Londres (Inglaterra) – Fabio Fognini, 38 anos, estava com a aposentadoria marcada. Queria que seu último torneio fosse o Masters 1000 de Monte Carlo em 2026, onde conquistou o título mais importante da uma longa carreira que percorreu mais da metade da sua vida e durante a qual levou às quadras uma personalidade marcante e um tênis por vezes brilhante. Mas os planos mudaram. Depois de forçar o número 2 do mundo Carlos Alcaraz a cinco sets na Quadra Central de Wimbledon, convocou os jornalistas para dizer que decidiu que não havia jogo melhor para se despedir do esporte.
“Eu quero dizer algumas palavras. Olá e obrigado por virem. Eu estive aqui uma semana atrás. Acho que agora é oficial: eu digo adeus para todo mundo. É algo que já estava na minha cabeça. Eu acho que é a melhor maneira de dizer adeus”, afirmou.
“Não foi fácil para mim porque nos últimos três anos da minha carreira eu sofri muito com lesões. Mas, como competidor, eu tentei o meu melhor todas as vezes em que pisei na quadra. Agora, eu tenho que ser honesto comigo mesmo. Não estava sendo muito positivo, mas agora tenho que ser. Tenho que me dar os parabéns e dizer que, depois daquela partida, eu não quero voltar a um estágio em que eu não quero estar. Challengers, porque depois deste torneio, eu vou cair bastante no ranking. A motivação ainda é alta porque eu amo competir. Ainda amo este esporte que me deu minha vida inteira. Eu o pratico desde criança. Com certeza tenho muitas memórias na cabeça”, completou.
Waving goodbye to tennis on Centre Court with family watching on 🥹
Wishing you all the best in retirement, @fabiofogna 🫶#Wimbledon pic.twitter.com/Ri5gR1AjMx
— Wimbledon (@Wimbledon) July 9, 2025
O primeiro torneio nível ATP do qual Fognini participou foi em setembro de 2005, em Palermo, na Itália. Perdeu logo na estreia. No ano seguinte, mais presente no circuito principal, encarou tenistas como Carlos Moyá e Marat Safin, sem grande sucesso. A primeira temporada em que realmente chamou a atenção foi 2007: estreou em Grand Slams no Aberto da França e chegou às oitavas de final do Masters 1000 de Montreal, com vitória sobre Andy Murray, então 14º do mundo.
Agora no top 10, fez três semifinais (Brasil Open, Varsóvia e Umag) em 2008 e se estabeleceu de vez no circuito, mas ainda demorou alguns anos para entrar no top 50, em abril de 2011, pouco antes de chegar pela única vez na carreira às quartas de final de um Grand Slam (Roland Garros). Precisou abrir mão do duelo contra Novak Djokovic por problemas físicos. No ano seguinte, fez a primeira final de ATP em Bucareste e a segunda em São Petersburgo. Foi derrotado em ambas.
O primeiro título sairia em um período mágico de três semanas em julho de 2013: na primeira, conquistou o ATP 250 de Stuttgart; na segunda, foi campeão do ATP 500 de Hamburgo, eliminando dois tenistas top 15 (Tommy Haas e Nicolás Almagro); e na terceira, ainda deu tempo de chegar a mais uma final, em Umag, na qual foi derrotado pelo espanhol Tommy Robredo. Entrou voando no top 20 e, com uma ou outra oscilação, lá ficou por cerca de dois anos.
Acabou conquistando sete títulos de ATP 250 em 15 finais e um de ATP 500, quase todos no saibro. A única vitória na quadra dura foi em Los Cabos, no México em agosto de 2018. Aquele, aliás, foi um ano de retomada para Fognini: campeão três vezes, chegou a quatro finais, duas oitavas de final de Grand Slam e terminou a temporada em 13º lugar no ranking. Em 2019, depois de bater na trave duas vezes (semis em Monte Carlo e Miami), conquistou o maior título da carreira de simples no saibro de Mônaco, eliminando Alexander Zverev (3º) e Rafael Nadal (2º) antes da decisão contra o sérvio Dusan Lajovic (48º). Foi mais ou menos nessa época que chegou ao melhor ranking da sua carreira, em nono lugar.
