tenistas em ação.
Arrisco a dizer, após uma pesquisa caseira, que pouca gente sabe o nome dos dois jogadores ou jogadoras que lideram o ranking mundial nessa modalidade, e deixo aqui portanto essa informação sobre o indiano Rohan Bopanna e a belga Elise Mertens, atuais líderes da classificação mundial na ATP e WTA, respectivamente.
No feminino, logo atrás, no segundo posto, vem a taiwanesa Su-Wei Hsieh, essa aliás recheada de títulos de Grand Slam. Foram oito até agora, incluindo o último Australian Open. Ainda assim, uma ilustre desconhecida para a maioria do público.
O Brasil tem inclusive muita tradição nessas parcerias, desde a famosa época do Thomaz Koch e Edison Mandarino, até a consagração de Marcelo Melo como número 1 do mundo em 2015. Entre as mulheres, Maria Esther conquistou inúmeros títulos, dentre eles todos os quatro Grand Slams em uma única temporada, em 1960.
Claudia Monteiro e eu, na década de 80, chegamos às quartas de finais em Wimbledon e figuramos entre as nove melhores parcerias do mundo. Com a nova geração, o Brasil também tem se destacado principalmente após a conquista do bronze olímpico em Tóquio com Laura Pigossi e Luisa Stefani, essa já acostumada a aparecer entre as 15 melhores do ranking. Isso sem contar a própria, Bia Haddad, que embora foque mais na simples já foi top 10 e hoje está na faixa das 20 principais tenistas da especialidade.
Uma pena esse recanto mais tímido ser esquecido. Afinal, uma dupla bem jogada enche os olhos de quem gosta de um tênis variado, com repertório eclético e recheado de surpresas. Nessa modalidade, a comunicação, o posicionamento e o elemento surpresa fazem a diferença. Sinais e conversas estão cada dia mais presentes e diferentes de antes, e os tenistas atuais confabulam sobre táticas até entre o primeiro e segundo saques.
A curiosidade é que embora não se acompanhe tanto ou valorizem, a dupla é sem dúvida a preferência dos amadores e também das mulheres em qualquer ambiente menos profissional, seja nos clubes, academias ou espaços públicos. É um jogo que promove mais diversão e exige, proporcionalmente, bem menos do físico, além da descontração e socialização que o envolve!
4 dicas para você jogar bem duplas:
1. Faça treinos específicos sobre posicionamento, principalmente na rede, para situações em que seja sacador e devolvedor
2. Use o lob e as paralelas na devolução de saque
3. Não se esqueça do meio quando os adversários estiverem na rede
4. Escolha um parceiro/parceira que não lhe responsabilize pelos erros
Ótimas dicas!
Jogo de duplas é muito ruim, por isso é pouco prestigiado.
Esse item 4 é importantíssimo… Caso contrário, o clima em quadra azeda.
A popularidade da audiência do jogo de duplas, com certeza, seria muito maior se as duplas fossem formadas por jogadores que defendem a “mesma bandeira”. Isso é consenso nas resenhas entre e meus colegas que jogamos tênis “amador”: nós estaríamos muito mais estimulados a torcer e acompanhar as duplas se ambos os jogadores defendessem a mesma bandeira. Por exemplo, no VÔLEI DE PRAIA, as duplas são sempre 100% da mesma bandeira e fica mais fácil para nós sermos estimulados a torcer por elas e termos os nomes delas guardados como as duplas: GEORGE e ANDRÉ, RENATO e VITOR FELIPE, ATHUR e ADRIELSON, DUDA e ANA PATRÍCIA, TAINÁ e VIC, ÁGATA e REBECA, ANDRESSA e VITÓRIA, TALITA e THAMELA…
Já no tênis, fica menos atrativo para a torcida quando a dupla é formada por nacionalidades diferentes, como um brasileiro e um holandês, uma brasileira e uma kasake e por aí vai, duplas que representam bandeiras diferentes ficam muito limitadas a atrair a atenção dos torcedores…
Seria mais estimulante torcer por duplas 100% nacionais, como foi o caso das duplas STEFANI e MATOS, Campeões do Australian Open,
MELIGENI e MATOS, Campeões nos torneios de Córdoba e do Chile, STEFANI e PIGOSSI, bronze na Olimpíada de Tokyo e ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago do Chile.
Tenho certeza que seguissem o exemplo do VÔLEI DE PRAIA e as duplas no TÊNIS representassem a mesma bandeira o sucesso de público seria muito maior e as arenas estariam mais lotadas com torcedores estimulados a torcer por duplas representando a mesma bandeira.
Eu, particularmente, adoro um jogo de duplas, da sua dinâmica, das suas possibilidades…
Ótimo texto! Sou uma amadora clássica: adoro jogar duplas. Como também não é valorizado no aprendizado / aulas de tênis, tenho dúvidas sobre o posicionamento em quadra. Utilizamos, geralmente, um na frente e outro no fundo. Esse é, de fato, o melhor posicionamento em jogos de amadores?
Boas duplas, profissionais ou amadoras, estão sempre buscando a rede a fim de pressionar a dupla adversária.
Eu tb gostei do texto.
“É um jogo que promove mais diversão e exige, proporcionalmente, bem menos do físico, além da descontração e socialização que o envolve!”
Eu migrei para a dupla, no clube, por problemas nos joelhos, que hoje me impedem de jogar simples. A dupla exige realmente bem menos do físico.
Embora eu goste muito mais de jogar simples, por outro lado eu prefiro assistir jogos de duplas, principalmente ao vivo.
Como você disse: enche os olhos de quem gosta de um tênis variado.
Em minha visão, creio que talvez mudando o regulamento, poderia haver mais interesse profissional nas duplas. Qual parte do regulamento? Minha sugestão: Não permitir que os jogadores participem dos dois circuitos no mesmo ano. O jogador teria que optar, anualmente, qual modalidade quer jogar profissionalmente: Simples ou Duplas?? Isso abriria espaço, para atrair mais tenistas para a modalidade Duplista. E não permitiria que um tenista, que apenas se dedique mais as simples, termine por tirar a vaga de um tenista que priorize as duplas. Sem contar que muitos tenistas que apenas priorizam a simples, em algumas situações, costumam desistir do jogo de duplas no meio do campeonato, o que é frustrante em alguns casos, para priorizar a simples, acabam dando WO.
Parabéns, excelente artigo sobre o tema !
Jogar em duplas parece algo mais interessante, algo que quebra um pouco e divide as responsabilidades em quadra, me parece mais dinâmico.