Fonseca: “A mentalidade fez a diferença na vitória de hoje”

Foto: IEB+ Argentina Open

Buenos Aires (Argentina) – Depois de vencer sua partida de estreia no ATP 250 de Buenos Aires, João Fonseca destacou o aspecto mental para superar o argentino Tomas Etcheverry. O carioca de 18 anos e número 2 do Brasil avalia que fez uma boa apresentação na vitória por duplo 6/3 sobre o cabeça 8 do torneio e 44º do ranking nesta quarta-feira e afirma que a mentalidade fez a diferença para manter a vantagem mesmo nos momentos de oscilação de seu nível de tênis.

“Feliz pela vitória e pela forma como encarei a partida. Ele é um adversário sólido e que joga muito bem no saibro, e consegui jogar um belíssimo tênis hoje. Sabia que ele é um jogador experiente na superfície, mas tentei fazer o meu jogo”, disse Fonseca na coletiva de imprensa após a partida.

“Fisicamente e tecnicamente tive alguns altos e baixos durante o jogo. Quebrei o saque dele no início do segundo set, mas ele empatou. Eu diminuí um pouco a intensidade e fiquei mais nervoso. Mas me mantive mentalmente forte e isso fez a diferença na partida. Sabia que a torcida poderia falar um pouco durante a partida, mas é normal. O importante foi seguir forte mentalmente”, acrescentou o atual 99º do ranking.

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O jogo estava inicialmente previsto para a terça-feira à noite, às 18h30, mas foi adiado por causa da chuva, o que não mudou tanto a rotina de preparação do brasileiro. “Sobre ontem, isso acontece no esporte que jogamos. Não há muito o que fazer. Foi tranquilo, consegui descansar e já estou acostumado”.

Apesar das condições de quadra mais pesadas, Fonseca conseguiu impor um tênis agressivo e jogar sempre em cima da linha de base para comandar os pontos com seu forehand. O carioca ditou o ritmo do fundo de quadra e sacou bem nos momentos mais importantes, especialmente no primeiro set. “Senti que a quadra está um pouco mais rápida, mesmo com a chuva de ontem. A bola está quicando muito. Consegui ser agressivo e fazer o meu jogo”.

Apoio da torcida e duelo com Coria nas oitavas

Mesmo enfrentando um adversário argentino, Fonseca teve uma recepção respeitosa do público e também contou com o apoio dos brasileiros presentes no torneio. “Eu já disse em algumas entrevistas que a cultura do tênis argentino, de vibrar com seus jogadores, é muito legal. Nós brasileiros também temos isso, quando vemos alguém se destacando no esporte. E ver os brasileiros aqui é muito bom. Ter aquele confronto de torcida é um negócio agradável. Foi bem divertido. Só tenho a agradecer aos brasileiros por comparecerem aqui e também aos argentinos por respeitarem a partida”.

Na próxima rodada, Fonseca enfrentará mais um argentino, o experiente jogador de 32 anos Federico Coria, 115º do ranking, que venceu o francês Hugo Gaston por 6/3 e 6/2. A partida vai abrir a programação desta quinta-feira às 13h30 (de Brasília). “A próxima partida vai ser contra um argentino também. Sei que vai ser difícil, mas vou tentar encarar de forma mentalmente forte e me preparar bem”.

O jovem tenista não competia no saibro desde o Masters 1000 de Madri do ano passado, já que administrou seu calendário do segundo semestre priorizando competições na grama e no piso duro, pensando no desenvolvimento a longo prazo. “Fazia sete meses que não jogava no saibro. Consegui treinar uma semana e me senti bem. É minha superfície favorita. A opção de jogar mais na quadra dura no ano passado era para ganhar experiência e melhorar. Não temos muitas quadras duras e cobertas na América do Sul, e trabalhei muito nisso. Mas estou contente de voltar ao saibro”.

Pressão, expectativas e comparações com Guga

As recentes conquistas de Fonseca no circuito profissional trazem um aumento de visibilidade, mas também da pressão e de expectativas. Sobre a fama e redes sociais, ele prefere se manter afastado. “Me mantenho um pouco fora disso. Meu treinador [Guilherme Teixeira] é bem rígido quanto a isso. E sei que o caminho para crescer no tênis é trabalhar e não focar muito no exterior. Graças aos meus pais que tenho essa formação”.

Quando perguntado sobre a comparação com Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros, o carioca encara a questão com maturidade e reconhece que o crescimento na carreira vem com paciência e muito trabalho. “Espero que aconteça, estou trabalhando para isso, para fazer uma história linda como Guga fez. É para isso que estou trabalhando todos os dias. A pressão vai vir. Sou jovem, estou crescendo e acabo de entrar no top 100. Mas sei que não é assim, cada um tem o seu próprio tempo. É seguir trabalhando que os resultados e o ranking vão subir”.

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Fernando Venezian
Fernando Venezian
4 horas atrás

É o que mais chama atenção nele: o forte mental! E digo mais: Fonseca parece que é ainda melhor no saibro! Tendo mais tempo pra bater, seus golpes causam ainda mais estrago

José Carlos
José Carlos
4 horas atrás

Apenas por empregar o termo correto em língua portuguesa “a mentalidade” e não a palavra-modinha “o mental”, João Fonseca – 18 anos e sem ensino superior – demonstra ser mais inteligente e culto do que 98% dos blogueiros e pessoalzinho que comenta sobe tênis no Brasil

Paulo A.
Paulo A.
2 horas atrás
Responder para  José Carlos

Ele é oriundo da nata carioca e vem de uma sólida família de classe alta, isso faz diferença.

Mauro
Mauro
2 horas atrás
Responder para  José Carlos

Não é modinha, meu caro. É uma figura de linguagem chamada elipse, que omite o termo “lado” na expressão “o lado mental”. Duro tentar dar lição de cultura sem conhecer uma coisa tão corriqueira…

Evandro
Evandro
1 hora atrás
Responder para  José Carlos

É a mesma coisa, amigo. Relaxa!

Ronaldo da Silva Oliveira
Ronaldo da Silva Oliveira
3 horas atrás

Alguém que saiba ou tenha ingressos para o Rio open , estou interessado em 2

devanor
devanor
3 horas atrás

o Wild tbm venceu hoje só alegria vqv brasil

Márcio
Márcio
2 horas atrás

Pronto, já compararam até com o Guga, rs.
A imprensa brasileira às vezes mais atrapalha que ajuda. Deixa o cara jogar…

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