Fognini tinha a característica de aparecer de vez em quando em grandes partidas. Somou 17 vitórias contra tenistas top 10 na carreira, incluindo uma vez contra um número 1 do mundo, Andy Murray, na segunda rodada do Masters 1000 de Roma. Uma das suas mais famosas foi no Aberto dos EUA em 2015, quando conseguiu uma virada histórica sobre Rafael Nadal: a primeira vez que o espanhol perdeu um jogo de Grand Slam depois de abrir dois sets de vantagem, após 151 vitórias consecutivas nessa situação. “Eu pude jogar em uma era que provavelmente será a melhor do esporte para sempre. Eu joguei contra Roger, contra Rafa, contra Nole. Ganhar um Grand Slam para mim era impossível, eu tenho que ser honesto”, disse.
Isso em simples. Nas duplas, teve bastante sucesso na temporada 2015, conquistando o Aberto da Austrália ao lado do também italiano Simone Bolelli. Chegou às semifinais de Roland Garros e às decisões dos Masters 1000 de Indian Wells, Monte Carlo e Xangai.
A queda foi acelerada a partir de abril de 2021 até sair do top 100, dois anos depois, embora tenha conseguido retornar brevemente. Encarou Carlos Alcaraz em Wimbledon como o 138º do mundo e havia perdido todas as seis partidas de chave principal que disputou no ano.
Last Wimbledon. On Centre Court, heart full. Thank you to the crowd. And thank you @carlosalcaraz, a true champion 💚🎾 @Wimbledon pic.twitter.com/lzHt4flTeI
— Fabio Fognini (@fabiofogna) June 30, 2025
“Na noite antes de jogar contra Carlos, o que eu mais queria era tentar aproveitar e jogar meu melhor tênis. Acho que tudo estava perfeito para eu pensar nessa decisão porque… eu disse tudo. Eu sofri muito com lesões nos últimos três anos da minha carreira. Como competidor, eu tento me motivar todas as vezes após uma lesão. Aos 35, 36, 38 anos, não é fácil. Mas eu acho que é a melhor decisão, jogar na quadra mais bonita do mundo com um cara que todos conhecem. É a imagem perfeita que manteremos para sempre no meu quarto”, encerrou.
Jogou muito. Sempre gostei de assistir aos jogos do Fognini. Para mim um craque
Fognini foi um belíssimo jogador. Muito talentoso. Foi um TOP10 e da sua geração 1987, só ficou atrás de Djokovic e Murray
Houve dois jogos épicos nesse Wimbledon: Alcaraz X Fognini e Sinner X Dimitrov.
Mas, enquanto o primeiro vai cair no esquecimento, o do Sinner será cada vez mais lembrado.
Intuição.
O jogo mais lembrado da história será o do 40-15. Não tenho nenhuma dúvida disso.
Não. Federer x Nadal, Wimbledon/08 é considerado o melhor jogo da história do esporte e será lembrado sempre como o maior jogo da história!
Está empatada com a citada acima , meu caro. Abs !
Está equivocado para variar, meu caro Joselito. Esta partida não terminou no 40 x 15 . Foi a Final mais longa da história do All England Club, e ” goat ” tomou 94 Winners de um Sr de 38 anos . Se salvou vencendo Três tiebreacks, o último no Quinto Set por 14 x 13 . Esta Final de RG 2025 , foi a melhor da história em Paris. Se só vale Wimbledon, Bjorn Borg 3 x 2 John McEnroe, virou até filme . Abs !
Sempre que estive num torneio e tinha Fognini na programação, eu ia pra quadra em questão para ver o italiano jogar. Apesar da marra, sempre esbanjou talento e criatividade.
Craque, ele e alcaraz foi o melhor jogo de Wimbledon 2025 até agora (quartas de finais) .