São Francisco (EUA) – Estreante na Laver Cup, o carioca João Fonseca viveu uma noite marcante em São Francisco na última sexta-feira. O tenista de 19 anos venceu o italiano Flavio Cobolli, 25º do ranking, por 6/4 e 6/3 e marcou o primeiro ponto do Time Mundo na competição, que agora perde por 3 a 1 para o Time Europa.
Após o triunfo, o brasileiro falou sobre nervosismo, apoio da equipe e a experiência de jogar um torneio com atmosfera única. Ele admitiu que começou o jogo tenso, mas destacou o papel da comissão técnica e dos companheiros para encontrar o equilíbrio dentro de quadra.
“Foi uma ótima partida desde o início. Eu estava jogando um bom tênis, num bom nível. Comecei um pouco nervoso, perdi algumas bolas fáceis, mas depois de conversar com minha equipe e com o Agassi, consegui manter a positividade, quebrar novamente e continuar jogando bem”, contou.
O jovem destacou ainda o ambiente no Chase Center, classificando a atmosfera como inesquecível. “É uma loucura. É literalmente um espetáculo. A vibe é incrível. Tênis é um esporte individual, mas estar com um time dentro e fora da quadra é indescritível. Pedi ao Alex [de Minaur] e ao Fran [Cerúndolo] para falarem comigo, me ajudarem a manter a atitude positiva. Eles são grandes amigos, falam espanhol, e a comunicação fluiu muito bem.”
Apesar da responsabilidade de entrar em quadra com o Time Mundo já em desvantagem, Fonseca disse que encarou a situação de forma positiva. “Pressão não é a palavra, mas eu sabia da importância. Depois do primeiro jogo, vi o time mais quieto no vestiário, então tentei animar: ‘É só 2 a 1. Podemos vencer nas duplas e empatar’. Mantive a cabeça boa. André me ajudou muito, principalmente a jogar agressivo, pressionar nas devoluções, subir mais à rede, sufocar o adversário sem dar espaço. Foi um dia de boa mentalidade.”
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A experiência de conviver com jogadores de diferentes estilos também foi destacada pelo brasileiro como uma das grandes riquezas da semana. “O mais louco é que, normalmente, no tênis você compartilha só com sua equipe, mas aqui todos falam sobre pontos fortes e fracos. É diferente, porque geralmente somos adversários, e agora somos companheiros. Eu sou o mais jovem, então fico mais ouvindo as histórias, experiências, erros e acertos. Tento absorver tudo para colocar em prática”, explicou.
Do lado da comissão técnica, o australiano Patrick Rafter não poupou elogios ao estreante. O vice-capitão do Time Mundo ressaltou a maturidade do brasileiro e a rapidez com que ele aprende. “Ele é incrivelmente maduro, tem um ótimo cérebro para o tênis. É calmo, aberto a sugestões, aprende rápido. Isso mostra o quanto pode evoluir. Em um ano será grande, em dois anos pode ser excepcional. O jogo dele já tem sinais de maturidade: saque agressivo, pressão no ponto seguinte, boa devolução.”
“Hoje ele lidou muito bem com a intensidade do Cobolli. Claro que ainda vai precisar se adaptar a diferentes superfícies e condições, mas não tenho dúvidas da capacidade dele. Só vejo coisas boas no futuro”, acrescentou o ex-número 1 do mundo.
Rafter também comentou sobre sua própria experiência na Laver Cup e sobre o trabalho da comissão técnica. “Os quatro primeiros dias foram intensos, conhecendo os jogadores, lidando com personalidades e mídia. É exaustivo, mas quando a ação começa na quadra, tudo compensa. Eu vim de mente aberta, sem saber exatamente o que esperar. Agora estou vendido, pois o evento é simplesmente fantástico.”
Fonseca, por sua vez, fez questão de valorizar a relação com os líderes do Time Mundo. “André está sempre pensando. É difícil, porque em uma semana você precisa orientar jogadores que não conhece profundamente. Às vezes pode dizer algo que não ajuda, mas ele tem esse cuidado de entender a hora certa de falar. Sou muito grato a ele e ao Pat por isso”, frisou.
Que legal ver o João sendo destaque mundial
Enquanto isso, o Zezinho, jogador de 7 classe no clube dele em Itapecerica da Serra.. é hater do melhor brasileiro desde a era Guga.. aiai